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sábado, 20 de setembro de 2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado à oposição nesta sexta-feira e pediu para seus adversários aguardarem até 2010 para ver o que vai acontecer no país depois da descoberta do pré-sal e das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estarem concluídas.

Em discurso em Mossoró (RN), o presidente ressaltou a boa relação com governadores e prefeitos que, independente de partido político, estão discutindo projetos para o PAC.

"Se os adversários estão preocupados porque as coisas estão dando certo, esperem para ver o que vai acontecer neste país até 2010, depois do pré-sal, depois do trem-bala, depois das obras do PAC estarem sendo concluídas, como serão a partir do ano que vem.

A partir
do ano que vem, o meu desejo é andar por este país inaugurando obras", afirmou.

O presidente disse que seu governo está dando certo porque ele não tem um "olhar mesquinho e partidário" e faz investimentos de acordo com as necessidades da população de receber investimentos.

Lula disse que um presidente tem de ser, antes de tudo, um republicano.

"Eu não quero saber se a prefeita é do DEM, do PMDB, do PSB, do PTB, do PT.

Eu não quero saber se o governador é corintiano, é flamenguista ou é vascaíno.

Eu não quero saber se ele é evangélico se é católico.

Eu quero saber que o povo daquela cidade ou Estado
tem as necessidades de receber os investimentos.

É por isso que esse país está dando certo. É porque eu não tenho um olhar mesquinho, partidário", afirmou.

Lula disse que aprendeu a ter esse pensamento porque teve a humildade de perder três eleições seguidas para presidente e não deixar "amontoar" no seu coração "uma única gota" de ódio ou raiva contra "quem quer que seja".


O presidente também voltou a dizer que quando terminar seu mandato, em 31 de dezembro de 2010, vai deixar registrado em cartório para seu sucessor tudo o que foi feito no seu governo "para que o novo presidente estabeleça um paradigma para este país".

"E aí, quando sentarem na mesa da Presidência, eles [os sucessores vão ter uma grande preocupação.

Estará registrado em cartório que um cidadão que não tem diploma universitário governou este país e fez tudo isso e 'eu, que tenho diploma, tenho que fazer muito mais do
que ele'.

É esse o paradigma", disse.

da Folha Online


Megalomania


(supervalorização mórbida de si mesmo; mania de grandeza, ambição ou orgulho desmedido)

Doença causada por um vírus - o vírus do pudê.

O megalomaníaco, isto é, aquele sujeito com mania de grandeza, é figurinha fácil no meio político.

Antes da eleição, é doce e humilde personagem.

Depois de eleito, vira logo "otoridade".

O megalomaníaco está sempre pronto a falar, bem alto, aquela frase tão nossa conhecida: "Você sabe com quem está falando?"

Na política, megalomania não é defeito - é qualidade cultivada.

Na política, "poder" (ou "pudê") e "megalomania" são conceitos xifópagos.

Andam sempre juntinhos.

O mau político sabe que não precisa ser grande - mas deve parecer grande.

Porque, por aqui na terrinha, muitas vezes quem grita mais alto, leva.


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

‘Quarta Frota está quase em cima do pré-sal’

Lula: ‘Quarta Frota está quase em cima do pré-sal’

De passagem pela cidade gaúcha de Rio Grande, Lula revelou-se preocupado com a presença militar dos EUA na costa marítima da América Latina.

Referiu-se especificamente à Quarta Frota naval dos EUA, despachada para a região a pretexto de combater o narcotráfico e auxiliar em missões de paz.

Para Lula, os EUA podem estar de olho, veja você, no tesouro do pré-sal. Disse já ter inclusive manifestado sua preocupação ao próprio George Bush.

"A Marinha joga um papel importante para proteger o nosso pré-sal, porque os homens já estão aí com a Quarta Frota quase em cima do pré-sal", disse Lula.


Acrescentou: "A nossa Marinha tem que ser a guardiã das nossas plataformas em alto-mar para fiscalizar esse patrimônio...” “...Daqui a pouco chega um espertinho aí e fala: ‘Isso é meu, está no fundo do mar mesmo, ninguém sabe, isso é meu’."


Lula chegou mesmo a insinuar que, servindo-se de tecnologia ainda indisponível, forças alienígenas se aventurem a enfiar uma sonda no nosso pré-sal:

"Agora, tem uma sonda que fura verticalmente, depois vai na horizontal 5, 6 quilômetros. Nego, lá do país dele [Bush], vai tentar pegar o nosso petróleo aqui. Nós temos que tomar conta."

Considerando-se o histórico intervencionista dos EUA, o governo brasileiro faz bem em eriçar os cabelos com a presença a proximidade da Quarta Frota.


Mas daí a imaginar que Bush, já tisnado pela crise financeira, vá virar ladrão de petróleo...

Ora, francamente.

O convívio com os companheiros Hugo Chávez e Evo Morales não tem feito bem a Lula.

por Josias de Souza


Quá...quá...
quá...quá...quá...quá...!!!!

Eleições 2008: TSE impugna filho de Lula


Por cinco votos a dois, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negaram nesta quinta-feira recurso em que Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pede para concorrer ao cargo de vereador no município de São Bernardo do Campo (SP) pelo PT. Segundo o TSE, Marcos Lula ainda pode recorrer.

De acordo com o TSE, Marcos Cláudio teve o registro de candidato negado tanto pelo juiz eleitoral quanto pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por ser filho do presidente.

Conforme prevê a Constituição Federal (artigo 14, parágrafo 7), são inelegíveis os parentes até o segundo grau no território de jurisdição do titular.

Marcos Cláudio, de 37 anos, é filho do primeiro casamento da primeira-dama Marisa Letícia. Ele é bacharel em psicologia e estudante de direito, empresário, casado e pai de um garoto de 11 anos..

Veja

na Folha

Afastado da direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) por causa do grampo ilegal envolvendo o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), Paulo Lacerda poderá voltar ao cargo "quando quiser", disse o presidente Lula, em entrevista à TV Brasil.

Lula afirmou achá-lo "um homem extraordinário" e que só foi afastado para que a investigação da Polícia Federal ocorra de forma transparente.

