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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

CONSPIRAÇÃO 1 – DECIDI CONTAR TUDO - por Reinaldo Azevedo

Chega!

A VEJA pode me mandar embora.

Mas contarei tudo.

Serei o mártir da verdade.

A revista conspirou, sim!

Não dá mais para negar.

E lamento que Luís Nassif e Paulo Henrique Amorim, que, heroicamente, querem derrubar Lula, não tenham percebido o lance mais ousado da trama.


Decidi contar tudo! Acabou!
Não deixarei que esses dois heróis do jornalismo investigativo fiquem falando sozinhos.
Estendo a minha mão amiga.
Ofereço a minha solidariedade.

Eu confesso!
Inicialmente, a conspiração envolvia apenas Daniel Dantas. Sentimos a necessidade de ampliar o grupo. Nassif descobriu tudo — vocês sabem, ele é um fuçador: hoje, admito, integram a organização secreta, comandada por VEJA, além de Dantas, o presidente Lula, o governador José Serra, a ministra Dilma Rousseff, a Folha, o Estadão e as Organizações Globo.

Não, Tarso Genro, ministro da Justiça, nós rejeitamos. Nosso líder máximo bradou:

“Poeta de mão cheia aqui, não!”

Pois é...O ministro deixou registrado em versos que sua avó parecia uma patinha. Aquilo não me saiu mais da cabeça.

Mais: fez um verso definitivo:

“Em Cuba, planta-se cana”.

Pretendo escrever com Nelson Ascher um ensaio a quatro mãos sobre o significado oculto deste verso a quatro mãos.

Sim, rendo-me: Carta Capital, de Mino Carta, também um gigante entre gigantes, revelou outra banda secreta do núcleo comandado por VEJA: José Dirceu, em associação com o ministro Gilmar Mendes.

Estão fazendo a contabilidade? I

maginem o tamanho do bolso de VEJA para ter sob seu comando tais potentados. As nossas reuniões são engraçadíssimas.

A direção da revista grita: “Agora todo mundo sapateando!” E todo mundo sapateia. Dilma é a mais serelepe. Diogo queria fazer um teste de gramática para que as pessoas fossem admitidas no grupo.

Lula protestou:

"É preconssêitu!"

Tive de ponderar:

“Pô, Diogo, pouco importa que seja apenas a língua a nos dividir!"

Não adianta vocês me perguntarem o que quer esse grupo porque, mesmo fazendo parte dele, ainda não entendi direito o nosso propósito.

Um dia, enquanto rachávamos algumas pizzas, até perguntei para Dilma e Serra:

“Mas me digam: se estamos todos juntos, contra quem vamos lutar?” É um velho bordão de uma organização trotskista a que pertenci — a gente o usava para sacanear a "frente com a burguesia nacional" proposta pelo Partido Comunista Brasileiro.

Serra apagou o cigarro num claro sinal de impaciência e ameaçou me mandar para a cafua, gerenciada por Daniel Dantas. Ainda bem que Dirceu entrou apaziguando os ânimos.

Com aquele sotaque muito característico, ele me repreendeu:

“Esse seu esquerrrdismo atrapalha um pouco a gente”.

“Mas, Zé (na intimidade, eu o chamo de “Zé”), atrapalha em quê?”

Ao dar a sua resposta, percebi a dimensão e a importância de gente como Mino, Nassif e Paulo Henrique:

“Sinceramente, não sei; mas eles sabem”.

É dura a vida de um conspirador. E tem lá as suas surpresas

Agora, a bomba

Não, ainda não contei tudo. Confesso: Padre Júlio Lancelloti e Padre Pinto — aquele que recebia entidades do candomblé durante a missa — fazem parte de nossa organização; são o nosso braço no, digamos assim, clero. Lamento chocar os leitores de Luís Nassif, uma gente sempre tão perspicaz, tão apta a entender as entrelinhas, tão treinada para dissecar o jogo político e entender os seus simbolismos. Isso ele não revelou, não é? Preparem-se: quando digo “tudo”, é “tudo mesmo”! Tem mais.

Lembram-se do padre dos balões? Era uma arma secreta. Dantas cuidava pessoalmente do desenvolvimento do projeto. Só sei que o alvo era o Vaticano, uma retaliação a uma ovelha infiel, que decidiu dissentir: Bento 16. Pouca gente sabe, mas Dantas tem a Santa Sé no Bolso.

E a minha revelação final: Nassif, Mino e Paulo Henrique também pertencem à organização, mas não sabem disso. De modo indireto, nós lhes pagamos uma boa grana para escrever coisas ridículas. Enquanto isso, governamos o Brasil...

No próximo encontro, tem karaokê. Eu e Dilma estamos ensaiando An Uncommun Love, cantada, assim, olho no olho. Ela faz uns solos de deixar K. D. Lang no chinelo. Diante de tal presença, vocês sabem, só me resta ser a Carole King...

Por Reinaldo Azevedo

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