Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

“Um dia o Brasil vai saber os segredos” - Protógenes Queiroz

“Um dia o Brasil vai saber os segredos”
Protógenes Queiroz


Os discos rígidos apreendidos na casa de Daniel Dantas têm material explosivo, afirma o delegado

por Rodrigo Rangel
Gustavo Miranda
CONTRA O SUPREMO

Protógenes Queiroz protesta contra as restrições impostas pelo STF ao uso de algemas pela polícia

O delegado da polícia federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, resolveu partir para a guerra contra aqueles que o acusam de irregularidade.

Para ele, os episódios que põem a operação em xeque – como a suspeita de que ele grampeou o ministro Gilmar Mendes, do STF – são parte de um plano para desacreditar a investigação.

Na quinta-feira, Protógenes posou para um ensaio fotográfico usando algemas, ao lado de um promotor e um juiz federal.

“É assim que nós estamos agora, e tudo isso por causa de uma operação que investigou um banqueiro com ligações estreitas com o poder”, afirmou.

ÉPOCA Afinal, o senhor fez grampo clandestino ou não?

Protógenes Queiroz – De maneira nenhuma. Isso é uma grande mentira, lançada levianamente, envolvendo o nome de pessoas importantes no cenário da República e de dois órgãos importantes, que são a Abin e a Polícia Federal. O objetivo daquela informação, engenhosamente montada, foi tirar o foco dos investigados e centrar nos investigadores.

ÉPOCA Com base em que o senhor afirma isso?

Queiroz – Cadê o áudio? Como se lança uma conversa entre duas pessoas importantes da República – o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres – e não se apresenta o áudio? Não se pode deixar de lado a figura central de uma investigação que abalou as estruturas do país. Está se discutindo todo o arcabouço legislativo do Brasil por causa de uma investigação contra um banqueiro. Não um simples banqueiro, mas um poderoso banqueiro com ligações extremamente estreitas com pessoas do topo do aparato estatal. Isso foi demonstrado durante a investigação. Não posso entrar no mérito, porque a investigação ainda está sob sigilo.

ÉPOCA O senhor se refere a quem quando fala em “topo do aparato estatal”?

Queiroz – Eu me refiro às cúpulas do sistema. Ao topo do aparato estatal.

ÉPOCA O Poder Executivo ou não só?

Queiroz – Eu diria em termos de Estado. Não classificaria se é Executivo, Legislativo e Judiciário, mas a desenvoltura com que aparecem fatos para obstar as investigações tem um resultado prático. E aí são reveladas as pessoas que estão comprometidas com esse sistema.

ÉPOCA Mas a investigação que o senhor fez é alvo de pelo menos quatro procedimentos para apurar possíveis desvios.

Queiroz – Há que apurar os ilícitos, e não tentar produzir provas para o bandido. Com todo o respeito pelos encarregados dessas investigações, a defesa está esperando o resultado para pedir a anulação da operação. Isso é deprimente. Para mim, quem protege bandido, bandido é.

ÉPOCA Quem acompanha o caso tem a impressão de que há um jogo de ameaças nessa história. Isso está acontecendo?

Queiroz – Tudo o que foi colhido na Operação Satiagraha está nos autos.

ÉPOCA E qual o potencial desse material?

Queiroz – No material apreendido, considero da maior importância os discos rígidos da residência do investigado Daniel Dantas, porque ali pode haver segredos que podem marcar a história do Brasil.

ÉPOCA São os discos que estavam na tal parede falsa?

Queiroz – Positivo. Eu reputo ser esse o material mais importante da operação.

ÉPOCA E o que há nesses discos?

Queiroz – O conteúdo está sendo analisado pela equipe que assumiu a investigação e espero que, um dia, o Brasil conheça esse material.

ÉPOCA O senhor considera natural recorrer à ajuda dos serviços secretos das Forças Armadas?
Queiroz – Não vejo problema. Esses órgãos fazem parte do Sistema Brasileiro de Inteligência. A cooperação é prevista em lei.

0 comentários: