
“Eu sou você amanhã…”
Gerhard Erich Boehme
Comparando com
seu vizinho Chile, a Argentina tem conseguido a proeza de levar miséria todo o
seu povo, enquanto o Chile segue outra rota, no sentido contrário. Mas não
podemos esquecer o efeito Orloff: Em matéria de política, há quem diga que a
Argentina está sempre um passo à frente do Brasil. Muitos se utilizam até do
slogan de uma marca de vodca para brincar com o fenômeno: “Eu sou você amanhã…”
Alan Beattie,
em seu livro “Falsa economia - Uma surpreendente história econômica do mundo”,
ele que é um dos mais conceituados jornalistas econômicos da atualidade, afirma
que o mundo tem reproduzido uma falácia de pensamento – uma falsa economia – ao
considerar que o estágio de desenvolvimento de um país é inevitável, a ponto de
ele estar predestinado a ser pobre ou rico.
Para o autor,
“a história não é determinada pelo destino, pela religião, pela geologia, pela
hidrologia ou pela cultura nacional.
É determinada
pelas pessoas”. Para comprovar sua tese, apresenta nove variáveis relevantes
para o desenvolvimento de uma nação, demonstrando-as em casos emblemáticos, como
os de Argentina e Estados Unidos. No século XIX os dois países estavam entre as
dez maiores economias do mundo, mas diferentes decisões fizeram com que
trilhassem caminhos opostos. Uma tese ousada e que vai fazer você mudar a forma
de ver a história econômica do mundo.
A Argentina
nunca foi o melhor dos mundos, ainda mais para nós brasileiros, mas infelizmente
não aprendemos com ela, continuamos a repetir os seus erros, mesmo nós tendo um
Edson Arantes do Nascimento que foi preciso na sua frase, só não conseguimos a
façanha de eleger a mulher do presidente, bem aí seria demais, já chega as
medalhas da Ordem de Rio Branco que a Sra. Marisa Letícia, e as mulheres do vice
José Alencar, Mariza Gomes da Silva; e do chanceler Celso Amorim, Ana Amorim
receberam.
A Argentina
não conheceu a estabilidade econômica e o desenvolvimento que a monarquia nos
proporcionou, tivemos 67 anos de estabilidade política e econômica, uma única
Constituição, uma das mais avançadas de sua época, e caminhávamos passo a passo
com as economias mais fortes e desenvolvidas do mundo, tínhamos na época
Rebouças, Taunay e Nabuco como elementos de um triângulo que compunha as
possibilidades da estruturação do Estado Brasileiro, da "construção do Brasil" e
da consolidação do III Império com a Princesa Isabel. Seria a oportunidade de consolidarmos a
liberdade e avançarmos, sem divisões artificias.
Mas seguimos
os passos da Argentina: Em 120 e tantos anos de República, quais foram as nossas
vitórias? Vamos aos seguintes pontos, na estabilidade política, até 1988 não
tínhamos conseguido isso, tivemos em 110 anos, 9 golpes de estado, 13
ordenamentos constitucionais, 4 assembleias constituintes, 10 repúblicas, o
Congresso, em nome da Liberdade, foi fechado 6 vezes, inclusive pelo primeiro
Presidente, Marechal Deodoro da Fonseca. Se observássemos a lei, teríamos
também, face ao Mensalão e tantos outros escândalos, mais um Impeachment.
Optamos por nos subjugar internamente ao dono do Brasil, o Sr. José Ribamar
Ferreira de Araújo Costa e externamente aos ditames do Foro San Pablo, com a
polêmica participação das FARC - Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia –
Ejército del Pueblo.
E agora
submetendo a nossa juventude a uma perversa subjugação: às
drogas.
Caminhamos
para o quarto, já tivemos três grandes períodos de exceção, pelo número de
mortes, o pior deles se deu após a quartelada que muitos chamam de “Proclamação
da República”, depois durante o Estado Novo, no qual tivemos os paulistas
lutando pela liberdade com a Revolução Constitucionalista de 32, e por fim o
Regime Militar, que nos livrou de um conflito entre uma direita aparelhada,
comandada por Adhemar de Barros e Carlos Lacerda, ambos também cassados, e uma
esquerda financiada e treinada internacionalmente, ambas querendo nos subjugar.
Hoje vemos o Brasil sendo administrado com base no espelho retrovisor, ou
melhor, lembrando um genial brasileiro, com a Lanterna na Popa. Prevalece o
clientelismo político e a sindicalização do Estado, com seu capitalismo de
comparsas, intervencionista e sem mercado, e o socialismo de privilegiados,
promovendo a escravização do cidadão, seja através de uma abusiva tributação ou
de um endividamento crescente.
Voltando à
Argentina, na passagem do século XIX para o século XX, ela era o país
economicamente mais estável da América Latina. Depois da longa ditadura do
caudilho Juan Manuel Rosas (1829-52), a República Argentina organizara-se como
um Estado Liberal, mas os argentinos não souberam colocá-lo em prática, não
souberam privilegiar o princípio da subsidiariedade, como fizeram os
norte-americanos.
O poder era
exercido com base em um grande pacto nacional, predominavam os ricos senhores de
estâncias, membros dos setores comerciais e financeiros, estreitamente ligados
ao mercado internacional controlado pela Inglaterra. O volume de exportações
crescia de ano para ano. Sem a liberdade aos empreendedores e sem uma visão
estratégica, sobrou a “vocação agrária” da Argentina, aumentavam as exportações
de carne, couro, cereais e frutas secas e, na mesma medida, as importações de
maquinofaturados ingleses. A economia Argentina dependia fundamentalmente da
exportação de commodities, que são concentradoras de riqueza e renda, tal qual
ocorre com o Brasil da atualidade, com políticas públicas equivocadas,
exportamos emprego e commodities e importamos produtos com valor agregado.
Mesmo assim,
nessas condições, o país conheceu um surto modernizador com a expansão da rede
ferroviária e das comunicações, logicamente, para atender aos setores ligados ao
mercado externo.
Foi neste
momento que os argentinos subiram no pedestal, de onde não saíram, não é à toa
que um de seus líderes é um cheirador tatuado com Che Guevara ou El Che .. Ela já foi orgulhosa de ser o país mais
europeu de toda a América, na Argentina se reproduzia nos mínimos detalhes os
padrões culturais do Velho Mundo.
Nessa época
teve início o desenvolvimento da indústria Argentina, especialmente no setor de
alimentos (frigoríficos, por exemplo), o que não contrariava os interesses do
setor explorador quanto à condução da política tarifária, pois também estava
ligada ao comércio internacional. A indústria de bens de consumo duráveis viria
a se desenvolver na década de 1910, com a participação de capitais
norte-americanos e do capital marginal interno, mesmo com as reservas dos
setores tradicionais ligados à exportação e importação. A Primeira Guerra
Mundial, a exemplo de outros países da América Latina, como o Brasil do tempo de
Francesco Matarazzo e suas IRFM, permitiria um grande surto industrial na
Argentina. Com isso cresceria o operariado urbano.
Politicamente,
o Estado argentino era liberal na forma e oligárquico no seu funcionamento,
sujeito inclusive às dissidências dentro do bloco de poder e, consequentemente,
a sucessivas crises.
Mas em vez de
consolidar, a exemplo dos Estados Unidos,
Canadá e Austrália, a política liberal, os argentinos optaram pelo
radicalismo: uma experiência populista. O Brasil seguiu a Argentina em
1930.
Vale lembrar
que o populismo é uma forma de governar em que o governante utiliza de vários
recursos para obter apoio popular, principalmente a mentira. O populista utiliza
uma linguagem simples e popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não
ser igual aos outros políticos, toma medidas autoritárias, não respeita os
partidos políticos e instituições democráticas, diz que é capaz de resolver
todos os problemas e possui um comportamento bem carismático. É muito comum
encontrarmos governos populistas em países com grandes diferenças sociais e
presença de pobreza e miséria. Mazelas que dizem ter
eliminado.