"Lacerda é uma pessoa que eu respeito como poucos neste país",


Segundo ele, Lacerda foi chamado para reestruturar a Abin, que estava "desmontada".

Comentário

Lacerda quer o seu quinhão, nem que seja para exibir aos colegas.

O que isso quer dizer?

Se não pode ter seu cargo de volta na PF ou na Abin, quer aliados seus em postos de chefia. Está com a vaidade ferida.

E é um homem que sabe demais para permanecer como um canhão solto no convés.

E acho que Lula acabará cedendo.
Por Reinaldo Azevedo

LULA E LACERDA -

LULA E O FATOR PAULO LACERDA

Por Reinaldo Azevedo

Prestem bastante atenção ao que vai a seguir.

A prisão de Romero Menezes, o nº 2 da Polícia Federal — não entro, agora, no mérito sobre culpa ou inocência — foi praticamente imposta a Luiz Fernando Corrêa, o atual diretor-geral.

É na polícia, e não em outro lugar qualquer, que se atribui ao grupo de Paulo Lacerda, o diretor afastado da Abin (consta que definitivamente), a seqüência de eventos que resultou em tal desfecho.

Menezes é aliado de Corrêa, que nunca chegou a ter o comando efetivo da corporação. A prisão de seu imediato o fragiliza ainda mais.
Lacerda já deixou claro que não pretende sair pela porta dos fundos — da Abin ou do governo.

E ele tem, se querem saber, algumas medalhas no peito, com muitos serviços prestados ao petismo e, por que não dizer?, ao próprio Lula.

Vamos lá:

- Qual foi o contratempo criado pela Polícia Federal na questão do mensalão?

Zero! Nenhum!
- Qual foi o contratempo criado pela Polícia Federal na questão da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo?

Zero! Nenhum!


- Qual foi o contratempo criado pela Polícia Federal na investigação do dossiê dos aloprados?

Zero! Nenhum!
Quem era o diretor da Polícia Federal nesses três casos?

Lacerda.

Em compensação, ele tornou operativa a Polícia Federal de propaganda, aquela apta a cassar e caçar alguns ricos, o que permitiu a Lula anunciar o fim da impunidade dos poderosos. Como todos formos informados, Lula nunca soube de nada, não é mesmo?

E Lacerda conferiu verossimilhança policial a essa versão.
A tendência, podem apostar, é a acomodação. O rearranjo terá de ser grande, profundo e subir alguns degraus na hierarquia. Qualquer que seja a direção da PF, uma coisa é certa: Tarso Genro não terá o comando dela.

E, pois, Lula sentirá, cedo ou tarde, a necessidade de demiti-lo — ao menos da Justiça — se quiser que o órgão deixe de ser fonte de instabilidade.

Mais: Lacerda quer o seu quinhão, nem que seja para exibir aos colegas.
O que isso quer dizer?

Se não pode ter seu cargo de volta na PF ou na Abin, quer aliados seus em postos de chefia. Está com a vaidade ferida. E é um homem que sabe demais para permanecer como um canhão solto no convés. E acho que Lula acabará cedendo.
Vivemos o ponto extremo da balcanização dos órgãos de segurança do estado. E o motivo é um só. Nas democracias, polícias e órgãos de Inteligência exercem funções técnicas.

Só as tiranias tornam a polícia um braço da política. O petismo resolveu inovar, tendo uma polícia politizada num regime democrático.

O resultado é o que se vê.
Lula vai ter de ouvir a pauta de reivindicações de Lacerda. E sabe que vai. Mais do que isso: sabe por quê. E, suspeito, sabe que acabará cedendo.

Gilmar Mendes acha que laudo da PF diz pouco

Gilmar Mendes acha que laudo da PF diz pouco

O que disse há pouco o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sobre o laudo divulgado pela Polícia Federal (PF), que confirma o que sempre disse o delegado Paulo Lacerda a respeito do fato de a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não possuir equipamentos para fazer escutas telefônicas:

- O laudo diz pouco. Simplesmente afirma que as maletas foram apresentadas, mas continuamos sem saber se todas elas fazem grampos, se todas foram encontradas e se outros modos de gravação foram utilizados. O que interessa é aprofundar de fato essas investigações.

Como se envolve uma agência de inteligência numa operação de polícia e a Polícia Federal diz que não sabia de nada? Quero saber qual o modelo institucional que está sendo desenhado.

Querem uma super-polícia e uma super-agência de inteligência? Tenho a impressão de que o sistema poderia comportar algum tipo de compartilhamento de informações.

Não tenho dúvida de que estamos diante de um ato de gravidade ainda não vista nesses 20 anos de Constituição de 1988.

Protógenes vai à guerra 2


Protógenes vai à guerra

O delegado acusa o comando da Polícia Federal de vigiá-lo durante as investigações contra Daniel Dantas. E se prepara para reagir às acusações de que avançou o sinal na Operação Satiagraha
Rodrigo Rangel, de Brasília

Baiano de nascimento, mas criado no Rio de Janeiro, Protógenes ganhou esse nome porque seu pai, ex-militar do Exército, resolveu homenagear o almirante Protógenes Guimarães, ministro da Marinha no primeiro governo de Getúlio Vargas e governador do Rio entre 1935 e 1937.

Aos 49 anos, pai de três filhos de três casamentos diferentes, o delegado mais polêmico do momento é cristão – e demonstra ser bastante ligado à família.

Um dos celulares que o acompanham 24 horas por dia serve apenas para falar com a mulher. O aparelho tem um toque diferente, daqueles bem escandalosos.

Apesar de estar em meio a um furacão, Protógenes se mostra um homem multitarefas. Arruma tempo até para pagar as contas de casa.

E o faz com atenção. A ponto de perceber que o plano de saúde está lhe cobrando em dobro a fatura do mês. O delegado reclama. E logo segue para o banco, tendo à mão meia dúzia de boletos, um deles das Casas Bahia.

O delegado é de hábitos simples. Anda bem vestido, com gravatas vistosas. Mas não faz questão de luxo. Nos hotéis onde se hospeda, sua única preocupação é com a privacidade.

Semana passada, em rápida viagem a Goiânia para receber uma homenagem, ele se ausentou por algumas horas do hotel. Ao retornar, não hesitou em pedir para trocar de quarto.

A explicação para o pedido: enquanto estava fora, alguém poderia ter entrado e instalado uma escuta. No quarto novo, escolhido de supetão, não haveria esse risco.

Na véspera, outra cena do delegado que desconfia de tudo. Era noite. Num restaurante do Setor Marista de Goiânia, ele se senta para jantar. O salão está vazio e, à exceção da mesa onde está sentado, um casal chega e ocupa justamente a mesa ao lado.

Logo, começa a disparar flashes em direção à mesa do delegado. Protógenes desconfia. Eleva a voz. Quer que o casal perceba que ele está incomodado. A estratégia funciona. Coincidência ou não, o casal logo pede a conta e sai, apressado.

Sem as prerrogativas dos tempos em que presidia o inquérito da Satiagraha, ao delegado agora resta a expectativa pelo resultado das quatro investigações abertas pelo Ministério Público e pela própria Polícia Federal para apurar supostos desvios em sua operação.

“Isso tudo vai ser esclarecido”, afirma.

Enquanto isso, Prótogenes colhe apoios pela internet, em seu blog pessoal, e começa a assumir um ativismo diferente daquele de antes: planeja viajar pelo país em atos contra a corrupção.

O primeiro deles foi justamente o da semana passada, em Goiânia.
O delegado foi aplaudido de pé por uma platéia formada, em sua maioria, por estudantes de direito. É uma cena do Protógenes solitário, que agora não anda mais cercado por seu staff. Ainda possui aliados, mas a crise os obrigou à discrição.

Para esta quarta-feira (17), há mais um evento na agenda. Desta vez, em Porto Alegre. Na capital gaúcha, Protógenes participará de debate sobre corrupção a convite da deputada federal Luciana Genro, do PSOL.

Falará sobre as dificuldades que enfrentou na Satiagraha e, inevitavelmente, sobre seu afastamento da investigação. Por ironia, discursará a convite da filha do ministro da Justiça, Tarso Genro, a quem a Polícia Federal está subordinada.

O delegado tem discurso pronto para as críticas. Além de negar que tenha feito ou encomendado escutas ilegais, diz não haver nenhuma ilegalidade na participação de agentes da Agência Brasileira de Investigação (Abin) na Operação Satiagraha.

“A Abin faz parte do Sistema Brasileiro de Inteligência, o Sisbin, e a troca de informações pelos órgãos que integram esse sistema é normal”, diz.

A mesma explicação o delegado dá para a participação dos serviços secretos das Forças Armadas, revelada por ÉPOCA. O que nem Protógenes sabe dizer é até onde foram os agentes secretos nos quais depositou sua confiança.

Há quem admita a possibilidade desses agentes, sabe-se lá movidos por quais interesses, terem implantado uma bomba-relógio dentro da investigação mais importante da vida do delegado.

O clima, agora, é de desconfiança geral.



“Um dia o Brasil vai saber os segredos” - Protógenes Queiroz

“Um dia o Brasil vai saber os segredos”
Protógenes Queiroz


Os discos rígidos apreendidos na casa de Daniel Dantas têm material explosivo, afirma o delegado

por Rodrigo Rangel
Gustavo Miranda
CONTRA O SUPREMO

Protógenes Queiroz protesta contra as restrições impostas pelo STF ao uso de algemas pela polícia

O delegado da polícia federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, resolveu partir para a guerra contra aqueles que o acusam de irregularidade.

Para ele, os episódios que põem a operação em xeque – como a suspeita de que ele grampeou o ministro Gilmar Mendes, do STF – são parte de um plano para desacreditar a investigação.

Na quinta-feira, Protógenes posou para um ensaio fotográfico usando algemas, ao lado de um promotor e um juiz federal.

“É assim que nós estamos agora, e tudo isso por causa de uma operação que investigou um banqueiro com ligações estreitas com o poder”, afirmou.

ÉPOCA Afinal, o senhor fez grampo clandestino ou não?

Protógenes Queiroz – De maneira nenhuma. Isso é uma grande mentira, lançada levianamente, envolvendo o nome de pessoas importantes no cenário da República e de dois órgãos importantes, que são a Abin e a Polícia Federal. O objetivo daquela informação, engenhosamente montada, foi tirar o foco dos investigados e centrar nos investigadores.

ÉPOCA Com base em que o senhor afirma isso?

Queiroz – Cadê o áudio? Como se lança uma conversa entre duas pessoas importantes da República – o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres – e não se apresenta o áudio? Não se pode deixar de lado a figura central de uma investigação que abalou as estruturas do país. Está se discutindo todo o arcabouço legislativo do Brasil por causa de uma investigação contra um banqueiro. Não um simples banqueiro, mas um poderoso banqueiro com ligações extremamente estreitas com pessoas do topo do aparato estatal. Isso foi demonstrado durante a investigação. Não posso entrar no mérito, porque a investigação ainda está sob sigilo.

ÉPOCA O senhor se refere a quem quando fala em “topo do aparato estatal”?

Queiroz – Eu me refiro às cúpulas do sistema. Ao topo do aparato estatal.

ÉPOCA O Poder Executivo ou não só?

Queiroz – Eu diria em termos de Estado. Não classificaria se é Executivo, Legislativo e Judiciário, mas a desenvoltura com que aparecem fatos para obstar as investigações tem um resultado prático. E aí são reveladas as pessoas que estão comprometidas com esse sistema.

ÉPOCA Mas a investigação que o senhor fez é alvo de pelo menos quatro procedimentos para apurar possíveis desvios.

Queiroz – Há que apurar os ilícitos, e não tentar produzir provas para o bandido. Com todo o respeito pelos encarregados dessas investigações, a defesa está esperando o resultado para pedir a anulação da operação. Isso é deprimente. Para mim, quem protege bandido, bandido é.

ÉPOCA Quem acompanha o caso tem a impressão de que há um jogo de ameaças nessa história. Isso está acontecendo?

Queiroz – Tudo o que foi colhido na Operação Satiagraha está nos autos.

ÉPOCA E qual o potencial desse material?

Queiroz – No material apreendido, considero da maior importância os discos rígidos da residência do investigado Daniel Dantas, porque ali pode haver segredos que podem marcar a história do Brasil.

