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sábado, 20 de abril de 2013

A vida de rainha de Rosemary Noronha, a amiga de Lula



VEJA revela os detalhes da sindicância que foi mantida em segredo pelo governo porque poderia criar “instabilidade institucional”.

Ela mostra como a ex-secretária Rosemary Noronha se aproveitou da intimidade com o ex-presidente Lula para ganhar dinheiro, traficar poder e viver como uma soberana

Robson Bonin
EMINÊNCiA - Rosemary se comportava e era tratada como majestade: poder, influência, mordomias e humilhações a subalternos
(Fernando Cavalcanti)

No ano passado, a Polícia Federal descobriu que Rosemary Noronha usava a influência e a intimidade que desfrutava com o ex-presidente Lula para se locupletar do poder.

Exonerada do cargo de chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo e indiciada por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, Rosemary foi alvo de uma sindicância conduzida por técnicos da Presidência.

A investigação oficial, mantida em segredo por determinação do próprio governo, destoa da tradição dos governos petistas de amenizar os pecados de companheiros pilhados em falcatruas.

Dedicado exclusivamente aos feitos da poderosa chefe de gabinete, o calhamaço de 120 páginas produzido pela sindicância é severo com a ex-secretária.

Mostra que Rosemary encontrou diferentes formas de desvirtuar as funções do cargo.

Ela pedia favores ao “PR” - como costumava se referir a Lula em suas mensagens - com frequência.

Era grosseira e arrogante com seus subalternos. Ao mesmo tempo, servia com presteza aos poderosos, sempre interessada em obter vantagens pessoais - um fim de semana em um resort ou um cruzeiro de navio, por exemplo.

Rosemary adorava mordomias. Usava o carro oficial para ir ao dentista, ao médico, a restaurantes e para transportar as filhas e amigos. O motorista era seu contínuo de luxo. Rodava São Paulo a bordo do sedã presidencial entregando cartas e pacotes, fazendo depósitos bancários e realizando compras.

Como uma rainha impiedosa, ela espezinhava seus subordinados.

Outros destaques de VEJA desta semana

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Venezuela começa a conhecer o terror castro-comunista


Fiaram-se no silêncio e aceitação passiva de Capriles em 7 de outubro e acreditaram que poderiam elevar à estratosfera o resultado final.

Deram-se mal!


 


Por isso a repressão violenta e criminosa está tão exacerbada.

Temo por uma guerra civil e mais derramamento de sangue, pois isto parece inevitável.

Por Graça Salgueiro 
Notícias Faltantes
Foro de São Paulo


Venezuelanos que vivem no Peru fazem protesto em frente à embaixada em Lima
Foto: ENRIQUE CASTRO-MENDIVIL / REUTERS

A Venezuela está começando a conhecer o que é o terrorismo castro-comunista desde a segunda-feira passada (15), quando Henrique Capriles, anunciando que NÃO aceitaria o resultado apresentado pelo CNE por ter mais de 3.200 provas da mais desavergonhada fraude que aquele país já tenha visto, deu entrada numa petição para que se realizasse uma auditoria e propôs um panelaço em todo o país.

O que se viu desde então foi a mais brutal e desumana perseguição e violência promovida pela Guarda Nacional, a mando do próprio usurpador Nicolás Maduro.

Tenho lido as “opiniões” da mídia escrita e tevisada de que, com a morte de Chávez o chavismo morreu junto com ele. Discordo frontalmente desta bobagem, uma vez que o “chavismo” nunca foi uma ideologia ou um fim em si mesmo, mas a máscara que os ditadores Castro encontraram para dar curso ao seu projeto de implantação do comunismo no continente.

E Chávez lhes caiu como uma luva - malgrado não fosse o “ungido” -, pois tinha vencido as eleições de 1998 com um apoio extraordinário, sofria de um narcisismo patológico e iria manejar uma fortuna incalculável com o dinheiro do petróleo, vital para a sobrevivência de Cuba. A aceitação de Chávez foi por puro oportunismo.

Assim ficou o corpo deste rapaz, agredido por ordens do ditador Maduro

Tendo compreendido isto, os Castro deram asas à imaginação de Chávez, inflaram seu já gigantesco ego e foram cercando-o como se faz para caçar porcos selvagens.

Por sua vez, Chávez, que não via nada além dele mesmo, acreditou que era o novo messias, a re-encarnação de Simón Bolívar e cedeu ao canto de sereia de Fidel Castro.

Isto não quer dizer que ele, Chávez, fosse ingênuo mas estava cego pela vaidade e bajulações, e acabou entregando o país inteiro aos velhos abutres cubanos.

Enquanto isso, Nicolás Maduro, o verdadeiro “ungido” de Havana desde a década dos 80, aguardava tão paciente quanto Jacó, servindo a Chávez (Labão) enquanto sonhava com Raquel (a Venezuela).

Com a morte de Chávez anunciada oficialmente, Maduro e seus mentores cubanos apressaram-se e fraudaram todas as etapas para a escolha de um novo presidente. Só que ele não contava que desta vez Capriles não iria trair seus eleitores como fez em 7 de outubro do ano passado e iria reagir.

No discurso que proferiu logo após Tibisay Lucena anunciar sua vitória, Maduro disse que o CNE “deveria realizar uma auditoria” para “calar a boca da oposição” que reclamava de fraude.

No dia seguinte, entretanto, ele foi juramentado, negou que queria uma auditoria e seu comportamento de ditador, treinado em Cuba, começou a se revelar. No vídeo abaixo pode-se comprovar que ele próprio solicitou uma auditoria que agora rejeita e persegue os que exigem a recontagem dos votos.

Até ontem à noite tinha-se conhecimento de sete assassinatos pela repressão. As vítimas, pessoas absolutamente pacíficas, apenas batiam panelas exigindo uma auditoria.

Nas fotos que ilustram esta edição pode-se ver o tamanho da brutalidade empregada pela Guarda Nacional contra estudantes que protestavam em frente às sedes do CNE em várias cidades do país.

Até ontem, também, tinha-se a informação de 73 oficiais detidos por não acatar ordens do COMANDO ESTRATÉGICO CUBANO.

Motorizados armados passam pelas ruas atirando em pessoas que estão concentradas em frente ao CNE.

Dois jornais opositores foram vítimas de pedradas nessa madrugada mas, enquanto isso, Maduro acusa Capriles de ser o “instigador” dos atos de violência e pelas mortes ocorridas desde então.

Isto não é montagem. Esse rapaz foi agredido pelos brutamontes da Guarda Nacional Venezuelana

Ontem à noite o Ministério Público processou solicitação da “privação de liberdade” a Henrique Capriles, Leopoldo López e outros membros da Mesa de Unidade, na qual a promotora Luisa Ortega acusa-os dos delitos “concerto para delinqüir, formação de quadrilha ou associação ilícita, instigação para causar perturbação à população e obstrução da via pública, assim como a responsabilidade pelos assassinatos ocorridos na segunda-feira durante os vários protestos.

De acordo com o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), o presidente Nicolás Maduro ordenou à Luisa Ortega e à presidente do TSJ, María Estella Morales, a processar Capriles, sua equipe de campanha de outros dirigentes da oposição.

Segundo um ex-magistrado que conhece os métodos empregados desde Chávez, a coisa funciona assim: “O Ministério Público faz a imputação ante um tribunal e este recebe um telefonema do TSJ dando instruções de como tem que agir”.

Quem não lembra de Chávez berrando em cadeia de rádio e televisão que o TSJ processasse a juíza María Lourdes Afiune e que lhe dessem a pena máxima de 30 anos, como de fato ocorreu?

E quem não lembra das infâmias e calúnias imputadas a Alejandro Peña Esclusa?

Esse é o método do castro-comunismo desde há 54 anos, onde a única prova que compõe o processo é a vontade soberana dos ditadores.

Mas as arbitrariedades não param por aí. Numa sessão na Assembléia Legislativa ontem, o deputado opositor Williams Dávila foi agredido fisicamente em plena sessão no plenário, quando lhe arremessaram algo contra a cabeça, resultando em um corte que necessitou suturar com 8 pontos (ver a foto).

