Horas depois de a presidente Dilma Rousseff encaminhar ao Congresso mensagem com itens do plebiscito para a reforma política, a bancada do PMDB da Câmara fechou questão contra a proposta
ERICH DECAT
Agência Estado
Em uma reunião em que nem assessores puderam participar, parte dos peemedebistas criticou a iniciativa de Dilma, considerada uma manobra para desviar a atenção dos protestos nas ruas.
Em nota, a bancada se posicionou a favor de uma consulta popular, mas apenas em 2014. No debate junto com a sociedade, eles defendem que deverá constar temas como reeleição, tempo de mandato, pacto federativo e sistema eleitoral.
"A população não quer ser enganada. Não há tempo hábil de se votar nenhuma medida a não ser que seja consenso para 2014. E dificilmente uma proposta que dependa de Emenda Constitucional terá consenso", afirmou o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), após a reunião.
Sobre o clima de discussão no encontro, o peemedebista resumiu: "Foram três horas e vinte minutos de pancadaria".
Dentro da sala de uma das Comissões da Casa, parlamentares do partido se revezaram nos microfones com ataques ao governo federal e análises "ácidas" sobre a condução política da presidente Dilma.
Alguns chegaram até a propor uma reavaliação da aliança com o PT nas eleições de 2014, o que rendeu aplausos dos mais exaltados. Além das palmas, não faltaram discursos em tom de chacota. "Estamos discutindo a troca da roupa do morto?", ponderou um. "Vamos evitar o abraço dos afogados", disparou outro.
Redução de ministérios
Do lado de fora, o deputado Newton Cardoso (MG) verbalizou o descontentamento de alguns. "A aliança está em xeque sim", afirmou.
No encontro também ficou decidido que os peemedebistas passarão a adotar um discurso pela redução do número de ministérios.
Ao ser questionado se o partido estaria disposto a oferecer seus ministros para o sacrifício dos cortes, o vice-líder do PMDB, Danilo Forte (CE), disse: "Se quiserem levar os cinco do PMDB, podem levar porque eles não valem um".
Por traz do discurso de cortes na Esplanada está a tentativa dos parlamentares de devolver a "batata quente" ao Palácio do Planalto, mudando o foco sobre o debate do plebiscito para o tamanho da máquina governamental e seus 39 ministérios.
02 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
PMDB da Câmara fecha questão contra plebiscito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário