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sábado, 6 de julho de 2013

Os interesses dos partidos que travam a reforma política

Projetos que podem mudar o modelo eleitoral estão engavetados há anos no Congresso porque os principais partidos do país não chegam a um consenso


Laryssa Borges
de Brasília

Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília
NÃO COLOU - Manobra do governo para tentar aprovar um plebiscito para a reforma política e mudar as regras do jogo já em 2014 fracassou (Ueslei Marcelino/Reuters)

O plebiscito oportunista proposto pelo governo para realizar a reforma política neste ano dificilmente sobreviverá. O que pouco se discute, porém, em relação a essa tentativa rasteira do PT e do Palácio do Planalto, é que projetos para mudar o modelo eleitoral brasileiro estão parados no Congresso há anos.

A dificuldade em fazer o tema avançar no Legislativo vai além da inoperância dos articuladores políticos de Dilma Rousseff: os principais partidos do país têm posições (e interesses) distintos na reforma política. 

Não é exagero afirmar que cada partido tem sua própria versão da reforma política ideal. O PT, por exemplo, que detém a maior bancada de deputados federais do país, insiste na ideia bolivariana de convocar uma Constituinte exclusiva para tratar do assunto e tentar mudar as regras eleitorais já em 2014 – ainda que isso atropele princípios constitucionais.

Nesse caso, a manobra visa aprovar antigos sonhos da sigla, como o financiamento público de campanha e a institucionalização do voto de cabresto (voto em lista fechada).

O prejuízo para a Rede, nova sigla de Marina Silva
Financiamento público de campanha
Pela proposta defendida pelo PT, pessoas e empresas farão doações para um fundo, e os recursos serão distribuídos para as campanhas de acordo com a votação do partido na eleição anterior.

Como a Rede ainda está em formação, a legenda teria apenas verba residual para aplicar na campanha. Mesmo tendo 20 milhões de votos em 2010, a ex-senadora teria direito a somente 0,16% do dinheiro público.


Cláusula de barreira
A proposta de se criar uma cláusula de desempenho poderia afetar diretamente a sobrevida da Rede porque exigiria do partido, ainda em formação e pouco conhecido, a conquista de um mínimo de votos para ter representatividade.


Distritão
Desconhecida, a Rede teria dificuldade em derrotar grandes puxadores de voto nos rincões do Brasil.
“Nunca houve um debate no Brasil sobre os pontos da reforma política. Agora vai ser no convencimento. A população há de ser convencida da tese de cada partido, mas essa mesma população, a rigor, não domina com profundidade cada um dos temas da reforma política”, admite o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI). “O PT não quer ficar isolado e já estamos debatendo nossas ideias com outros partidos”, completa.

O PMDB, a segunda maior bancada na Câmara, tem outras pretensões. Com capilaridade nos rincões do país, a legenda que mais elegeu prefeitos em 2012 – foram 1.024 prefeituras das 5.568 disputadas – defende a adoção do chamado "distritão", sistema que promoveria a eleição dos candidatos a deputado mais votados em seus estados, independentemente das siglas pelas quais concorreram.

O modelo, entretanto, tem o grave risco de institucionalizar o “sistema eleitoral Tiririca” – deputado que, por ter obtido cerca de 1,3 milhão de votos, acabou elegendo também outros parlamentares.

O "distritão" substituiria o sistema proporcional com coligação, que leva em conta o quociente eleitoral (divisão do número de votos pelo número de vagas do estado na Câmara), e poderia provocar no Congresso a ascensão de diversos “Tiriricas” ou puxadores de voto que não necessariamente tenham afinidade ou interesse em um mandato político.

O "distritão" favorece os grandes partidos, que têm boa inserção nos grotões e são conhecidos até pelo eleitor menos politizado. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que, com base nas eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados em 2010, PT, PMDB, PP e DEM poderiam ter bancadas maiores do que as que conseguiram eleger se a regra do "distritão" já estivesse em vigor.

Com uma crise deflagrada em sua base no Congresso, tudo indica que a presidente Dilma Rousseff dificilmente conseguirá salvar seu plebiscito improvisado para mudar as regras do jogo em 2014. Mas o debate sobre a necessidade de uma reforma política no Brasil seguirá em pauta, legislatura após legislatura.

“O governo está completamente amador nas discussões sobre reforma política”, avalia o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). “Precisamos dar uma resposta concreta e real para a sociedade, e não uma resposta com uma consulta popular feita às pressas”, diz o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO).


As viagens de Cabral com o helicóptero oficial


Reportagem de VEJA desta semana mostra que o governador do Rio costuma passar os fins de semana em sua casa em Mangaratiba com a mulher, os dois filhos, duas babás e Juquinha, o cachorrinho de estimação.

O meio de transporte da turma é o helicóptero oficial do governo


Otávio Cabral e Leslie Leitão
Cabral embarca no EC 135, seu helicóptero reserva, avaliado em 8 milhões de reais
(Leslie Leitão)

Longe de ser uma prerrogativa do Legislativo, o uso e abuso da coisa pública é algo de que entendem perfeitamente governantes como, por exemplo, Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro.

Ele costuma passar os fins de semana em sua casa em Mangaratiba com a mulher, os dois filhos, duas babás e Juquinha, o cachorrinho de estimação. O meio de transporte da turma é o helicóptero oficial do governo — um Agusta AW109 Grand New, que Cabral mandou comprar por 15 milhões de reais em 2011, depois de voar em um igualzinho, de propriedade de Eike Batista.

Às sextas, o Agusta leva para Mangaratiba todo mundo, menos Cabral, e retorna ao heliporto do governo. No sábado, leva apenas Cabral e volta. No domingo, faz duas viagens: a primeira traz a família Cabral e a segunda, as empregadas — no que é chamado pelos pilotos de "voo das babás".

"Já levamos para Mangaratiba cabeleireira, médico, prancha de surfe, amigos dos filhos. Uma babá veio ao Rio pegar uma roupa que a primeira-dama tinha esquecido. Uma empregada veio fazer compras no mercado. É o helicóptero da alegria", diz um piloto.


Durante a semana, Cabral usa o helicóptero todos os dias para ir trabalhar, ainda que seja de apenas 10 quilômetros a distância entre seu apartamento e o Palácio Guanabara — e de 7 a que separa o palácio do heliporto. O voo tem duração de três minutos.

No mercado, o aluguel de um helicóptero desse tipo custa 9 500 reais a hora. Os gastos de Cabral com o equipamento ficam em cerca de 312 000 reais por mês, ou 3,8 milhões por ano.

Em nota, sua assessoria informou que Cabral “usa o helicóptero do governo sempre que necessário para otimizar o seu tempo e cumprir todos os seus compromissos”. Na quinta-feira, a rua do governador voador foi ocupada por 400 manifestantes que empunhavam cartazes de “Fora, Cabral”.

Naquele mesmo dia, VEJA testemunhou o helicóptero decolar mais uma vez para o palácio, como ele faz diariamente. Se Cabral viu o protesto, portanto, não entendeu sua mensagem. E assim caminham os políticos — ou melhor, voam.


06/07/2013


A fervura da presidente



A governante em fim de mandato, já diziam os velhos políticos, nem cafezinho é servido

O Estado de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff tem ainda um ano e meio de mandato pela frente, a copa do Planalto continua às suas ordens, mas a cada dia fica mais evidente o processo de fervura a que está sendo submetida.

Não admira.

Chacoalhando na ribanceira das pesquisas de opinião, conseguiu ser a um só tempo oportunista e estabanada ao tentar desviar as atenções gerais do descalabro dos serviços públicos, denunciado nas ruas a plenos pulmões, apresentando-se, para recuperar a popularidade perdida, como padroeira de uma redentora reforma política mediante plebiscito - como se essa fosse a demanda central das manifestações que espocaram por todo o País.


Agindo de novo como a dona da verdade que imagina ser, ignorou o vice-presidente e jurista Michel Temer, para não falar dos líderes da base aliada, e jogou na mesa o curinga de uma consulta popular para a convocação de uma Constituinte apartada do Congresso com a exclusiva incumbência de reescrever as regras do sistema político e eleitoral.

O lance, que a seu juízo decerto parecia genial, sucumbiu em menos de 24 horas, ao ficar escancarada a sua ilegalidade.

Dilma não se deu por achada: alegou, descaradamente, que o que propusera não era bem isso e voltou à carga com a feitiçaria de outro plebiscito para obrigar os políticos a fazer a reforma a tempo de entrar em vigor já nas eleições de 2014.

E, para mostrar quem é que manda, enviou ao Congresso cinco "sugestões" de mudança, como se nunca antes elas tivessem sido cogitadas por deputados e senadores.


O açodamento, combinado com a soberba, a cegou para os obstáculos que fariam a mágica desandar. Antes de mais nada, não previu que a Justiça Eleitoral exigiria 70 dias de prazo, a contar da aprovação do teor do plebiscito no Legislativo, para providenciar a sua realização.

Nem que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), respaldado pelos titulares dos 27 tribunais regionais, alertasse que não pode autorizar consultas sobre temas a que o eleitorado não pode responder ou acerca dos quais não esteja suficientemente esclarecido.

Na primeira categoria está a Constituição, insuscetível de ser alterada nas urnas.

O prazo estipulado pelo TSE caiu do céu para os presidentes peemedebistas da Câmara e do Senado e as respectivas lideranças nas duas Casas, que se opõem ao plebiscito, ainda que alguns o tenham endossado da boca para fora.


Reunidos com o vice (e presidente licenciado do PMDB) Michel Temer e uma trinca de ministros, líderes de oito partidos aliados reiteraram que não seria possível aprovar os termos do plebiscito, justificar na TV posições a favor ou contra cada um deles, efetuar a consulta e transformar em lei os seus resultados, tudo antes de 5 de outubro, quando devem estar definidas as normas da eleição cujo primeiro turno se realizará na mesma data de 2014.

Temer, cuja lealdade primeira é com o PMDB e que não há de ter digerido a marginalização a que a presidente o submeteu no episódio da Constituinte, disse que "não havendo condições temporais (sic) para fazer a consulta", é preciso aceitar o "inexorável" - reforma política só para as eleições subsequentes.

O que se seguiu foi uma patética demonstração de que Dilma só faz correr atrás dos prejuízos para a sua autoridade que ela mesma se encarrega de causar.


A presidente pediu a Temer que voltasse atrás, e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que reforçasse o recuo.

Eles divulgaram notas ladinas, repetindo que o "ideal" continua sendo um plebiscito para valer em 2014.
O episódio apenas acentua a solidão política de Dilma, enquanto o seu mentor se vê obrigado a negar a toda hora que tenha parte com o "volta, Lula".

O coro cresce na razão direta das "barbeiragens" da sua escolhida, como ele teria qualificado a ideia da Constituinte exclusiva.

Ontem, a colunista Dora Kramer, do Estado, revelou que a presidente desabafou com um político: "Ninguém me defende".

Informado, o titular do Senado, Renan Calheiros, retrucou: "Ela tentou jogar a crise no colo do Congresso".

É de lembrar o clássico Ninguém me ama, de Antônio Maria: "… E quem me abraça não me quer bem".


06 de julho de 2013


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Os Jovens do Restelo




Por Nelson Motta
O Globo

Há quase um mês, a presidente Dilma comparava os que criticavam o governo ao Velho do Restelo, de Camões, como símbolo do derrotista agourento. Hoje a rainha está nua. E ninguém ousa lhe contar.

O mito da grande gestora ruiu: como mostrou a reportagem de José Casado, seu governo não conseguiu gastar em 2012 nem metade das verbas do orçamento para Saúde, Educação e Transporte — o que desmoraliza qualquer gestão. E também é a prova cabal de que não falta dinheiro para investir, mas capacidade de usá-lo em benefício da população.

Com os assessores e aliados que tem, que se borram de medo dela, a presidente não tem pior adversário do que seu temperamento autoritário, mesmo sendo uma democrata.




Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Foto: Gerdan Wesley


Um exemplo é a recente sugestão, crítica jamais, do ministro Gilberto Carvalho à presidente, em reunião ministerial para aplacar os protestos: “Temos que estar mais juntos dos movimentos sociais. Esta meninada que está nas ruas antigamente estava com a gente. Não está mais.”

Por que será? rsrsrs

Uma pista: 74% dos petistas consultados pelo Datafolha são a favor da prisão imediata dos mensaleiros condenados. Eles também se sentem traídos.

Como estar mais junto de movimentos sociais espontâneos, sem lideranças nem manadas domesticadas, que não podem ser cooptados com verbas e cargos?

Será que ele não entendeu que as jovens multidões estão contra os privilégios, a corrupção e a incompetência dos governos, do PT e dos demais partidos? Ou tem medo de dizer e a rainha gritar “cortem-lhe a cabeça”?

Na mesma reunião, a ministra Maria do Rosário diagnosticou que “houve um afastamento do governo das demandas dos movimentos sociais. O governo está longe do PT antigo”.

Mas os movimentos sociais da ministra estão longe das ruas, não estão demandando nada além do de sempre, se contentam com verbas e afagos do ministro Gilberto. A UNE, os sindicatos amestrados e os movimentos sociais estatizados não estavam na rua.

Quem estava eram os Jovens do Restelo, a classe média, a antiga e a nova, que paga a conta. Para eles, do PT antigo de Zé Dirceu, João Paulo e Genoino, quanto mais longe, melhor.

A solidão na crise



Por Dora Kramer
ESTADÃO

Um político que não milita no Executivo nem faz parte da roda de conselheiros, mas é muito próximo de Dilma Rousseff, teve dois sugestivos diálogos na semana passada.

Um com ela, no Palácio do Planalto, outro com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

A intenção dele era ajudá-la a encontrar uma saída, mas tudo o que conseguiu foi concluir que a presidente tem consciência de que está numa encruzilhada da qual não sabe como sair e que se sente abandonada pelo PT e pelos partidos da base aliada.

“Ninguém me defende, fugiram todos”
, disse ela ao interlocutor. A maior parte do tempo, no entanto, ouviu calada.

O amigo lhe disse: “Você nunca quis 39 ministérios, não pediu para o Brasil sediar a Copa, de verdade não queria a parceria com o PMDB. Isso tudo é herança do Lula”.
Silêncio. “Essa não é você”, ponderou o amigo, aconselhando-a a reagir segundo as próprias convicções. Da Copa não é possível voltar atrás, “mas você pode reduzir o número de ministérios e deixar de lado a aliança com o PMDB”, insistiu.

Silêncio. Rompido apenas para externar o desagrado por pagar a conta sozinha: “Estou apanhando de todos os lados e nem tudo é responsabilidade minha”.

Não falou mal de Lula, não criticou esse ou aquele aliado, não deu sinal de que tenha a mais pálida ideia do que fazer.

O interlocutor da presidente saiu dali e foi procurar o presidente do Senado para lembrar-lhe alguns fatos e cobrar lealdade.

“O governo foi forçado a apoiar sua volta à presidência, não faltou ao Sarney quando ele quase foi afastado na crise dos atos secretos (em 2009), por que agora essa atitude agressiva sua e do PMDB?”


Frio como um peixe, Calheiros respondeu: “Porque ela tentou jogar a crise no colo do Congresso”. Segundo consta, nada mais disse nem lhe foi perguntado.

A conversa aconteceu dias depois de o presidente do Senado ter requisitado avião da FAB para ir ao casamento da filha do líder do governo Eduardo Braga, em Trancoso (BA), enquanto o País gritava de Norte a Sul que está farto dos espertos.

Chá e antipatia. O tempo fechou na reunião ministerial de segunda-feira quando o ministro Moreira Franco (PMDB) falou em inflação em termos, digamos mais realistas que o cenário cor-de-rosa pintado pelo colega Guido Mantega.

A certa altura, a presidente Dilma Rousseff o chamou de “burro”.

No dia seguinte, na reunião da executiva do partido, nenhum dos ministros do partido – só Edison Lobão não foi, alegando doença – disse uma palavra em defesa da presidente que no encontro só não foi chamada de bonitinha.

Pode até ter sido arroubo momentâneo, mas na versão original da nota oficial sobre o resultado da reunião constava a disposição de entregarem os cargos.

O texto dizia algo como “que a presidente faça o que quiser com os ministérios”. A turma do deixa disso ponderou que os termos poderiam soar pessoalmente ofensivos e que não era hora de radicalizar em público.

Sobre eleição e reedição da aliança com o PT, o clima, que já não era bom antes da queda de Dilma nas pesquisas, ficou muito pior, mas o momento é de indefinição.

O PMDB não vê como a presidente possa voltar ao patamar anterior, não crê na candidatura de Lula, acha que quem vai se beneficiar eleitoralmente é quem, no campo da oposição, souber capitalizar a insatisfação, mas não vê um nome no horizonte.

Telhado de vidro. O PMDB e o Congresso estão sem autoridade para revides depois que se descobriu que os presidentes da Câmara e do Senado – ambos do partido e eleitos pela maioria dos pares – fizeram uso particular de bem público em desfaçatez ímpar, dado o momento.
05/07/2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Paulo Henrique Amorim é condenado a prisão por injúria contra Heraldo Pereira





MÔNICA BERGAMO
 
JOELMIR TAVARES

FOLHA

O apresentador Paulo Henrique Amorim, da TV Record, foi condenado à prisão por chamar o jornalista Heraldo Pereira, da TV Globo, de "negro de alma branca".

A pena, por crime de "injúria preconceituosa", foi fixada em um ano e oito meses de reclusão, e substituída por pena restritiva de direito a ser ainda definida.

Como Amorim completou 70 anos em fevereiro, os desembargadores diminuíram a pena em três meses, "diante da atenuante de senilidade" prevista em lei.

Em 2009, o apresentador, que mantém um blog na internet, publicou um texto com críticas a Heraldo Pereira. Nele, disse que o jornalista era "negro de alma branca" que "não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde".

Na sentença, a desembargadora Nilsoni de Freitas Custódio considerou que as declarações de Amorim "foram desrespeitosas e acintosas à vítima" e que "foi nítida a intenção de ofender a honra" de Pereira.

A advogada Maria Elizabeth Queijo, que representa Amorim, disse que vai recorrer. "O Paulo exerceu o direito de crítica. Ele tem esse estilo muito contundente, irônico, cortante. Mas a história toda da vida dele é de defesa dos negros, das cotas, de políticas afirmativas. Soa estranho ser acusado dessas práticas."

No ano passado, Amorim teve que se retratar publicamente, em anúncios de jornais, por causa das declarações sobre Heraldo Pereira.


04/07/2013

A Copa de Lula




Todos podem protestar em todos os lugares — exceto nas imediações das sagradas arenas da Copa das Confederações

Por Demétrio Magnoli

Essa foi a mensagem enviada pelas autoridades na “semana quente” das manifestações populares.

Sem intervenção policial, manifestantes cercaram palácios e interromperam vias expressas. Em São Paulo, o eixo sensível da Avenida Paulista, onde se concentram os hospitais, foi liberado para os protestos.

Contudo, nas cidades-sede do evento, batalhões de choque delimitaram um “perímetro de segurança nacional” e atacaram manifestantes pacíficos que tentavam ultrapassá-lo.

A regra do protesto ilimitado excluiu os “territórios internacionais” sob controle efetivo da Fifa. Nunca, numa democracia, um governo nacional se curvou tão completamente a uma potência externa desarmada.

A bolha policial de isolamento dos estádios estendeu-se por dois a três quilômetros. Não se tratava de assegurar o acesso de torcedores às arenas, mas de impedir que as marcas dos protestos ficassem impressas sobre as marcas da Fifa e das empresas patrocinadoras.

“A condição prévia para a Copa é a cessão temporária da soberania nacional à Fifa, que assume funções de governo interventor por meio do seu Comitê Local.” Nesse espaço, dois anos atrás, Adriano Lucchesi e eu definimos a Copa do Mundo de 2014 como uma “festa macabra” justificada pela “lógica perversa do neopatriotismo”.

Não fomos os únicos, nem os primeiros. O jornalista Juca Kfouri deplorou o triunfo dos bons companheiros Lula da Silva e Ricardo Teixeira na hora da escolha do Brasil como sede do megaevento de negócios travestido de competição esportiva.

O ex-jogador Romário honrou seu mandato parlamentar denunciando sistematicamente a farra de desvio de dinheiro público, que ainda faz seu curso. “A Fifa é o verdadeiro presidente do Brasil hoje”, explicou com a precisão e simplicidade de que carecem tantos doutos cientistas políticos.

