por Rodrigo Rangel
O delegado da polícia federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, resolveu partir para a guerra contra aqueles que o acusam de irregularidade.
Para ele, os episódios que põem a operação em xeque – como a suspeita de que ele grampeou o ministro Gilmar Mendes, do STF – são parte de um plano para desacreditar a investigação.
Na quinta-feira, Protógenes posou para um ensaio fotográfico usando algemas, ao lado de um promotor e um juiz federal.
“É assim que nós estamos agora, e tudo isso por causa de uma operação que investigou um banqueiro com ligações estreitas com o poder”, afirmou.
Protógenes Queiroz – De maneira nenhuma. Isso é uma grande mentira, lançada levianamente, envolvendo o nome de pessoas importantes no cenário da República e de dois órgãos importantes, que são a Abin e a Polícia Federal. O objetivo daquela informação, engenhosamente montada, foi tirar o foco dos investigados e centrar nos investigadores.
Queiroz – Cadê o áudio? Como se lança uma conversa entre duas pessoas importantes da República – o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres – e não se apresenta o áudio? Não se pode deixar de lado a figura central de uma investigação que abalou as estruturas do país. Está se discutindo todo o arcabouço legislativo do Brasil por causa de uma investigação contra um banqueiro. Não um simples banqueiro, mas um poderoso banqueiro com ligações extremamente estreitas com pessoas do topo do aparato estatal. Isso foi demonstrado durante a investigação. Não posso entrar no mérito, porque a investigação ainda está sob sigilo.
Queiroz – Eu me refiro às cúpulas do sistema. Ao topo do aparato estatal.
Queiroz – Eu diria em termos de Estado. Não classificaria se é Executivo, Legislativo e Judiciário, mas a desenvoltura com que aparecem fatos para obstar as investigações tem um resultado prático. E aí são reveladas as pessoas que estão comprometidas com esse sistema.
Queiroz – Há que apurar os ilícitos, e não tentar produzir provas para o bandido. Com todo o respeito pelos encarregados dessas investigações, a defesa está esperando o resultado para pedir a anulação da operação. Isso é deprimente. Para mim, quem protege bandido, bandido é.
Queiroz – Tudo o que foi colhido na Operação Satiagraha está nos autos.
Queiroz – No material apreendido, considero da maior importância os discos rígidos da residência do investigado Daniel Dantas, porque ali pode haver segredos que podem marcar a história do Brasil.
Queiroz – Positivo. Eu reputo ser esse o material mais importante da operação.
Queiroz – O conteúdo está sendo analisado pela equipe que assumiu a investigação e espero que, um dia, o Brasil conheça esse material.
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