Segundo informa o deputado, a agressão foi totalmente gratuita, uma vez que ele ouvia o pronunciamento de outro parlamentar quando foi agredido.

Disse ainda que sentiu a pancada de um objeto preto que lançaram do lado esquerdo do salão, enquanto os chavistas, que são maioria, davam gargalhadas com a cena.

Além de intrinsecamente maus, estes elementos são verdadeiros vândalos, pessoas vulgares acostumadas a baixarias e crimes de toda espécie.

O deputado da oposição, Williams Dávila, necessitou levar 8 pontos após ser agredido por deputados da situação, em plena sessão no plenário, onde ele apenas "ouvia" a exposição de outro deputado.

Também ontem, o presidente da Assembléia, Diosdado Cabello, destituiu vários deputados da presidência de comissões que estes integravam, como retaliação por não terem aceitado a vitória e juramentação de Maduro como presidente, dentre eles o deputado agredido em plenário. Em sua conta de Twitter o ex-presidente Uribe denunciou:

“@ AlvaroUribeVel - Comunidade: ‘Golpe de Estado na Assembléia, Deputados Dinorah Figuera, Nora Bracho, Williams Dávila e Miguel Angel Rodríguez, removidos da Presidência de Comissões por ordem de Diosdado: de imediato”.

Os Estados Unidos não aceitaram a vitória de Maduro e por isso afirmam que só depois de uma auditoria rigorosa se posicionarão quanto ao resultado.

Já os parlamentares que compõem a Rede Latino-Americana para a Democracia, apontam incontáveis irregularidades no pleito e também solicitaram ao CNE que realizem esta auditoria.

Segundo o chefe da missão de observadores da Rede
, Diego Sueiras, “Me preocupa que o CNE tenha dito que os resultados são irreversíveis. Os resultados não são irreversíveis, o serão uma vez se cotejem as atas e cada papel. Que se faça uma cadeia de custódia das caixas de comprovantes e dos cadernos de votação. Que se cotejem os cadernos de votação com as papeletas, que se faça uma contagem imparcial auditada por referências nacionais e internacionais”.

E, finalmente, para fechar esta edição com chave de ouro, o Notalatina apresenta um vídeo muitíssimo bem elaborado que PROVA a monumental e descarada fraude ocorrida no último domingo.

Neste vídeo apresenta-se os resultados oficiais do CNE (inclusive com foto da página), do primeiro boletim, onde se havia escrutinado 99,12% dos votos e o definitivo, apurados os 100%.

No primeiro boletim o CNE informou que o resultado, restando apenas 2% por apurar, dava 50,66% para Maduro e 49,07% para Capriles. Entretanto, no resultado final, incluídos os 2% faltantes, aparece 69% para Maduro e 31% para Capriles!

É tão aberrante essa fraude, que não precisa sequer conhecer de estatística ou matemática para perceber que os dados informados no fechamento da apuração foram manipulados sem qualquer preocupação de que a oposição iria verificar e denunciar perante o mundo.

Fiaram-se no silêncio e aceitação passiva de Capriles em 7 de outubro e acreditaram que poderiam elevar à estratosfera o resultado final.

Deram-se mal!

Por isso a repressão violenta e criminosa está tão exacerbada. É visível o desespero de Maduro com a possibilidade de deixar de realizar um sonho acalentado por mais de 20 anos, e mais ainda o desespero dos ditadores da ilha, pois Capriles anunciou em campanha que não queria mais cubanos invadindo seu país como está há mais de 14 anos.

Temo por uma guerra civil e mais derramamento de sangue, pois isto parece inevitável, uma vez que nem a ditadura cubana nem seu seguidor vão entregar pacificamente aquilo que levaram anos planejando.

Estiveram perto demais da conquista e, a não ser por uma intervenção externa e poderosa, o neo-ditador Maduro vai se conformar com a derrota.

Oremos pela Venezuela e para que se faça justiça.

Chega de ditaduras comunistas!

Fiquem com Deus e até a próxima!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Comissão de Ética diz que investigados pela PF fogem de intimação



                           FERNANDA ODILLA
                                     DE BRASÍLIA


A Comissão de Ética da Presidência enfrenta dificuldade para intimar alvos da Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal em novembro do ano passado para apurar esquema de corrupção e tráfico de influência no governo federal.

O presidente da Comissão, Américo Lacombe, disse que o caso não será julgado na próxima reunião porque nem todos os investigados foram localizados. "Tem gente que não foi intimada ainda porque está fugindo da intimação", afirmou Lacombe na noite desta segunda-feira (15).
Lacombe, contudo, não revela quem foge da Comissão de Ética. Limitou-se a dizer que apenas um dos quatro investigados entregou explicações.

Julia Moraes - 27.nov.2008/Folhapress
Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência

Em março passado, foram enviados ofícios com novos pedidos de esclarecimentos à ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, ao ex-advogado-adjunto da União José Weber Holanda, e aos irmãos Rubens e Paulo Vieira, ex-diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e ANA (Agência Nacional de Águas), respectivamente.

Apesar de serem processos distintos, a Comissão de Ética decidiu ainda julgar o caso do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, junto com o dos outros quatro. "Pode haver conexão no que se refere às provas", justificou Lacombe.

ACADEMIA

A Comissão também vai analisar o caso de Alessandro Teixeira, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, filmado usando carro oficial para ir à academia.

Segundo Lacombe, Teixeira se antecipou e, antes mesmo de ser questionado formalmente, encaminhou explicações à Comissão. "É muito grosso, ele juntou até mapa, essa coisa toda", disse o presidente da Comissão de Ética, afirmando que o caso será analisado na próxima reunião, marcada para o dia 20 de maio.

Questionado sobre as regras de uso de carro oficial, Lacombe disse que o tema tem de ser "estudado com muito carinho e bom senso".

SUPREMO


Nesta segunda, Lacombe voltou a dizer que a Comissão está sobrecarregada porque duas das sete vagas permanecem sem ocupantes. Ele disse que deixou um currículo na Presidência mas que ainda não há previsão de quem vai assumir os cargos.

Questionado sobre a disputa no Supremo Tribunal Federal, que tem uma vaga de ministro, Lacombe disse que torce para o advogado tributarista Humberto Ávila.

Apesar de se definir como um "torcedor" de Ávila, disse nunca ter levado o nome do advogado para a presidente Dilma Rousseff. "Nunca me perguntou e eu não vou responder se ela não me perguntar", disse.

Na avaliação de Lacombe, o STF precisa de um tributarista porque "40% lá são processos tributários."


15/04/2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

“Choro fora de hora”




Por Ricardo Noblat
BLOG DO NOBLAT 


Foi Luiz Fux que admitiu ter saído por aí durante o segundo governo Lula à caça de apoios para ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Acabou nomeado por Dilma. Em meio ao julgamento do mensalão, líderes do PT plantaram notas em jornais garantindo que o episódio acontecera. Irado, Fux aproveitou uma festa em Brasília e comentou o fato com o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF).

Na semana seguinte, procurado por Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo, admitiu que fizera, sim, campanha para ocupar uma vaga no STF. E que conversara a respeito com o ex-ministro José Dirceu. Conversou seis vezes. E mais de uma dezena com Evanise, mulher de Dirceu. Negou, porém, que tivesse prometido absolvê-lo caso participasse do julgamento. “Não me lembrei que ele era réu”, alegou Fux, o distraído.

Às vésperas da
publicação do acórdão do julgamento, o que pretende Dirceu ao revisitar o episódio e dizer que foi assediado moralmente por Fux para ajudá-lo a se tornar ministro do STF? Vingar-se por ter bancado o bobão? Desmoralizar o ministro? Difícil que consiga. O distinto público está satisfeito com o resultado do julgamento. E com Fux e todos que votaram pela condenação dos réus.


Dirceu imagina
sugerir que houve parcialidade no julgamento pelo menos da parte de Fux? Difícil de entender o raciocínio dele. Digamos que Fux prometeu votar a favor de Dirceu. Haveria parcialidade se ele tivesse honrado a palavra. Ou a intenção de Dirceu seria forçar a Procuradoria Geral da República a investigar o comportamento de Fux? Com base em que provas? Fux tem credibilidade, Dirceu, não, segundo o procurador.


Quantos ministros
não procederam como Fux para ganhar uma cadeira no STF? Joaquim Barbosa foi um dos poucos que não procederam. O objetivo de Dirceu não era este, certamente não era, mas ao dizer o que disse sobre Fux pode ter estimulado a discussão a cerca do que os três poderes da República sempre passaram ao largo – a natureza doméstica do processo de escolha dos ministros de tribunais superiores.


A Constituição
exige de um aspirante a ministro que tenha notório saber jurídico e reputação ilibada. A escolha é do presidente da República, submetida ao Senado. Na história de mais 100 anos do STF, o Senado só rejeitou um nome. A aprovação, portanto, é um mero e inócuo ritual. Ninguém se interessa em interrogar a fundo um candidato a ministro. E se no futuro precisar dele no exame de alguma questão?


Joaquim Barbosa
tem um notável currículo. O que pesou mais para que virasse ministro, contudo, foi sua cor. Em certa época, Lula encantou-se por ministros temáticos – negro, mulher, do Nordeste, do Sudeste. Dias Tóffoli entrou na cota do PT. Dele não se exigiu notório saber jurídico. Por duas vezes foi reprovado em concursos para juiz. O que vale é que por longo tempo serviu a Lula e ao PT com lealdade.


Se Dirceu discorda
do modo pouco republicano como os ministros do STF costumam ser indicados, deveria, no mínimo, ter dado um fora em Fux ao ser procurado por ele atrás de patrocínio. Se não discorda, choraminga fora de hora. Deixou Dilma sob a suspeita de que promoveu Fux a ministro de olho no voto favorável dele à absolvição dos mensaleiros. Na verdade, o maior cabo eleitoral de Fux foi Antonio Palocci.

A prisão espera Dirceu. Uma aposentadoria cinco estrelas, Fux. Que não pode se queixar da vida confortável e repleta de mimos que leva desde agora.
              
             15 de abril de 2013





Chávez está morto, e o chavismo também! Fraude tira a eleição do oposicionista Capriles; Maduro é “eleito” com menos de 2 pontos de diferença. É roubo!

              

                      
                      

Por Reinaldo Azevedo

Bingo!

Escrevi ontem aqui: “É a ditadura que sustenta o chavismo, não é o chavismo que sustenta a ditadura”. Com essas palavras, chamava a atenção para o fato de que é mentirosa a versão de que a sociedade venezuelana foi mesmerizada pelo tirano e de que a oposição representa não mais do que a vontade de uma extrema minoria. Nicolás Maduro, que já exerce o poder de forma ilegítima — cuja posse foi legalizada por uma Corte de Justiça composta de eunucos —, foi declarado o vencedor das eleições deste domingo. Com pouco mais de 99% da apuração concluída, obteve 50,66% dos votos, contra 49,07% do oposicionista Henrique Capriles, que não reconheceu o resultado e pediu a recontagem do total de votos, não de apenas uma parte. Os oposicionistas dizem ter recebido mais de 3 mil denúncias de fraudes, vindas de todo o país. No discurso da “vitória”, Maduro diz concordar com a recontagem, mas tentará sabotá-la, podem ficar certos.

O resultado representa uma humilhação para todos os institutos de pesquisa. A diferença mínima que se apontava era de 7,2 pontos percentuais; havia quem falasse em 12. Deve ficar em torno de 1,6 ponto. Eis aí: o chavismo, felizmente, morreu com Hugo Chávez. Ainda que se faça a recontagem de 100% dos votos e que a “vitória” de Maduro seja confirmava, é evidente que se trata de roubo e de fraude — mesmo que os votos tenham sido os declarados oficiais. Por quê?

A eleição na Venezuela não é nem livre nem limpa. Não é livre porque a oposição não dispõe dos mesmos instrumentos de que dispõe o governo para falar com a população. Chávez estatizou a radiodifusão no país, e as TVs e as rádios são usadas como porta-vozes oficiais do governo. O Beiçola de Caracas chegava a ficar no ar, por dia, até seis horas. Falava bem da própria gestão e demonizava seus opositores. As notícias passam por um severo serviço de censura interna, e só vai ao ar o que o governo considera “saudável” e “didático” para a consciência do povo. Os críticos do governo são tratados como larápios, como sabotadores, como malvados em defesa de privilégios.