ÉPOCA São os discos que estavam na tal parede falsa?

Queiroz – Positivo. Eu reputo ser esse o material mais importante da operação.

ÉPOCA E o que há nesses discos?

Queiroz – O conteúdo está sendo analisado pela equipe que assumiu a investigação e espero que, um dia, o Brasil conheça esse material.

ÉPOCA O senhor considera natural recorrer à ajuda dos serviços secretos das Forças Armadas?
Queiroz – Não vejo problema. Esses órgãos fazem parte do Sistema Brasileiro de Inteligência. A cooperação é prevista em lei.

Protógenes vai à guerra 1



Protógenes vai à guerra

Rodrigo Rangel, de Brasília
Anderson Schneider

ELE FALOU


O delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, da Polícia Federal

O delegado Protógenes Queiroz, afastado do comando da Operação Satiagraha, é agora um homem solitário. Os aliados de antes, como o também delegado Paulo Lacerda, foram apeados do poder.

E ele, Protógenes, já não tem mais a retaguarda da poderosa Diretoria de Inteligência Policial, o bunker da Polícia Federal que nos últimos anos funcionou como fábrica de provas contra toda espécie de criminosos no país.

Protógenes integrava o primeiro time da DIP.

Por suas mãos passaram alguns dos casos mais rumorosos da crônica policial brasileira, como os que levaram para a cadeia o contrabandista Law Kin Chong e o ex-prefeito paulistano Paulo Maluf.

No entanto, depois da Satiagraha, a operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o delegado viu sua vida virar pelo avesso.


Primeiro o inquérito saiu de suas mãos, com direito a manifestação até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, Protógenes se vê sob a acusação de ter montado um aparelho paralelo na operação para grampear clandestinamente altas autoridades da República.

O inferno de Dantas, o banqueiro-alvo da Satiagraha, acabou por se transformar no inferno de Protógenes.


O delegado promete reagir.

E o início desta reação tem como alvo o atual comando da Polícia Federal.

Ele não fala em nomes.

Mas fica evidente: o destinatário dos tiros é o atual diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.

Em entrevista a ÉPOCA, Protógenes afirma que, após reduzir sensivelmente o número de policiais encarregados da investigação, a direção da polícia passou a vigiar os policiais que permaneceram no caso.

Inversão de valores:

Jobim quer punir jornalistas que divulgam grampos e deseja a quebra do sigilo da fonte

O ministro da Defesa praticou ontem seu maior ataque à liberdade de expressão. Durante o depoimento à CPI dos Grampos, Nelson Jobim defendeu mudanças na legislação para punir pessoas responsáveis por vazar informações obtidas em escutas telefônicas, inclusive jornalistas. Jobim também sugeriu que a imprensa possa ser obrigada a revelar suas fontes em alguns casos.

“Os senhores terão que prestar atenção não só no interceptador ilícito, mas também no vazador de informações. Se os senhores não fecharem as duas pontas, vai continuar a acontecer o que está acontecendo”.

Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e que sonha ser candidato à sucessão presidencial de 2010, com o apoio dos banqueiros nacionais e internacionais, Nelson Jobim sugeriu aos integrantes da CPI que façam propostas para alterar a legislação sobre o sigilo da informação jornalística.

No debate com parlamentares, Jobim insinuou que os jornalistas podem utilizar o preceito da liberdade de expressão para agir com irresponsabilidade e sugeriu que os deputados considerem se "a liberdade é a mesma coisa que a irresponsabilidade":

“Temos que discutir se o sigilo da fonte é ou não absoluto, ou se pode ser relativizado em casos constitucionais. Já há alguns casos em que o Supremo Tribunal Federal relativizou os direitos constitucionais”.

Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que limitou o acesso a dados sobre escutas legais registradas nas empresas de telefonia, Jobim reclamou que as CPIs são conhecidas fontes de vazamento de dados.

Segundo ele, isso ocorre devido à "relação perniciosa que se estabelece entre jornalistas, deputados, ministério público e polícia". Mais uma vez, Nelson Jobim comprovou seu total desapreço pela democracia, que é a segurança do direito individual natural.


O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que é jornalista profissional, confrontou Jobim e lembrou o ministro dos prejuízos à democracia que resultariam do cerceamento da liberdade de imprensa.

Miro citou o ex-presidente americano Thomas Jefferson, defensor da liberdade de imprensa como garantia de uma sociedade livre e segura.

Depois pediu que o ministro Jobim se recordasse que só foi possível descobrir que o presidente do STF, Gilmar Mendes, teria sido grampeado por descoberta da imprensa.
Leia mais.

É penoso para todos as pessoas de bem deste país ver o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmar, em um dia, que a Abin tem equipamentos de escuta e, no dia seguinte, mentir miseravelmente sobre este mesmo assunto ao Congresso.
Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

GOVERNO MENTE SOBRE ABIN E GRAMPO


NOTA OFICIAL DO DEM SOBRE ABIN E GRAMPOS
O presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia, repudiou em nota oficial do seu Partido dois fatos políticos desta quinta-feira:

1) a declaração do presidente Lula da Silva admitindo o retorno do delegado Paulo Lacerda ao comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e

2) as informações enviadas pelo governo ao Congresso assegurando que equipamentos da ABIN não podem realizar grampos.

GOVERNO MENTE SOBRE ABIN E GRAMPO

A Comissão Executiva Nacional do Democratas considera que o laudo da Polícia Federal enviado ao Congresso pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência é baseado em investigação feita sem qualquer independência e não expressa a verdade dos fatos.

Para nós, do Democratas, caracteriza grave desrespeito do Executivo à sociedade e ao Congresso o envio de um documento deste à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência e à CPI dos Grampos.

Mais uma vez, lastimavlemente, o governo do presidente Lula mente ao povo brasileiro sustentando que não existe criminoso para um crime que foi comprovado: a escuta ilegal da conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO),

É penoso para todos as pessoas de bem deste país ver o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmar, em um dia, que a Abin tem equipamentos de escuta e, no dia seguinte, mentir miseravelmente sobre este mesmo assunto ao Congresso.


Igualmente deplorável é ler declarações do presidente da República admitindo a volta ao governo do comando suspeito da Agência Brasileira de Inteligência.


Para nós, democratas, o retorno da diretoria da Abin representa um golpe à segurança jurídica do país. O delegado Paulo Lacerda e os demais diretores foram afastados porque o ministro da Defesa acusou a Abin de ter adquirido maletas que permitem escutas clandestinas, embora a Agência não tenha autorização legal para grampear telefones.


Além disso, a diretoria cedeu 52 agentes de forma irregular para a Polícia Federal que participaram de grampos ilegais de conversas telefônicas de deputados, senadores e de autoridades do Poder Judiciário.


Crimes foram praticados e o governo não pode readmitir suspeitos como se nada tivesse acontecido. Como partido de Oposição, o Democratas reagirá a isto na Justiça e no Congresso porque não aceita que este governo continue afrontando as regras democráticas e o Estado de Direito.

Brasília, 18 de setembro de 2008
Rodrigo Maia Presidente do Democratas

O mundo não conhece as verdadeiras intenções de Evo Morales na Bolívia


Artigo do leitor Luis Alberto Parada

O presidente Evo Morales soube vender muito bem internacionalmente sua imagem de "índio humilde" e sem dúvida o mundo a comprou. O que O mundo não sabe é a longa lista de feitos criminais que sob sua cumplicidade se sucederam ao longo de sua carreira sindical, desde o assassinato de militares até hasta violações e torturas de pessoas que passavam por seus domínios em Chapare, a zona de maior produção de cocaína do país.

O que o mundo não sabe, ou não lhe interessa saber, é que no último referendo revocatório, onde supostamente conseguiu uma votação de 67%, existiu uma das fraudes mais escandalosas da história republicana boliviana, onde foi comprovado que só na Corte Departamental de Santa Cruz (o departamento de maior oposição a Morales) existiu 20% de fraude, com pessoas que mortas há 50 anos, com duplas e triplas votações etc.

Se foi assim na região onde enfrenta a maior rejeição, sem dúvida nos lugares onde seu domínio é absoluto a situação foi pior. Isso foi corroborado pelos observadores internacionais, que em um primeiro relatório mencionaram a existência de irregularidades, mas logo depois, ante à queda do poder executivo com Insulza, estes mesmos observadores disseram que tudo estava em ordem.

O mundo não sabe que o que sucedeu em Pando foi uma armadilha que foi feita aos empregados do governo. Nestes momentos, quando se decreta Estado de Sítio nesse departamento, o ministro da Presidência Juan Ramón de la Quintana proibiu a entrada de jornalistas, tudo para preparar o cenário e limpar todas as provas dos que aconteceu realmente, tudo à espera dos observadores e investigadores internacionais que visitarão Pando para ver o que realmente ocorreu.

O mundo não sabe que o Exército está fazendo prisões políticas, invadindo lares com fuzis e granadas, disparando contra a população civil. Tanto é assim que não se tem certeza da quantidade de mortos nos conflitos por causa das balas assassinas dos militares.

Já prenderam o governador Leopoldo Fernández, acusando-o de todos os fatos acontecidos. Só se têm as imagens do desembarque de tropas da sexta-feira, quando saíram do avião disparando contra a população que se encontrava protestando, matando um pastor evangélico e ferindo muitas pessoas, entre elas uma jornalista.

Morales instruiu suas milícias (que se encontram armadas) para que marchem até Santa Cruz, com o objetivo de provocar a reação do povo da cidade para que, de igual maneira que fez em Pando, instruir as forças militares (que se encontram silenciadas por dinheiro venezuelano) que se lance contra o povo.

O mundo conhecerá, cedo ou tarde, a realidade do que está acontecendo ou está por suceder na Bolívia, e todos aqueles que hoje apóiam Morales guardarão em suas consciências haver sido cúmplices de tudo o que acontecer.

Este artigo foi escrito por um leitor do Globo Online.

Imagem do dia...!






Carona no sucesso

Os 'Obamas' tupiniquins.

Seis candidatos caçam votos com nome do democrata


Cláudio Henrique dos Anjos, o Barack Obama de Belford Roxo - Divulgação

RIO - Aspirantes a um mandato nas eleições municipais de outubro decidiram pegar carona no sucesso do candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, considerado um dos maiores fenômenos da política norte-americana desde John F. Kennedy. Pelo menos um candidato a prefeito e cinco a vereador adotaram o nome do senador de Illinois em busca de votos e sucesso nas urnas, revela o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Pretendo entrar para a História como o primeiro negro a governar o município de Belford Roxo, assim como o americano Barack Obama pretende entrar para a História como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos

A idéia de usar o nome Barack Obama foi minha mesmo. Falei um dia: vou ser igual a esse rapaz. E eu serei. Eu quero ser o Barack Obama.


Bruno Villas Bôas - O Globo

"Que Crise? Vai perguntar para o Bush"

Brasil e Rússia perdem mais

Um dia depois de o presidente Lula dizer que a crise econômica dos EUA não afeta o Brasil

("Que Crise? Vai perguntar para o Bush"), a Bovespa despencou 6,74%.


O tombo só não foi pior que o da bolsa russa, que chegou a ter negócios interrompidos após queda de 10%. Só esta semana, a bolsa de brasileira perdeu 12,38%.

O dólar fechou no Brasil a R$ 1,868, com alta de 2,41%.

Apesar da estatização da maior seguradora dos EUA, a AIG, os investidores em todo mundo não estão convencidos de que a crise financeira está longe do fim.

Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 4,06% e o Nasdaq recuou 4,94%.

Houve quedas em quase todos os mercados de Europa e Ásia.
O ouro e o petróleo registraram as maiores altas, em dólares, da História.

O banco americano Washington Mutual, que teve queda de 10% em suas ações, era oferecido ontem para a venda.

Outra instituição, o Morgan Stanley, estudava uma fusão com Wachovia.

Não precisava um constrangimento deste tipo, diz Tarso.

De Evandro Éboli:

O ministro da Justiça, Tarso Genro, saiu em defesa do delegado Romero Menezes, diretor-executivo da PF. Tarso considerou a prisão desnecessária e disse estar perplexo com as acusações feitas pelo Ministério Público contra o número dois da PF.

Ele criticou o comportamento do procurador da República Douglas Santos Araújo, do Amapá, que fez o pedido da prisão temporária à Justiça Federal.
O ministro disse que "deseja sinceramente" que o delegado seja inocente.

— Não era necessária a prisão, bastaria o juiz pedir a retirada da função. Não precisava um constrangimento deste tipo. Mesmo absolvido, ele (Romero) já teve esse desgaste público — afirmou Tarso.

O ministro foi cauteloso nas críticas ao procurador e afirmou que, se houve pedido de prisão, e a Justiça aceitou, é porque deve ter alguma base. Tarso disse que achou estranho Araújo não ter acompanhado o depoimento de Romero à PF, anteontem.

O Globo

Não precisava um constrangimento deste tipo. Mesmo absolvido, ele (Romero) já teve esse desgaste público — afirmou Tarso.

Grampo até dentro da PF

De Jailton de Carvalho:

Policiais encarregados da Operação Toque de Midas instalaram escutas ambientais e grampearam durante 20 dias, com autorização judicial, os telefones do diretor-executivo da Polícia Federal, Romero Menezes, preso anteontem por determinação da Justiça Federal e solto na madrugada de ontem por um habeas corpus.

Os grampos captaram conversas que, segundo policiais, mostram Menezes, o segundo homem na hierarquia da PF, interferindo em favor do irmão José Gomes de Menezes Júnior, gerente da empresa de limpeza e segurança Serv-San. Menezes é acusado de advocacia administrativa, vazamento de informações e corrupção entre outros crimes.

Os policiais federais decidiram instalar escuta ambiental no gabinete do diretor-executivo e grampear seus telefones há pouco mais de um mês.

O pedido teve como base o suposto envolvimento do delegado no vazamento de informações sigilosas da Toque de Midas, operação que investiga supostas fraudes cometidas pela mineradora MMX, do empresário Eike Batista, na licitação da concessão da estrada de ferro entre Serra do Navio e o Porto de Santana, no Amapá.

As suspeitas contra Menezes surgiram depois do fracasso da primeira etapa da investigação. Antes da operação, dois delegados fizeram um relato minucioso do caso a Menezes e pediram ao diretor a mobilização de 250 policiais e dois helicópteros.

Eles seriam destacados para uma possível prisão de Eike Batista e para o cumprimento de mandados de busca em endereços do empresário.

Na reunião, Menezes se opôs à operação. Alegou que a PF estava sob forte críticas por causa da Operação Satiagraha, investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas, e se tornaria um alvo ainda mais fácil para os críticos, caso fosse levada adiante um plano de prender Eike Batista.

O Globo

BYE, BYE, SOBERANIA NACIONAL!


BYE, BYE, SOBERANIA NACIONAL!

1. Temos agora uma organização supranacional, a UNOSUL, que invade a esfera privativa das competências dos Estados para fazer recomendações como acaba de ocorrer em Santiago do Chile:

condenar o ataque às instalações públicas e exigir a pronta entrega das instituições, como condições para o início do diálogo;

criar uma comissão para investigar a morte de pelo menos 30 pessoas no Departamento de Pando, durante este fim de semana ("será realizada uma investigação imparcial que formulará recomendações para garantir que esses fatos não fiquem impunes");

e, constituir outra comissão de "diálogo", que estabelecerá uma mesa de negociação entre o governo e a oposição bolivianos para colocar fim aos protestos violentos e estabelecer um canal de diálogo entre as partes.


2. Fragilizado, Evo Morales teve de acatar a invasão de suas responsabilidades e reconheceu "ser importante que alguns grupos escutem o que dizem os governo da América do Sul e seus presidentes (...) e devolvam as instituições do Estado".

Um próximo passo da UNOSUL, teme este Ex-Blog, poderá ser o de condenar o Brasil por comprar a eletricidade do Paraguai a um preço fora das cotações internacionais...

Aguarda-se os próximos passos de uma instituição que nem estatutos tem.

Ex-Blog do Cesar Maia 17/09/2008

Polícia brasileira tem carta branca para matar, diz ONU

Violência

Um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a violência no Brasil aponta dados alarmantes sobre o número de assassinatos no país, e diz que a polícia muitas vezes 'contribui para o problema em vez de solucioná-lo'.

Segundo o documento, a prática de classificar os assassinatos feitos por policiais como meros "autos de resistência" dá aos agentes 'carta-branca' para matar.

Relator especial da ONU sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, Philip Alston destaca ainda que 'o Brasil tem uma das maiores taxas de homicídio no mundo, com mais de 48 mil pessoas mortas por ano'.

E diz que, no Rio de Janeiro, 'os policiais em serviço são responsáveis por quase 18% do número total de mortes, matando três pessoas a cada dia'.

"Assassinatos cometidos por quadrilhas, companheiros de cela, policiais, esquadrões da morte e assassinos mercenários regularmente são notícia no Brasil e no mundo.

Execuções extrajudiciais são apoiadas por grande parte da população, que teme as altas taxas de crime e tem consciência de que o sistema de justiça criminal é muito lento para punir efetivamente os criminosos.

Muitos políticos, ansiosos por agradar o eleitorado amedrontado, falharam em demonstrar a vontade política necessária para controlar as execuções perpetradas pela polícia", diz um trecho do documento.

O Globo Online
Agência Brasil

CONSPIRAÇÃO 1 – DECIDI CONTAR TUDO - por Reinaldo Azevedo

Chega!

A VEJA pode me mandar embora.

Mas contarei tudo.

Serei o mártir da verdade.

A revista conspirou, sim!

Não dá mais para negar.

E lamento que Luís Nassif e Paulo Henrique Amorim, que, heroicamente, querem derrubar Lula, não tenham percebido o lance mais ousado da trama.


Decidi contar tudo! Acabou!
Não deixarei que esses dois heróis do jornalismo investigativo fiquem falando sozinhos.
Estendo a minha mão amiga.
Ofereço a minha solidariedade.

Eu confesso!
Inicialmente, a conspiração envolvia apenas Daniel Dantas. Sentimos a necessidade de ampliar o grupo. Nassif descobriu tudo — vocês sabem, ele é um fuçador: hoje, admito, integram a organização secreta, comandada por VEJA, além de Dantas, o presidente Lula, o governador José Serra, a ministra Dilma Rousseff, a Folha, o Estadão e as Organizações Globo.

Não, Tarso Genro, ministro da Justiça, nós rejeitamos. Nosso líder máximo bradou:

“Poeta de mão cheia aqui, não!”

Pois é...O ministro deixou registrado em versos que sua avó parecia uma patinha. Aquilo não me saiu mais da cabeça.

Mais: fez um verso definitivo:

“Em Cuba, planta-se cana”.

Pretendo escrever com Nelson Ascher um ensaio a quatro mãos sobre o significado oculto deste verso a quatro mãos.

Sim, rendo-me: Carta Capital, de Mino Carta, também um gigante entre gigantes, revelou outra banda secreta do núcleo comandado por VEJA: José Dirceu, em associação com o ministro Gilmar Mendes.

Estão fazendo a contabilidade? I

maginem o tamanho do bolso de VEJA para ter sob seu comando tais potentados. As nossas reuniões são engraçadíssimas.

A direção da revista grita: “Agora todo mundo sapateando!” E todo mundo sapateia. Dilma é a mais serelepe. Diogo queria fazer um teste de gramática para que as pessoas fossem admitidas no grupo.

Lula protestou:

"É preconssêitu!"

Tive de ponderar:

“Pô, Diogo, pouco importa que seja apenas a língua a nos dividir!"

Não adianta vocês me perguntarem o que quer esse grupo porque, mesmo fazendo parte dele, ainda não entendi direito o nosso propósito.

Um dia, enquanto rachávamos algumas pizzas, até perguntei para Dilma e Serra:

“Mas me digam: se estamos todos juntos, contra quem vamos lutar?” É um velho bordão de uma organização trotskista a que pertenci — a gente o usava para sacanear a "frente com a burguesia nacional" proposta pelo Partido Comunista Brasileiro.

Serra apagou o cigarro num claro sinal de impaciência e ameaçou me mandar para a cafua, gerenciada por Daniel Dantas. Ainda bem que Dirceu entrou apaziguando os ânimos.

Com aquele sotaque muito característico, ele me repreendeu:

“Esse seu esquerrrdismo atrapalha um pouco a gente”.

“Mas, Zé (na intimidade, eu o chamo de “Zé”), atrapalha em quê?”

Ao dar a sua resposta, percebi a dimensão e a importância de gente como Mino, Nassif e Paulo Henrique:

“Sinceramente, não sei; mas eles sabem”.

É dura a vida de um conspirador. E tem lá as suas surpresas

Agora, a bomba

Não, ainda não contei tudo. Confesso: Padre Júlio Lancelloti e Padre Pinto — aquele que recebia entidades do candomblé durante a missa — fazem parte de nossa organização; são o nosso braço no, digamos assim, clero. Lamento chocar os leitores de Luís Nassif, uma gente sempre tão perspicaz, tão apta a entender as entrelinhas, tão treinada para dissecar o jogo político e entender os seus simbolismos. Isso ele não revelou, não é? Preparem-se: quando digo “tudo”, é “tudo mesmo”! Tem mais.

Lembram-se do padre dos balões? Era uma arma secreta. Dantas cuidava pessoalmente do desenvolvimento do projeto. Só sei que o alvo era o Vaticano, uma retaliação a uma ovelha infiel, que decidiu dissentir: Bento 16. Pouca gente sabe, mas Dantas tem a Santa Sé no Bolso.

E a minha revelação final: Nassif, Mino e Paulo Henrique também pertencem à organização, mas não sabem disso. De modo indireto, nós lhes pagamos uma boa grana para escrever coisas ridículas. Enquanto isso, governamos o Brasil...

No próximo encontro, tem karaokê. Eu e Dilma estamos ensaiando An Uncommun Love, cantada, assim, olho no olho. Ela faz uns solos de deixar K. D. Lang no chinelo. Diante de tal presença, vocês sabem, só me resta ser a Carole King...

Por Reinaldo Azevedo

PROTÓGENES, E AGORA!

PROTÓGENES, E AGORA!

Bernardino Matos

Satiagraha, é o nome,
de um fedorendo atoleiro,
cercado de um abelheiro.
que ferroa, mata e some,
e com avidez consome,
os impostos que pagamos,
e enquanto pobres ficamos,
o Oportunity cresce,
uma quadrilha enriquece,
e no país grassa a fome.

Uma elite doutorada,
em desvio de dinheiro,
com o faro do banqueiro,
perita em patocoada,
Protógenes, que mancada!
fazer investigação,
usando grampeação,
querer fuçar os meandros,
desse covil de malandros,
pegou canoa furada.

Montaram o mensalão,
um grupo de assaltantes,
que por meios aviltantes,
assaltaram a nação,
numa associação,
com Lula de presidente,
no papel de indiferente,
pegou longo uma surdez,
e ficou cego de vez,
e perdeu a falação.

Ficaram todos sentidos,
isso vem de longa data,
no Brasil é coisa nata,
dá proteção a bandidos,
sempre tão bem acolhidos,
eles são pesquisadores,
dos governos assessores,
descobrem sempre um furo,
um desvio mais seguro,
conquistas de tempos idos.

Protógenes, e agora!,
você que era brioso,
que era consciencioso,
botaram você pra fora,
Protógenes,e agora!
e o congresso aproveita,
onde se viu tal desfeita!,
roubar é crime pé-duro,
coisa peba, sem futuro,
sina de gente caipora.

E em vez de Daniel,
hábil em estratagema,
que geriu todo o esquema,
você é que é o réu,
nesse grande carrocel,
nesse parque de recreio,
nesse montado rodeio,
onde os melhores vaqueiiros,
e os mais hábeis toureiros,
parecem mais um xeréu.

E, assim, com tantos papos,
pré-sal, essa tosca homília,
PAC e bolsa família
com essa lingua-de-trapos,
Lula tece com fiapos,
uma rede ardilosa,
em cadeia mentirosa,
ludibriando a nação,
enganando esse povão,
que gosta de engolir sapos.

Pra escapar do lodaçal,
o governo é descarado,
procura um aloprado,
pra meter nele o pré-sal,
um fundo descomunal,
que vai tudo resolver,
na saúde e no saber,
e o negócio é pra já,
o petróleo vai jorrar,
na esfera federal.