Mas a rapinagem dos piratas ficou longe da mira dos partidos de oposição, que preferiram ocupar assentos periféricos na nave da Copa, compartilhando dos brindes erguidos em convescotes de autoridades, empresários e cartolas. Alguém aí está surpreso com a aversão dos manifestantes ao conjunto de nossa elite política?

3 x 0. No domingo, encerrou-se o ensaio geral para o que será a Copa mais cara da história. A festa macabra custará, no mínimo, R$ 28 bilhões, quase quatro vezes mais que a realizada na África do Sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões) e perto de três vezes mais que as Copas na Alemanha em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e no Japão/Coreia em 2002 (R$ 10,1 bilhões).

“Com o dinheiro gasto para construir o Mané Garrincha poderiam ter sido construídas 150 mil casas populares”, calculou Romário. Ele tem razão: a arena de Brasília, a mais cara de todos os tempos, custou R$ 1,7 bilhão.

Obedecendo a uma compulsão automatizada, o ministro Gilberto Carvalho apontou um dedo acusador para a imprensa, que “teve um papel no moralismo, no sentido despolitizado” das manifestações populares.

No mundo ideal desse senhor “politizado”, uma imprensa chapa-branca monopolista, financiada pelas empresas estatais, desempenharia a função de explicar aos saqueados que o saque é parte da ordem natural das coisas. “Sem a imprensa, não somos nada”, concluiu Jérôme Valcke, o zagueiro de várzea da Fifa, que também gostaria de ter um “controle social da mídia”.

Um séquito de analistas especializados na arte da empulhação dedica-se, agora, a criticar os cartazes dos manifestantes que contrapõem a Copa à “saúde” e à “educação”.

No seu pronunciamento desesperado do fim da “semana quente”, Dilma Rousseff recorreu aos sofismas desses analistas para exercitar o ilusionismo. Os recursos queimados na fogueira das arenas “padrão Fifa”, disse a presidente, são “fruto de financiamento”, não dinheiro do Orçamento.

Mas ela não disse que a fonte dos financiamentos concedidos pelo BNDES são títulos de dívida pública emitidos pelo Tesouro, nem que a a diferença entre os juros reais pagos pelo Tesouro e os juros subsidiados cobrados pelo BNDES é coberta pelos impostos de todos os brasileiros, da geração atual e da próxima.

A “verdade técnica” da presidente não passa de um véu destinado a esconder o significado financeiro da festa macabra promovida pela Fifa e pelo governo brasileiro.

No seu conjunto, a operação Copa 2014 é uma vasta transferência de renda da população para a Fifa, as empresas patrocinadoras do megaevento e as empreiteiras contratadas nas obras civis.

Uma CPI da Copa revelaria as minúcias da rapinagem, destruindo no caminho governantes em todos os níveis que se engajaram na edificação de elefantes brancos com recursos públicos.

É com a finalidade de evitá-la a qualquer custo que uma corrente de parlamentares resolveu aderir à ideia de uma CPI da CBF. Sob a pressão das ruas, cogita-se a hipótese de entregar os escalpos de José Maria Marin e Ricardo Teixeira numa bandeja de prata para salvar a reputação das autoridades políticas cujas assinaturas estão impressas nas leis e contratos da Copa.

“O Brasil nos pediu para sediar a Copa do Mundo. Nós não impusemos a Copa do Mundo ao Brasil.” Joseph Blatter, o poderoso chefão da “família Fifa”, não mente quando repete seu mantra preferido. O “Brasil”, na frase, significa “Lula da Silva”.

A Copa mais cara da história é a síntese perfeita do legado político do presidente honorífico. À entrada do Mineirão, no jogo entre México e Japão, funcionários a serviço da Fifa arrancaram das mãos de dois torcedores cartazes onde estavam escritas as palavras proibidas “escola” e “saúde”.

Os batalhões de choque em postura de batalha no perímetro de “segurança nacional” da Copa e os agentes da censura política em ação nos portões das arenas protegem mais que a imagem da Fifa e das marcas associadas. Eles protegem, sobretudo, a imagem de Lula, o regente da festa macabra.

Eike e o dinheiro público


Por Fernando Gabeira
Blog do Gabeira

Num país democrático era razoável que o parlamento convocasse uma audiência para que o governo explicasse seu nível de exposição na derrocada do império de Eike Batista.

Qual o volume de dinheiro público que foi enterrado nessa aventura do pais do nunca antes?

O BNDES fala em R$ 10 bilhões em empréstimos, mas esclarece que nem tudo foi desembolsado, que há garantias etc.

Acontece que as noticias que correm por aí precisam ser publicamente discutidas por uma questão de transparência.

Além do empréstimos, o BNDES teria participações nas empresas de Eike.
A Caixa Econômica teria emprestado às empresas de Eike.

Finalmente, parece que foram destinados também R$ 3,8 bilhões de um Fundo da Marinha Mercante para financiar o projeto do Porto de Açu.

As noticias quando o empréstimo foi decidido falavam R$ 2,7 bilhões.

Imprecisões que mereciam uma discussão ampla mas o colapso do parlamento brasileiro nos priva desse momento vital em qualquer democracia.

No momento Renan Calheiros tenta explicar suas viagens em aviões da FAB. Henrique Alves também está enrolado com viagem em avião da FAB e os R$ 100 em espécie roubados da mala de seu assessor.

Os dois e grande parte dos deputados e senadores que, se não se rebelam contra eles, estão apenas fingindo que ouviram as ruas.

É preciso saber o nível de exposição real do governo, o quanto foi investido o quanto potencialmente podemos perder.

Se o risco público diante de um só empresário é de cerca de R$ 20 bilhões, quem explica isso?

Muitos ironizam Eike Batista porque ficou menos bilionário.

Não se esqueçam: todos ficamos um pouco mais pobres com essa aventura.
04/07/2013

Dilma dá um piti e obriga Temer a se retratar… O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança em meio a um protesto contra… tudo isso que está aí!



Por Reinaldo Azevedo

Se eu não soubesse que a Irmandade Petista aguarda só o melhor momento para, se possível, golpear a democracia — ainda que recorrendo a instrumentos que o próprio regime democrático fornece —, seria o caso de sentir pena da presidente Dilma Rousseff e da turma. Estão num mato sem cachorro.

Como vocês viram, depois de se encontrar com José Eduardo Cardozo, ministro, vá lá, da Justiça, e Aloizio Mercadante, ora alçado à condição de primeiro ministro, sem hífen, ao menos no coração de Dilma, Michel Temer sepultou a possibilidade de o plebiscito valer já para a eleição de 2014.

E ele deixou claro: se houver plebiscito!

Segundo considerou, não sem razão, o Congresso pode fazer a reforma. Não será por falta de proposta.

Muito bem: quatro horas depois, Temer emitiu uma nota, com a chancela da Vice-Presidência da República, negando que o governo tenha desistido do seu intento.

Está escrito lá: “O governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014″.

Quatro horas antes, afirmou aos jornalistas: “Não há mais condições — e vocês sabem disso — de fazer qualquer consulta antes de outubro. E, não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha só se aplicará para as próximas eleições, e não para essa”.

Entre uma declaração e outra, houve um piti da presidente. Achou que foi desautorizada. Pois é… Um tema dessa importância, vejam vocês, está submetido a essa lambança.

O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança no meio de um protesto contra… tudo isso que está aí!

04/07/2013

Falhou o golpe da “Irmandade Petista”; única reação de Dilma a protestos vai para o brejo



A “Irmandade Petista” se assustou com o povo na rua e tentou dar um golpe
 
Por Reinaldo Azevedo

Ao propor uma Constituinte, convertida depois em plebiscito, para fazer a reforma política, Dilma Rousseff tentou jogar a crise nas costas do Congresso, inventou a tese de que o problema do país está nas instituições e resolveu chamar para si, ainda que de modo suave — já que não dispõe dos instrumentos para o modo não-suave —, poderes de que não dispõe.

A sandice não prosperou.

Os partidos disseram “não”; a maioria dos brasileiros nem tomou conhecimento, e a Justiça eleitoral lhe deu uma resposta exemplar:

a: a partir da definição do plebiscito, seriam necessários 70 dias adicionais para a sua realização;

b: descarta-se a hipótese, porque fere cláusula pétrea da Constituição, de uma mudança ter eficácia eleitoral se votada a menos de um ano do pleito;

c: o povo não pode ser chamado a se posicionar sobre temas dos quais não tenha pleno domínio.


A derrota de Dilma não poderia ser mais completa. Sobraram algumas vozes do PT e do PC do B no apoio ao exotismo, mas bem timidamente.

Assim, a única reação que Dilma teve até agora às manifestações não deu em nada. “No que se refere”, como ela diria, ao mundo da governanta, é como se nada tivesse acontecido.

Só não se pode dizer que tudo segue na mesma porque ela conseguiu despertar a ira dos médicos. E os descontentamentos que geraram os protestos continuam em fermentação.

E o Babalorixá de Banânia lá pelas terras africanas, aparentemente em silêncio, mas atacando Dilma por intermédio de asseclas…
04/07/2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Egito e as flores do mal: Quando milhares vão às ruas para pedir que o Exército dê um golpe para impedir a ditadura islâmica



 Por Reinaldo Azevedo


APOIO – Helicópteros do Exército levando a bandeira do Egito sobrevoam a Praça Tahrir, no dia 1º de julho, durante manifestação pedindo a saída do presidente Mohamed Mursi
(Foto: Suhaib Salem/Reuters)

Milhares de egípcios estão de volta à praça Tahrir. Só nesta terça-feira, houve 16 mortos. O Exército deu um ultimato ao presidente Mohamed Mursi: ou busca o diálogo e pacifica o país ou… Bem, fala-se abertamente numa intervenção. Na segunda-feira, o mundo assistiu ao, até então, inimaginável: helicópteros do Exército sobrevoavam a praça carregando bandeiras do Egito. Estavam ameaçando o povo da praça? Ao contrário: ofereciam-lhe proteção. A massa delirava e aplaudia, pedindo abertamente a intervenção dos militares. Que estranha história é essa? Nada de novo sob o sol. Vamos ver.

Uma das belezas da Internet é a disponibilidade de arquivo. Assim, vocês poderão, se tiverem um tempinho, recorrer à área de busca para saber o que andei escrevendo, ao longo do tempo, sobre “Primavera Árabe”. Deixei aqui registrado umas duzentas vezes que se tratava de uma invenção do jornalismo ocidental. Tentou-se emprestar àqueles levantes ares de revolta democrática. Pois é… Recentemente, apanhei bastante porque escrevi aqui que a Turquia, que não é árabe, era “a prova dos noves de que é impossível haver, a um só tempo, um regime islâmico e democrático”, a nãos ser que inventem feitiçarias como “democracia ileberal”, na formulação de alguns intelectuais do miolo mole. A “democracia iliberal” deve ser a irmã gêmea da “ditadura suave”…

A Turquia evidencia, assim, que o problema, obviamente, não é étnico. Não existe incompatibilidade sanguínea de árabes com o regime democrático. A questão é o Islã. Ou um estado é teocrático — ainda que exerça uma forma velada e branda da teocracia — ou é democrático. País em que o estado — e, por consequência, os cidadãos — obedecem a comandos dos que se apresentam como intérpretes da ordem divina não têm como atender às demandas plurais da sociedade nem como abrigar a divergência. Afinal, que sentido faz brigar com Deus, não é mesmo? Tanto pior se as correntes hoje influentes dessa religião convivem mal com a diferença e com a pluralidade.

A crise estava contratada. Recomendo um excelente artigo sobre a crise publicado em seu blog por Adam Garfinkle, que edita The American Interest. Ele lembra que o Exército é a única força realmente organizada do país e a mais afinada com o mundo moderno. E é assim há mais de 60 anos — ao menos desde 1952. Ora, como vamos nos esquecer — e chamei tantas vezes a atenção par isso aqui — que Hosni Mubarak foi deposto por aquilo que se poderia chamar, tecnicamente, de golpe de estado? Depois de alguns confrontos de rua (e não foram tantos assim para os padrões de uma ditadura; compare-se com a Síria…), os militares deram um chega pra lá em Mubarak e assumiram o comando, preparando, então, o terreno para as eleições.

Mursi, da Irmandade Muçulmana, foi eleito, e o Exército tentou se apresentar como o condestável também do novo regime. O presidente fez de conta que aceitou, mas não demorou a destituir a cúpula da Força e a promover uma grande troca de oficiais do comando por outros simpáticos à Irmandade. E deu início — e era fatal que o fizesse porque é quem é — à chamada islamização do país. O Egito é um país esmagadoramente muçulmano, sim, mas a ditadura Mubark era laica. Garfinkle lembra que o país entrou em colapso porque a turma recrutada por Mursi não tem a menor ideia do que seja governar. Bagunça semelhante está em curso na Líbia, só que este país tem pouco mais de 6 milhões de habitantes; no Egito, eles passam dos 80 milhões.

Citando um outro autor, Garfinkle observa que a “Síndrome IBM” marca a cultura política no Egito e no mundo árabe. Ele explica. O “I” designa a palavra “inshallah”, o tomara-Deus — uma espécie de fatalismo passivo. O “B” remete a “bokr”, que quer dizer “amanhã de manhã”, ou só “amanhã”. Trata-se, diz o autor, de uma noção pré-moderna do tempo. Há uma obsessão em empurrar tudo com a barriga. O “M” remete a “Malesh”, algo como “deixa pra lá”., “ninguém se importa”, “tanto faz”… Some-se a isso um estado inteiramente aparelhado pela Irmandade Muçulmana, e está dada a receita do caos. O Exército, diz Garfinkle, é a única instituição profissionalizada do país, que não sofre da “Síndrome IBM”.