Getúlio
Vargas, ex-presidente do Brasil, adotou o populismo como uma das características
de seu governo. Apelidado de "pai do pobres", promoveu seu governo com
manifestações e discursos populares, principalmente no Dia do Trabalho (1º de
maio). Não respeitou a liberdade de expressão e a democracia no país. Usou a
propaganda para divulgar suas ações de governo.
Felizmente a
nossa realidade atual é bem diferente disso, hoje temos as reformas que o Brasil
necessitava sendo realizadas e o parlamentarismo efetivamente implementado. Ou
não?
Infelizmente
não, temos o populismo calcado em um sistema mais sofisticado de hegemonia em
que o dominado não se sente dominado. Usa-se com volúpia instrumentos de
publicidade e boas articulações com os meios de
comunicações.
Voltando à
Argentina, em 1916 é eleito Hipólito Irigoyen. Com Irigoyen tem início a adoção
de algumas práticas de manipulação de massas, que, décadas mais tarde, tomará o
nome de populismo. O líder radical, agora no poder, ao mesmo tempo que não
avançava no sentido de transformações mais profundas na ordem econômica e social da Argentina, procuravam em vez de
investir em educação e assumir responsabilidades, como a de cortar gastos
públicos, passaram a conceder privilégios a sua base social de apoio. Adotam,
por exemplo, a instituição do salário mínimo e outras pequenas vantagens que
favoreciam o operariado.
Contraditoriamente,
ao mesmo tempo que mantinha intacta a grande propriedade e os interesses da
minoria abastada, longe de terem políticas públicas que viessem a dar liberdade
e responsabilidades à classe média em formação. Deixando a Presidência seis anos
depois, garantindo a eleição de um partidário, Irigoyen elege-se novamente em
1928. A crise de 1929 viria arruinar a economia Argentina, impossibilitando a
satisfação dos interesses, mínimos que fossem, das massas
urbanas.
Depois de
Hipólito Irigoyen em 6 de setembro de 1930, pela sua posição nitidamente
ante-norte-americana, vista a estreita relação entre Argentina e Inglaterra,
Irigoyen é derrubado pela aliança burguesia industrial e Exército, apoiada pelos
Estados Unidos.
Terminava
então a primeira tentativa democrática de toda a América Latina. Por outro lado,
iniciava-se o processo de sucessivas intervenções militares na política
argentina.
Em 1943 caiu
Ramón Castilho, que em 1940 – com o apoio do Exército – havia afastado Roberto
Ortiz, um presidente legalmente eleito em 1937, deposto pelo Grupo de Oficiales
Unidos (GOU). Desse grupo fazia parte o coronel Juan Domingo Perón, que no
governo militar que se instalou ocupava o cargo de Secretário do Trabalho e
Presidência, além de acumular a Vice-Presidência e o Ministério da
Guerra.
Perón comandou
a política Argentina de 4 de junho de 1946 a
21 de setembro de 1955, com seus dois primeiros mandatos, depois esteve à
frente de 12 de outubro de 1973 a 1 de julho de 1974, sendo sucedido por
Isabelita Perón.
Em 1940 entra
em cena a “República Sindicalista”, no Brasil ela veio sessenta anos depois, e a
Argentina mergulha cada dia mais e mais no caos. Como Secretário do Trabalho,
Perón tornou-se a verdadeira eminência parda do regime. Voltando-se para o
operariado urbano, criou a Confederação Geral do Trabalho (CGT), abertamente
controlada pela sua Secretaria. As lideranças sindicais foram atraídas,
inclusive pela corrupção, além da grande massa de trabalhadores não
sindicalizados. Sob a tutela do Estado a classe operária se organizava longe da
influência liberal ou mesmo de socialistas e comunistas, ou de lideranças
estranhas à CGT, duramente reprimidas diante de qualquer reação à política de
Perón.
Em vez de se
concentrar em como gerar emprego, riqueza e renda, o tema passou a ser a
distribuição, criando novos sindicatos, oferecendo melhores condições de
trabalho e salários mais altos – estes eram possíveis pelo aumento das
exportações argentinas –, como parte de uma avançada legislação trabalhista e
previdenciária, na qual se incluía a arbitragem estatal favorável ao operariado,
Perón tornou-se a figura mais importante da República Argentina. Serviu de
modelo para o segundo mandato de Vargas, sem Evita ou
Isabelita.
Em outubro de
1945, temendo o crescimento da popularidade do então presidente, um golpe
militar apoiado pelas elites tradicionais e pelos Estados Unidos derruba Perón.
A ação dos militares peronistas, a revolta das massas operárias, dos
descamisados, organizada pela CGT e por Evita, ocupando as ruas e decretando a
greve geral, levou Perón de volta ao poder. Em 17 de outubro de 1945, ao
recuperar suas antigas funções, Juan Domingos Perón passar a ser o homem mais
forte de toda a Argentina.
Nas eleições
de 1946, Perón surge como candidato apoiado pelas massas trabalhadoras urbanas e
rurais, pela Igreja e por amplos setores do bloco militar. Neste pleito,
registrou-se a primeira vitória esmagadora do peronismo: todos os senadores da
República eram peronistas; da mesma forma quase todos os deputados federais e os
governadores de províncias. As massas elegeram aquele que acreditavam ser o seu
único benfeitor.
De 1946 a
1951, o peronismo foi o elemento marcante na política argentina. Neste período
Vargas nos governou de novembro de 1930 até outubro de 1945 e de janeiro de 1951
até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou. Não deixou nem Evita e muito menos
Isabelita.
O Estado passa
a intervir diretamente na economia, monopolizando o comércio externo e
desenvolvendo uma política de nacionalização: ferrovias, comunicações, gás e
transportes urbanos. Em vez de estimular a concorrência, privilegiando o
consumidor, optou por criar estatais e acomodar parceiros e apoiadores
políticos, soube leiloar o Estado. As reservas monetárias são empregadas na
indústria de base e no aparelhamento da indústria leve.
No primeiro
momento a Argentina vive uma época de prosperidade geral: isso permite a
manutenção dos preços baixos, com a ajuda governamental e, ao mesmo tempo, dos
altos salários. Segundo Perón, “esta é a justiça social”, daí o justicialismo,
outra denominação dada ao peronismo. O culto à personalidade, parte da
propaganda de massa, o paternalismo e o autoritarismo tornam-se as grandes
características do populismo peronista. O autoritarismo é o outro lado da moeda:
o Estado generoso faz as concessões e as massas subordinadas e submissas devem
esperar por elas.
Em 1951, Perón
é reeleito presidente com outra estrondosa vitória. Contudo os efeitos da
irresponsabilidade se fazem presentes, os tempos são outros, pois as exportações
começam a diminuir em virtude da concorrência internacional, para a qual não se prepararam e internamente,
não se acumulou o capital necessário para a arrancada da industrialização, ao
mesmo tempo que aumentou a presença do capital norte-americano, esmagando
qualquer possibilidade de crescimento interno. Podemos dizer então, o que
entendo como redundante, o populismo irresponsável. A economia sem controle
começou a conhecer a inflação galopante, os salários foram congelados e a onda
de desemprego começou a afetar o operariado. A morte de Evita Perón (1952) – a
eterna Secretária do Trabalho e a verdadeira “alma” do peronismo –, o
agravamento da crise econômica e social, impedindo continuidade da política de
equilíbrio das forças sociais, típica do populismo, enfraqueceram o peronismo. A
Igreja rompe com o governo, as Forças Armadas se dividem e surge a primeira
oposição organizada a Perón. A partir de 1953, inúmeros golpes debilitam a
máquina de Estado controlada pelo presidente. Em setembro de 1955, um novo golpe
militar, a partir de Córdoba, derruba Juan Domingos Perón, que passa a viver no
exílio.
Entre 1930 e
1955 a Argentina conheceu mais de dez tentativas de golpes militares. Contudo,
outras cinco intervenções militares na política argentina resultaram na
derrubada de governantes, inclusive, a de Perón, em
1955.
O fantasma da
esquerdização do movimento operário argentino e a ameaça de revigoramento do
peronismo, além da impossibilidade de superação dos graves problemas que
abalaram a economia nas últimas décadas, trouxeram os militares para a cena
política, em caráter permanente.
De 1962,
quando foi deposto Arturo Frondizi, por permitir a participação de peronistas
nas eleições do ano, até 1983, quando a Argentina se redemocratizou com a
vitória de Raul Afonsín, o país conheceu nove golpes militares. No Brasil
tivemos a contrarrevolução de 1964 e dentro dela, em 1969 a revolução dentro da
Revolução.
Perón colocou
literalmente a Argentina rumo à miséria. Em vez de se concentrarem na educação e
criar uma infraestrutura adequada à liberdade e competitividade do país, optaram
pelo bem-estar social penalizando o contribuinte, também acertaram em muitas
ações, como o investimento na área da saúde. Mas o grande erro foi afastar os
investimentos internacionais, realizaram a expulsão de multinacionais do país e
as nacionalizações. Em vez de mais mercado, passaram a
tutelá-lo.
Perón volta do
exílio a Argentina em 1973, com o fim do governo militar. Ele é reeleito
presidente com 60% dos votos, tendo como vice a sua terceira mulher Isabelita.
Entre golpes e
instabilidade política, prevaleceu sempre na Argentina o populista, agora o
mesmo é realizado por Cristina Kirchner, infelizmente o populismo, tal qual em
muitos países da América Latina, agravou o cenário nacional, se há quatro anos a
pobreza, a desigualdade social e o emprego eram as maiores preocupações dos
argentinos, hoje são a corrupção, a insegurança – a violência crescente - e a
falta de transparência política.
Na Argentina,
tal qual no Brasil, uma palavra idolatrada pelo povo é "social". Em nome do
social, não só tudo é possível, mas também desejável. Esquece-se totalmente das
calculadoras, e ignoram-se leis tão simples como não gastar mais do que se tem.
Adotam-se jargões para encontrarem culpados. Passa a ser inevitável a
articulação conjunta com o Foro San Pablo, destruindo as instituições e
combatendo a imprensa livre.
A consequência
natural disso é um aumento explosivo nos gastos públicos, típico do Estado
benfeitor, que acaba inevitavelmente em um severo déficit fiscal, gerando
inflação via emissão de moedas ou recessão via aumento de impostos ou juros.
Isso sem falar
de todos os direitos nobres concedidos ao povo, como educação superior gratuita,
moradia digna, transporte gratuito, trabalho bem remunerado, velhice tranquila
e, por fim, felicidade eterna.
Seguramente houve acertos, mesmo os populistas não erram 100% do
tempo.
Argentinos e
brasileiros são assim grandes sonhadores, os argentinos com as mulheres, as
Evitas, Isabelitas e as Cristinas, nós com embusteiros, “palanqueiros” e as
festas e suas passeatas na Paulista.
O Brasil
encontrou seu rumo, mas sem o charme das mulheres. O que nos caracteriza é que
passamos, por conta do populismo, a detestar a dura realidade da vida, cheia de
incertezas e insegurança, não nos preocupamos muito com o fato de que, para
garantir tanto privilégio assim a alguns, precisa tirar de
outros.
Paradoxalmente,
o Estado, em prol do "social", deixa mais miseráveis do que encontrou, e temos
inúmeros exemplos empíricos disso, sendo um dos principais a Argentina de Perón.
Eva, sua esposa, confundiu Estado com instituição de caridade, e quem pagou o
elevado preço foi a população, que saiu da prosperidade, de um dos países mais
prósperos na época, para a miséria. Será
que o povo romântico não tem a mínima capacidade intelectual para entender que
são justamente todos esses "direitos adquiridos" pelos monopólios dos sindicatos
que jogaram metade dos brasileiros na
informalidade?
Será que os
mais de 150 milhões de latino-americanos desempregados ou na economia informal
estão felizes com todos esses benefícios? Não conseguem perceber que isso é
também a causa de um sistema de previdência falido que até na Europa,
principalmente na França, representa uma bomba-relógio insustentável no médio
prazo?
Mas voltando
às lições que os argentinos não fizeram. Deixaram de entender que as leis da
economia são naturais como a água, que deveriam ser
observadas.
Em fins de
1958, Ludwig Heinrich Edler von Mises
foi convidado pelo Dr. Alberto Benegas Lynch para pronunciar uma série de
conferências na Argentina, destas conferências surgiu posteriormente um livro
que contém a transcrição das palavras dirigidas a centenas de estudantes
argentinos.
Suas
conferências foram proferidas em inglês, no enorme auditório da Universidade de
Buenos Aires. Em duas salas contíguas,
estudantes ouviam com fones de ouvido suas palavras que eram traduzidas
simultaneamente para o espanhol. Ludwig Heinrich Edler von Mises falou sem
nenhuma restrição sobre capitalismo, socialismo, intervencionismo, comunismo,
fascismo, política econômica e sobre os perigos da ditadura. Aquela gente jovem
que o ouvia não sabia muito acerca de liberdade de mercado ou de liberdade
individual.
O auditório
reagiu como se uma janela tivesse sido aberta e o ar fresco tivesse podido
circular pelas salas. Ele falou sem se valer de quaisquer apontamentos. Como
sempre, seus pensamentos foram guiados por umas poucas palavras escritas num
pedaço de papel. Sabia exatamente o que queria dizer e, empregando termos
relativamente simples, conseguiu comunicar suas ideias a uma audiência pouco
familiarizada com sua obra de um modo tal que todos pudessem compreender
precisamente o que estava dizendo.
von Mises fez
posteriormente uma revisão destas transcrições no intuito de publicá-las em
livro. Coube a sua esposa esta tarefa e ela teve muito cuidado em manter intacto
o significado de cada frase, em nada alterando o conteúdo e preservando todas as
expressões que costumava usar, tão familiares a seus leitores. Bem, o livro está
aí, disponível hoje a todos
.
E as lições
são:
Primeira
Lição: O
capitalismo
Segunda
Lição: O
socialismo
Terceira
lição: O
intervencionismo
Quarta
lição: A
inflação
Quinta
lição: Investimento
externo
Sexta
lição: Política e ideias
O livro
reflete plenamente a posição fundamental do autor, que lhe valeu - e ainda lhe
vale - a admiração e os insultos dos adversários. Resta saber que posição
devemos adotar, a realidade e a determinação para superar seus desafios ou a
ilusão e aguardar dos outros a solução dos seus problemas, quem sabe vindas dos
partidos e outras entidades que integram o Foro San Pablo .
O livro está
disponível para download
.
E quando
falamos de petróleo, seja em função do conflito da Argentina com o Chile, ou com
o Reino Unido, não podemos deixar de comentar o efeito que produz em uma
sociedade, como foi bem observado por Celso
Furtado.
E a questão do
petróleo, será que trará benefícios ao argentino? E ao brasileiro? De minha
parte creio que não e o digo baseado em um importante estudo conduzido pelo
ex-ministro Celso Furtado, onde dois estudos pioneiros do economista mostram o
impacto negativo da abundância de petróleo para a economia da Venezuela. O
resulto está aí, além de ter colocado um déspota/demagogo no
poder.
Estudos nos
anos 50 e 70 mostram que a abundância dos recursos do petróleo foi instrumento
de concentração de renda e de desigualdade.
A euforia
provocada pela descoberta de enormes reservas petrolíferas no litoral brasileiro
- na camada pré-sal da bacia de Santos- pôs em segundo plano uma evidência
histórica: são minoria os países que souberam usar os recursos do petróleo para
promover o desenvolvimento econômico e social.
Pesquisadores
e economistas de todo o mundo tentam explicar o fenômeno. Estes dois estudos
pioneiros foram lançados pela primeira vez em
livro.
Tratam-se das
pesquisas realizadas pelo economista Celso Furtado (1920-2004) na Venezuela em
dois momentos distintos, 1957 e 1974, agora reunidas em "Ensaios sobre a
Venezuela - Subdesenvolvimento com abundância de
divisas".
Furtado é um
dos maiores economistas brasileiros e autor, entre outras obras, de um clássico
da economia política: "Formação Econômica do Brasil", livro editado pela
primeira vez em 1959 e que disseca a história sobre como o país se desenvolveu e
passou de uma organização feudal e agrária até alcançar os primeiros passos de
uma economia industrial.
Nos estudos
sobre a influência do setor petrolífero na Venezuela, ele faz amplo diagnóstico
dos impactos das receitas do combustível sobre a estrutura produtiva. As
pesquisas tiveram circulação restrita. A primeira foi alvo de uma espécie de
"censura branca" do ditador Marcos Pérez Jiménez, que comandava a Venezuela em
1957.
Agora, diante
da perspectiva de as reservas brasileiras se multiplicarem nos próximos anos,
Rosa Freire D'Aguiar, viúva do economista, decidiu publicar os estudos no
primeiro volume da série "Arquivos Celso Furtado". E neste caso cabe também uma
comparação do Egito com Israel, a Jordânia ou mesmo o Brasil .
"É uma análise
fascinante. Mostra como a sobrevalorização do câmbio, nas circunstâncias de boom
petrolífero, pode afetar a indústria e a agricultura de um país. Por isso, o
general de plantão [na Venezuela] não achou muita graça", diz
ela.
Encomendado
pela Cepal (órgão da ONU para assessoramento à América Latina e ao Caribe), o
estudo de 1957 -quando a Venezuela surfava num ciclo de alta do petróleo-
conclui que a abundância de divisas fragilizou a agricultura do país e impediu
que ele se industrializasse (à exceção, evidentemente, do setor
petrolífero).
"A combinação
dos elevados salários monetários com a sobrevalorização externa (preços baixos
dos equipamentos) dá origem a uma tendência de substituir mão-de-obra por
capital (...), resultando em atraso na diversificação ocupacional da população e
na expansão do mercado interno", escreveu Furtado. O trabalho conseguiu antever
um fenômeno relevante em países excessivamente concentrados no setor do petróleo
apenas anos mais tarde.
"É
um ensaio pioneiro, que antecipa as linhas conceituais do que a ciência
econômica só viria a entender depois, quando estudou os impactos do câmbio
permanentemente sobrevalorizado por causa da exportação de commodities", diz
Carlos Medeiros, professor da UFRJ.
Nas últimas
duas décadas, economistas e pesquisadores vêm se esforçando para entender o
fenômeno, que ficou conhecido como "doença holandesa" - referência às crescentes
exportações de gás natural do país europeu na segunda metade da década de
70.
Quando voltou
à Venezuela para o segundo estudo, em 1974, já sob um regime democrático, na
primeira gestão de Carlos Andrés Pérez, em outro ciclo de alta do petróleo,
Furtado constatou que a situação havia se agravado.
No caderno de
anotações pessoais, o economista brasileiro escreveu: "Não pode haver maior
evidência de que o subdesenvolvimento é uma maneira deformada de acumular
capital. Caracas é uma criação do automóvel: imensos capitais foram imobilizados
para criar esse corpo pesado que funciona queimando
royalties".
Na pesquisa de
1974, além de reiterar a força nefasta do petróleo sobre a produtividade da
economia, Furtado observou que a Venezuela perdera a capacidade de poupar:
"Criou-se um sistema econômico que produz pouco excedente sob a forma de
poupança e impostos. Um sistema fundamentalmente orientado para o consumo e o
desperdício".
E, nas
anotações e reflexões pessoais, o economista observou ainda que não apenas o
quadro econômico havia se deteriorado. "Ele constatou um mal típico de sistemas
daquele tipo: a corrupção política, que já existia na ditadura dos anos 50,
ficou ainda pior", diz Rosa.
No início de
1975, Furtado deixou Caracas. Pouco depois, Andrés Pérez, embalado pelo dinheiro
fácil, nacionalizou a indústria do petróleo - e de siderurgia. Em 1989, voltou
ao poder num ciclo de baixa. Quatro anos depois, foi afastado sob impeachment,
acusado de corrupção.
A Venezuela
estava mergulhada numa crise, resultado da ressaca provocada pelo petróleo e
pelo endividamento público. Um ano antes de Pérez ter sido afastado, um obscuro
e polêmico coronel paraquedista liderou uma tentativa de golpe: um certo Hugo
Chávez.
A m... esta
feita. Agora não se salva mais a Venezuela
.
O problema é
que o socialismo PTista-bolivariano é a receita certa para a pobreza, mas não se
dão conta disso .
Ainda que
requeiram tempo, as soluções existem. Mas, dependem de pesquisa científica,
projetos sérios e planejamento. Em resumo, de uma boa administração e de uma boa
engenharia.
Mas, e os
administradores? E os engenheiros?
De uma coisa
temos certeza, assim continuaremos a pagar os mais elevados impostos, e a manter
uma das máximas, a de que o Estado arrecada cada dia mais impostos e presta
menos serviços públicos de qualidade, assim nos tornamos uma das sociedades que
mais promovem:
a) a discriminação espacial .
b) a alienação através das drogas .
c) a violência .
d) a concentração de renda .
e) o desperdício de alimentos e perda de
qualidade de vida
.
f) a pobreza ou estagnação do crescimento
econômico .
g) a venda do Brasil e não de produtos e
serviços brasileiros
.
h) a violência contra as mulheres .
i) o desrespeito com instituições do Estado
j) a concentração urbana e o desrespeito à
qualidade de vida
.
k) a violência nas escolas .
l) a escravidão
m) a doutrinação
E qual seria a
solução:
a) entendermos
a importância do princípio da subsidiariedade
b) entendermos
a diferença entre democracia e a oclocracia
.
c)
discriminarmos nos recibos e notas fiscais o quanto pagamos de impostos .
Os dois
primeiros dependem da educação e da maturidade, no caso de nós mesmos, o
terceiro está tramitando no Congresso e
depois de institucionalizada a prática, o próprio povo brasileiro irá entender
as razões pelas quais não tomamos o rumo do desenvolvimento
.
Bem, com o que
escrevi procurei dar uma visão geral dos erros que cometemos, e como seguimos os
erros de outros países, com destaque aos erros cometidos na Argentina e deixamos
de olhar para o Chile que segue no caminho correto. Posso estar errado, ou ter
cometido erros, neste caso peço que me enviem através dos endereços abaixo as
informações necessárias que possam me convencer do contrário.
Quem sabe a
Presidente Dilma seja uma das primeiras, ou um de seus assessores realmente
comprometidos com o povo brasileiro, com destaque para sua liberdade, para que o
Brasil possa de fato prosperar:
"Não se conhece nação que tenha prosperado na ausência de regras claras de garantias ao direito de propriedade, do estado de direito e da economia de mercado."
(Prof. Ubiratan Iorio de Souza) .Gerhard Erich BoehmeSkype: gerhardboehmeCaixa Postal 1501980530-970 Curitiba PR
1 comentários:
Que inferno essa coisa do Foro de Sao Paulo. Que chances vc acha que o Aecio tem de ganhar?
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