Nós vamos é exportar,
sal pra todo o planeta,
de navio e de maleta,
pois pro petróleo jorrar,
muito tempo vai levar,
é grande o investimento,
tenho o pressentimento,
que Cahvez vai ser o sócio,
nos lucros dese negócio,
transas de Ali-Babá.

E os deputados vendidos,
que farejam poder,
o triste MDB,
pelo povo escolhidos,
preferem ser incluídos,
no elenco da cobiça,
onde circula a mundiça,
onde esqueceram a decência
e vendem a consciência,
por cargos bem protegidos.

E as CPI são usadas,
pra sepultar a justiça,
como areia movediça,
logo elas são aviltadas,
pra não serem aprovadas,
leis que veham impedir,
tanta torpeza fluir,
pelo ralo da sujeira,
onde passa a roubalheira,
em mentes tão aguçadas.

Protógenes, e agora!
você virou criminoso,
nesse circo ardiloso,
colocou o seu na reta,
e essse bando de trompeta,
que gosta muito de fundo,
que vasculha o sub-mundo,
que adora montar grampos,
que percorreu tantos pampos,
fará de você ninfeta.

E você que vai votar,
não escolha picareta,
fuja dessa micareta,
só você pode mudar,
o rumo desse vagar,
jogue fora esse pinico,
mande pra longe esse mico,
escolha gente decente,
que nos faça ir pra frente,
que saiba onde quer chegar.

Nesse circo bem montado,
não queira ser o palhaço,
não dobre o seu espinhaço,
pois sempre foi considerado,
um reles pobre coitado,
que não tem eira nem beira,
não ouça mais essa asneira,
você é quem tem poder,
basta você escolher,
gestor bem intencionado.

Fortaleza, 15/09/08

de Giuseppe Martinelli,
em seu poema "Os Três Poderes"


Ex-agente do SNI diz que seu trabalho na Satiagraha era separar papéis

Numa sessão esvaziada o ex-agente do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações) Francisco Ambrósio do Nascimento disse que em momento algum se sentiu um espião.

por KEYLA VIANA DIAS

Folha Online, em Brasília

A participação dele no episódio se resumiu a um "colaborador eventual contratado para um trabalho específico de separar papéis, ou seja, burocrático", disse Ambrósio.

O depoimento dele foi tomado apenas pelo presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), além do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) como convidado.

Acompanhado de advogado, o agente aposentado repetiu que recebeu R$1.500 por mês para trabalhar para o delegado Protógenes Queiroz, tudo em espécie, mas mediante recibo.

Segundo Ambrósio, não há descontrole na PF, mas o delegado Protógenes chegou a afirmar que estava sendo seguido, e que iria procurar saber o que estava acontecendo, se era de iniciativa da própria instituição.

Bilionários dos EUA ficam menos ricos com a crise

NOVA YORK - A crise nos mercados financeiros que se instalou nos Estados Unidos desde o ano passado já provocou reflexos negativos nas grandes fortunas do país.

Na lista dos 400 mais ricos dos EUA deste ano, elaborada pela revista Forbes, nada menos que 126 ficaram mais pobres - ou, no caso, menos ricos.
O número é seis vezes maior que as quedas nas fortunas registradas no ano passado.


Entre as principais vítimas da crise está o ex-presidente da seguradora AIG - que teve de receber uma injeção de US$ 85 bilhões do banco central americano esta semana para não quebrar -, Maurice Greenberg.

No ano passado, com uma fortuna pessoal de US$ 2,8 bilhões, ele era o 135º colocado na lista. Este ano, nem aparece nela. Ou seja, sua fortuna hoje é inferior a US$ 1,3 bilhão, o mínimo exigido para se entrar no ranking.


A lista da Forbes é encabeçada, pelo 15º ano consecutivo, pelo fundador da Microsoft, Bill Gates.

Mas mesmo ele não ficou imune às turbulências. Sua fortuna pessoal caiu de US$ 59 bilhões para US$ 57 bilhões, segundo a revista.

O segundo colocado, o investidor Warren Buffett, também ficou menos rico - passou de US$ 52 bilhões para US$ 50 bilhões.

Em terceiro lugar, com US$ 27 bilhões, vem Lawrence Ellison, fundador da Oracle.
Agência Estado

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Crise Americana bem Explicada

A CRISE DA ECONOMIA AMERICANA

Para quem gosta do assunto ou quer entendê-lo...

Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de dólares.

Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia.

Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.
Com os 800.000 dólares. Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares.

A diferença, 400.000 dólares que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou carro novo (alemão) pra ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou tv de plasma de 63 polegadas, 43 notebooks, 1634 cuecas.

Tudo financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito.
Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo.

As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez...


O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Fácil....parecia fácil.

Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós fixadas) e o Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre.


Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa pra vender como nunca.
Paul foi agüentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as das 3 casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, as das cuecas, dos notebooks, da tv de plasma e do cartão de crédito.

Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela.

Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as 3 casas mas, ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou.

Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das 3 casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul.
Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo.

Paul entregou aos bancos as 3 casas que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido.

Paul quebrou.

Ele e sua família pararam de consumir...


Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis.

Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Com a inadimplência dos Pauls esses títulos começaram a valer pó.


Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses
títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos.

Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel...

Preço que despencou. Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em 500.000 dólares e de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.


Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura.

A inadimplência dos milhões de Pauls atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares.

A farra do crédito fácil um dia acaba.

Acabou.
Com a inadimplência dos milhões de Pauls, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber.

Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado.
O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.

O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez.

O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos.

Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão.
O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas. Até que na semana passada o impensável aconteceu.

O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico.

Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns, amanheceu, na segunda feira última, quebrado, insolvente.
No domingo o FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por 2 dólares por ação.

Há um ano elas valiam 160 dólares. Durante esta semana dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos.

A bola da vez seria o Lehman Brothers, um bancão.

O mercado e as pessoas seguem sem saber o que nos espera na próxima segunda-feira.
O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro.

A coisa pode estar apenas começando.

Só o tempo dirá.

...de forma bem didática!!!
por Vera Valverde