O prazo dado pelos militares a Mursi termina nesta quarta-feira. O presidente foi à televisão, disse que não renuncia, e isso correspondeu a um convite para que seus aliados, que também são muitos milhões, saiam às ruas. Muitos entenderam o chamamento como um convite à guerra civil caso as Forças Armadas, agora com o apoio dos setores laicos, deem um chega pra lá no presidente. Golpe? Pode-se dizer que sim, a exemplo daquele dado para derrubar Mubarak. “Ah, mas, agora, estariam depondo um presidente eleito.”

Chegamos ao “x” da questão. Eleição é condição necessária para que um regime seja democrático, mas não condição suficiente, como evidencia o Irã — que é uma ditadura teocrática. Mursi foi eleito com o compromisso de fazer um governo laico, respeitando as minorias. Não está cumprindo a palavra. Tentou alijar os militares do poder e acabou flertando com a bagunça.

Segundo informa AFP, o site do jornal Al-Ahram, que é ligado ao governo, afirma que os militares pretendem suspender a atual Constituição, montar um conselho presidencial composto por três pessoas, liderado pelo presidente da Suprema Corte, e convocar um grupo de especialistas para redigir uma nova Carta, que seria submetida a referendo. Essa nova Constituição levaria em conta “as necessidades dos diferentes componentes do povo”. O Exército, claro!, seria a garantia do cumprimento desses passos — na prática, seria o poder. Ao fim de um período de nove meses a um ano, marcar-se-iam, então, eleições gerais. E, saibam, o plano conta com o apoio dos movimentos que estão nas ruas contra Mursi.

Pois é… Que dispositivo haveria na nova Constituição que pudesse impedir a Irmandade Muçulmana de vencer de novo as eleições e reiniciar os esforços de islamização do país? Não sei! O que sei é que a “Primavera Árabe” resultou no inverno de Mohamed Mursi, que, tudo o mais constante, vai rivalizar com Mubarak em número de mortos. O que sei que o Exército volta a ser o protagonista da cena, agora com o apoio de milhares de civis que rejeitam uma ditadura islâmica, ainda que nascida das urnas.

03/07/2013

Charge







Aroeira

Senado aprova ficha limpa para servidores



Senado aprova extensão da Ficha Limpa para cargos comissionados e de confiança

Projeto estava parado desde maio do ano passado. Texto, que ainda precisa de aval da Câmara, estende as exigências da Lei da Ficha Limpa para ocupantes de cargos comissionados e de confiança dos Três Poderes


Júnia Gama
O Globo


Senadores após aprovação de projeto da Ficha Limpa para cargos comissionados

Givaldo Barbosa / Agência O Globo


BRASÍLIA — O Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, o projeto que estende os efeitos da Lei da Ficha Limpa aos servidores de cargos comissionados e de funções de confiança nos três Poderes. De autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT), a proposta recebeu um adendo que prevê a aplicação do mesmo critério para investidura em cargo público efetivo. A aprovação do projeto é mais um item da agenda positiva no Senado como tentativa de dar respostas às manifestações recentes em todo o país. Agora, o projeto segue para apreciação da Câmara.

O relatório do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) ao texto foi aprovado em maio do ano passado na Comissão de Constituição e Justiça, mas ficou parado desde então. Somente na semana passada, com a aprovação da urgência na tramitação, o projeto foi levado à análise do plenário. Para Pedro Taques, não é suficiente que os condenados judicialmente sejam impedidos de participar de eleições. O senador defende que o princípio da moralidade na administração pública será reforçado a partir da medida.

— A exigência da Ficha Limpa deve ser também requisito para investidura e nomeação em cargo de comissão e função de confiança para todos os cidadãos, não só para aqueles que participam do pleito eleitoral. O que buscamos é a efetivação do princípio constitucional republicano, sem desprezar o princípio da não culpabilidade. Apenas incorrerão na inelegibilidade proposta pela Lei da Ficha Limpa aqueles que já foram condenados por órgão colegiado ou cuja condenação seja definitiva — explicou Taques.

A Lei da Ficha Limpa foi aprovada em 2010 com o objetivo de vetar candidaturas de políticos com condenação na Justiça, nos julgamentos em instâncias colegiadas (decisão de mais de um juiz). A lei ampliou de 3 para 8 anos a inelegibilidade e abrange os condenados por atos de improbidade administrativa, os que tiverem seus mandatos cassados por abuso de poder político, econômico ou de meios de comunicação, corrupção eleitoral e compra de votos, entre outros.

Além disso, a Ficha Limpa também atinge os condenados por crimes eleitorais que resultem em pena de prisão; os que forem condenados, em decisão transitada em julgado, por crimes graves; os que tiverem sido excluídos do exercício da profissão, por algum crime grave ético-profissional e, por fim, os eleitos que renunciarem a seus mandatos para evitar processo por quebra de decoro.

Na lei, quem praticou crimes dolosos, onde há a intenção, e com penas acima de dois anos, também é enquadrado. No entanto, no projeto aprovado no Senado, o cometimento de crimes dolosos como critério para enquadramento na lei foi excluído. De acordo com o senador Eunício, servidores que já estejam no exercício do cargo, caso cometam crimes previstos na Lei da Ficha Limpa após a promulgação da medida, serão destituídos.

— Cargos e funções de chefia, direção e assessoramento devem ser preenchidos com profissionais competentes e também honrados, comprometidos com o estado e conscientes de que sua força de trabalho e o trato da coisa pública só podem ser direcionados à busca do bem comum e do interesse da coletividade. Ninguém suporta mais assistir a frequentes e degradantes espetáculos de enriquecimento ilícito e de lesão ao erário — justificou Eunício, durante a votação.



02/07/13


terça-feira, 2 de julho de 2013

PMDB da Câmara fecha questão contra plebiscito



Horas depois de a presidente Dilma Rousseff encaminhar ao Congresso mensagem com itens do plebiscito para a reforma política, a bancada do PMDB da Câmara fechou questão contra a proposta


ERICH DECAT

Agência Estado


Em uma reunião em que nem assessores puderam participar, parte dos peemedebistas criticou a iniciativa de Dilma, considerada uma manobra para desviar a atenção dos protestos nas ruas.

Em nota, a bancada se posicionou a favor de uma consulta popular, mas apenas em 2014. No debate junto com a sociedade, eles defendem que deverá constar temas como reeleição, tempo de mandato, pacto federativo e sistema eleitoral.

"A população não quer ser enganada. Não há tempo hábil de se votar nenhuma medida a não ser que seja consenso para 2014. E dificilmente uma proposta que dependa de Emenda Constitucional terá consenso", afirmou o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), após a reunião.

Sobre o clima de discussão no encontro, o peemedebista resumiu: "Foram três horas e vinte minutos de pancadaria".

Dentro da sala de uma das Comissões da Casa, parlamentares do partido se revezaram nos microfones com ataques ao governo federal e análises "ácidas" sobre a condução política da presidente Dilma.

Alguns chegaram até a propor uma reavaliação da aliança com o PT nas eleições de 2014, o que rendeu aplausos dos mais exaltados. Além das palmas, não faltaram discursos em tom de chacota. "Estamos discutindo a troca da roupa do morto?", ponderou um. "Vamos evitar o abraço dos afogados", disparou outro.

Redução de ministérios
Do lado de fora, o deputado Newton Cardoso (MG) verbalizou o descontentamento de alguns. "A aliança está em xeque sim", afirmou.

No encontro também ficou decidido que os peemedebistas passarão a adotar um discurso pela redução do número de ministérios.

Ao ser questionado se o partido estaria disposto a oferecer seus ministros para o sacrifício dos cortes, o vice-líder do PMDB, Danilo Forte (CE), disse: "Se quiserem levar os cinco do PMDB, podem levar porque eles não valem um".

Por traz do discurso de cortes na Esplanada está a tentativa dos parlamentares de devolver a "batata quente" ao Palácio do Planalto, mudando o foco sobre o debate do plebiscito para o tamanho da máquina governamental e seus 39 ministérios.

                            02 de julho de 2013

Deputados do PMDB descartam plebiscito neste ano


Deputados peemedebistas só aceitam realizar a consulta popular no ano que vem, o que frustraria os planos do Palácio do Planalto
Gabriel Castro e Marcela Mattos,
Veja.com de Brasília
Deputado Eduardo Cunha
(Lúcio Bernardo Jr/Agência Senado)
"Qualquer um que entende o mínimo sobre o tempo e o regimento desta Casa saberia que era inviável o plebiscito valer para as eleições de 2014", deputado Eduardo Cunha

Durou poucas horas até que a proposta de um plebiscito sobre a reforma política provocasse um novo atrito entre a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, liderada por Eduardo Cunha (RJ), e o Palácio do Planalto.

Os deputados, reunidos nesta terça-feira, decidiram que só aceitam a aprovação do plebiscito se a consulta popular for realizada em 2014, simultaneamente às eleições gerais - e não nos próximos três meses, como quer o governo.


Dessa forma, o principal parceiro do PT - e segunda maior bancada da Casa - já se coloca como um entrave para que as novas regras aprovadas pelo plebiscito valham para as eleições do ano que vem - para isso, elas precisariam estar em vigor no início de outubro de 2013.

Enfraquecido pela queda aguda na popularidade da presidente, o governo começa a ver parte dos aliados perderem cada vez mais o receio de enfrentar o Planalto.


O líder do PMDB descarta a hipótese de tramitação célere da proposta: "Qualquer um que entende o mínimo sobre o tempo e o regimento desta Casa saberia que era inviável o plebiscito valer para as eleições de 2014", disse Cunha, após o encontro. Ele também criticou os cinco pontos sugeridos pelo Executivo na mensagem entregue ao Congresso: "Isso é reforma eleitoral, não é reforma política".

A bancada também decidiu que vai defender a inclusão de outros temas ao plebiscito, como a adoção do parlamentarismo, o fim da reeleição e a delimitação do tempo de mandato. Com isso, aumentam as chances de o debate sobre o conteúdo da consulta popular se prolongar.

Plano B - Diante da insatisfação com o projeto de plebiscito enviado pelo governo, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já trabalha com a ideia de realizar a reforma política por meio de um referendo. Ele estabeleceu prazo de sete dias para que os líderes das bancadas negociem como se posicionarão sobre o tema. Na próxima semana, será criado um grupo de trabalho para apresentar uma proposta alternativa no prazo de 90 dias.

“Um plebiscito só se justificaria se houvesse um consenso nesta Casa. Não quero correr o risco de esse plebiscito, não se viabilizando, essa Casa perder a oportunidade de votar a reforma política”, afirmou Alves.

“O plebiscito é um caminho, mas quero uma carta de seguro. Estou criando um paralelo, uma alternativa, para que se o plebiscito não caminhar, tenhamos outro caminho a percorrer, que seria de um projeto que essa casa votaria. Seria votado por essa Casa e percorreria não o caminho do plebiscito, mas do referendo”, disse.


Outros assuntos - As posições referendadas pela bancada do PMDB foram divulgadas por meio de uma nota redigida por Cunha. O texto informa também que a bancada apoia a votação de um projeto que destina 10% das receitas da União na área da saúde. E que a bancada quer discutir o pacto federativo como prioridade.

Os peemedebistas foram mais longe: aproveitando a mobilização popular, pedem a "imediata redução do número de ministérios". Ao comentar a deliberação, Cunha voltou a provocar o governo: "Do jeito que está, tem ministro que vai levar um ou dois anos para poder falar com a presidente da República".

O líder garante que seu partido está disposto a abrir mão de ministérios para colaborar com o enxugamento: "Pode reduzir à vontade, pode abrir mão; não há nenhum problema no PMDB em relação a isso, nem nós vamos deixar de ser governo por causa disso", disse Cunha.






O plebiscito dos espertalhões vai tropeçar na revolta da rua e desaparecer no sumidouro que engole malandragens eleitoreiras






Por Augusto Nunes
O plebiscito sobre a “reforma política” é o mais recente lançamento da usina de pirotecnias eleitoreiras instalada pelo bando de vigaristas, ineptos e gatunos que está no poder há mais de dez anos ─ e lá quer ficar para sempre.

Atarantados com a revolta da rua, a presidente Dilma Rousseff e seus conselheiros trapalhões imaginam que a manobra malandra vai esvaziar o pote até aqui de cólera que enfim transbordou para as ruas de centenas de cidades.


Versalhes reencarnou no Planalto.Os espertalhões não demorarão a descobrir o tamanho da encrenca em que se meteram.

As multidões sem medos nem donos já não suportam a impunidade dos corruptos, o apodrecimento dos sistemas de saúde e educação, a gastança debochada dos exploradores da Copa do Mundo, o cinismo dos políticos profissionais, a institucionalização da trapaça, da tapeação, da promessa que não descerá do palanque.

Em sua essência, as palavras de ordem reiteradas nos atos de protesto, encampadas pela imensa maioria do país que pensa, exigem a imediata interrupção da Ópera dos Canalhas.

O governo lulopetista acha que, com um plebiscito malandro, vai mandar os manifestantes para casa, livrar a chefe de vaias, inverter a curva desenhada pelas pesquisas de popularidade, reeleger Dilma Rousseff no primeiro turno e correr para o abraço. Vão quebrar a cara.

A esperteza da hora será tragada pelo mesmo sumidouro onde jazem, agonizam ou sobrevivem com injeções bilionárias de dinheiro público tantos projetos delirantes, invencionices diversionistas, façanhas imaginárias, milagres de araque, maluquices perdulárias e ideias natimortas.

O legado dos arquitetos do Brasil Maravilha já inclui, por exemplo,

o Programa Fome Zero,
as três refeições por dia,
o fim da pobreza,
o extermínio da miséria,
o Programa Primeiro Emprego,
o trem-bala,
a Ferrovia do Sarney,
a ressurreição da rede ferroviária em ruínas ,
a transposição das águas do Rio São Francisco,
a rede nacional de hidrovias,
as 6 mil creches prometidas em 2010,
as 6 mil casas na Região Serrana do Rio prometidas em 2011,
os 6 mil agentes especializados na prevenção de enchentes,
os 6 mil médicos cubanos,
o sistema de saúde que Lula considera “perto da perfeição”,
a importação do SUS pelos Estados Unidos,
a recuperação das rodovias federais,
a autossuficiência em petróleo anunciada em 2007,
a entrada na OPEP a bordo das jazidas do pré-sal,
a chegada da Petrobras ao topo do ranking das maiores empresas do ramo,
a vaga no Conselho de Segurança da ONU,
o poderio econômico do Mercosul,
a conquista do Nobel da Paz por Lula,
a candidatura de Lula a secretário-geral da ONU,
a esquadrilha de caças franceses,
a fórmula milagrosa que rebaixa qualquer crise econômica a marolinha,
os pitos telefônicos de Lula em George Bush,
as advertências de Lula a Barack Obama,
a Copa do Mundo de matar argentino de inveja,
a Olimpíada de assombrar dinamarquês,
o colosso de “obras de mobilidade urbana” legado pelos dois eventos esportivos,
o terceiro aeroporto de São Paulo,
os 800 novos aeroportos distribuídos por todo o país,
a reforma e ampliação dos aeroportos das capitais,
os recordes de popularidade estabelecidos por Lula e Dilma,
o controle social da mídia,
a regulamentação da mídia,
a promoção de Dilma a superexecutiva onisciente,
o doutorado em economia da doutora em nada,
o PT detentor do monopólio da ética,
o partido que não roubava nem deixava roubar,
fora o resto.

A lista será ampliada pelo plebiscito que é mais que uma tentativa de golpe: é também a confirmação de que os chefões do lulopetismo e seus comparsas não conseguem ou não querem ouvir a voz da rua.

Essa espécie de surdez invariavelmente eleva em milhares de decibéis o som da fúria.

E acaba consolidando a certeza de que governantes como Lula e Dilma só ouvem com nitidez a palavra de cinco letras que, gritada em coro pela multidão, costuma prenunciar o final infeliz: basta.

02/07/2013


Lula versus Dilma



Há uma pedra barbuda no escarpim de Dilma Rousseff, furando a meia-calça

Lula é seu nome

POR RUTH DE AQUINO
ÉPOCA
O maior líder popular do Brasil sumiu, escafedeu-se, silenciou sua voz rouca, justamente nas semanas em que o povo acordou da letargia para protestar contra uma herança maldita. Por que se calou o grilo falante em todas as celebrações de conquistas no país e no exterior? Só aparece na boa?

Por que Lula finge que nada é com ele? Por que o criador evitou apoiar a criatura no auge da crise? Por que ficou mudo e invisível, quando a turba se insurgiu, e brasileiros de todas as idades passaram a falar, gritar, discutir e analisar, mesmo aos tropeços e sob o risco de errar?

O Lula que se metamorfoseou em oito anos de mandato e rasgou a bandeira da ética na política... O Lula que suspendeu suas férias para defender o ex-presidente do Senado sob o argumento de que “Sarney não pode ser julgado como homem comum”... O Lula que se locupletou com o corrupto-mor Maluf para eleger Haddad, “o novo”... O Lula que se uniu “aos picaretas do Congresso”... O Lula que quis reeditar a CPMF, uma taxa que antes chamava de extorsão... Esse Lula não põe seu bloco na rua numa hora dessas?

Por lealdade, deveria ter dado o braço a Dilma. Afinal, ela chefiava sua Casa Civil e só concordou em disputar a Presidência porque, sem Dirceu nem Palocci, Lula impôs seu nome.

A técnica Dilma, a gerentona, a ex-guerrilheira, talvez um dia escreva um livro sobre sua relação com Lula. Por mais responsável que seja, como presidente, pela explosão da insatisfação no Brasil, Dilma sabe bem quem a colocou nessa roubada de “mãe do PAC”.

Sabe que recebeu uma herança de corrupção, impunidade, abuso de poder, desvio de verba pública, falta de representatividade dos partidos, péssima qualidade de serviços essenciais, impostos absurdos, altos salários e mordomias dos burocratas dos Três Poderes, cinismo e oportunismo de governadores e prefeitos.

O Brasil já era assim quando ela foi eleita.

Por que o criador evitou apoiar a criatura justamente no auge

da crise? Por que ficou mudo?


O Lula presidente se lamentava da “herança maldita” de Fernando Henrique Cardoso. Dilma não pode dizer nada nem parecido. Lula teve oito anos para mudar o caráter do Brasil para melhor. Tinha tudo.

Tinha uma história de defesa da liberdade e dos direitos humanos, tinha credibilidade e a legitimidade do voto, tinha nas mãos a esperança de tantos jovens aglutinados pela estrela do PT.

E por tantas bandeiras no ar.

A ética.

A educação e a saúde de qualidade ao alcance de todos.

As creches, o transporte de massa.

Mas Lula achou que o Bolsa Família seria suficiente.


Os jovens que protestam agora, em paz ou com raiva, mal chegavam aos 10 anos de idade quando a eleição de Lula emocionou o Brasil. A geração YouTube deveria rever a bela cerimônia em que FHC passou o poder a Lula. Se, na última década, a oposição fracassou com a juventude, imagine a autocrítica do PT. Um partido que inchou com siglas infiltradas e perdeu companheiros de raiz.

Uns saíram por racha ideológico, outros por convicção de que nada mudaria na essência, e outros ainda porque foram processados, cassados e condenados.


Os jovens brasileiros de 16 a 18 anos, para quem o voto é facultativo, se afastaram das urnas e, até umas semanas atrás, pareciam alienados. Eles não acreditam nos partidos. Quem de bom-senso ainda acredita, a não ser os que ganham o pão – e os dólares – com a política partidária?

Por isso a ideia de candidatura avulsa, endossada pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, ganha força. Joaquim defendeu um “recall” nacional dos políticos. Já pensou se os eleitores passam a ter o direito de revogar mandatos e de expulsar políticos de cargos?

Renan continua com aquele sorrisinho pregado no rosto em todas as fotos. Até quando, Calheiros?


Na semana passada, Dilma virou a Geni. Tudo que disse e desdisse levou pedra de aliados e oposicionistas. Uns vândalos. Constituinte, plebiscito, referendo, pactos, apelos, nada pegou bem, nem com a maquiagem e o penteado que custaram R$ 3.125. A presidente está isolada por seus pares e ímpares.

Sua sorte é que, até agora, não há líderes oposicionistas com discurso consistente para o futuro do país. Aécio Neves converteu-se a uma pálida sombra do que poderia ser. Marina Silva virou uma analista em cima do muro, com o aposto de “evangélica”. Eduardo Campos desistiu do combate às claras e age nos bastidores à espera de uma derrapagem fatal.


E Lula... Bem, Lula recebeu alguns jovens em seu instituto. A aliados, diz-se que acusou Dilma de cometer “barbeiragens” na articulação e na resposta à nação. Lula é hoje a pedra mais incômoda no sapato alto da presidente.
 
 
01/07/2013