É o modelo que a turma de José Dirceu e Rui Falcão gostaria de implementar no Brasil. É o que quer essa gente xexelenta, financiada por estatais, que pede “o controle da mídia” no Brasil — como se ela já não fosse petista o bastante e não estivesse, no mais das vezes, a serviço de grupos militantes. Mas eles, claro!, querem muito mais. Invejam o chavismo. Invejam Cristina Kirchner. Mas volto ao ponto.

As eleições na Venezuela, pois, não são livres, já que a oposição é obrigada a enfrentar uma estupenda máquina de desqualificação. Ainda assim, praticamente a metade dos que foram votar disse “não” ao chavismo. Isso é formidável! Significa que toda essa gente soube resistir à pressão oficial, especialmente de 5 de março a esta data, quando morreu o tirano. Chávez passou a ser tratado como santo. Declarou-se não apenas a sua imortalidade. Falou-se também na sua ressurreição. Quem se encarregou da peça publicitária indecorosa foi João Santana, o marqueteiro do PT.

Uma emissora estatal fez um desenho animado com a sua chegada ao céu. No céu do bolivarianismo, um monte de “heróis” latino-americanos divide uma choupana. Dante encontra Beatriz para conduzi-lo no paraíso. A gente teria de se apertar, numa cabana, entre outros, com Chávez, Guaiacaipuro, Sandino, Allende, Evita, Simón Bolívar e Che Guevara, que detestava tomar banho, daí o apelido de “Chancho”, o “porco”, o “fedorento”, o “porco fedorento”. Se o céu é isso aí, podem me mandar para o inferno. A choupana, eu já conheci na terra, mas com banho, que a gente pode, sim, ser pobre e limpinho e não matar ninguém (coisa que a esquerda ilustrada não sabe…).

As oposição também têm de enfrentar uma formidável máquina assistencialista. Chávez transformou a Venezuela num país dependente exclusivamente do petróleo, destruiu a indústria, arrasou a agricultura e passou a distribuir caraminguás da renda do óleo às populações mais pobres. É a sua versão do “Bolsa Família”. Só que essa distribuição de benesses é controlada por milícias — armadas! — que dominam as áreas mais pobres do país. A degeneração social é de tal sorte que Caracas é hoje uma das cidades mais violentas do mundo, com, atenção!, 122 mortos por 100 mil habitantes. A taxa, no Brasil, já escandalosa, fica em torno de 25. Mata-se em Caracas DEZ VEZES MAIS do que em São Paulo e quatro vezes mais do que no Rio.

O Chávez amado pelas massas — e, consequentemente, o chavismo supostamente invencível — é fruto da propaganda oficial. Se as oposições pudessem disputar em condições de igualdade e se houvesse imprensa livre no país, essa canalha já teria sido varrida do poder há muito tempo. Até porque a Venezuela continuará em espiral negativa porque o governo está infiltrado de delinquentes — alguns deles procurados internacionalmente por envolvimento com o tráfico de drogas. Parte da cocaína que circula hoje no EUA e no Brasil tem origem na Venezuela, que dá abrigo e apoio material aos narcoterroristas das Farc. É esse o governo para o qual Lula gravou um vídeo emprestando seu apoio entusiasmado.

Se as eleições não são livres, também não são limpas. As milícias chavistas assombram os locais de votação e aterrorizam os eleitores, especialmente os mais pobres. Assim, a Venezuela é hoje um país governado por um súcia autoritária, eivada de criminosos, sim! Se tiverem curiosidade, pesquisem sobre as denúncias feitas pelo juiz venezuelano Eladio Ramón Aponte Aponte. Ele era nada menos que o presidente do Superior Tribunal de Justiça, o STF da Venezuela, e um dos pilares do chavismo no Judiciário.

No ano passado, fugiu do país, entregou-se às autoridades americanas e declarou-se cúmplice da máfia do tráfico de drogas no país, com a qual, afirma, está envolvida a alta cúpula do chavismo. Reproduzo trecho de reportagem de José Casado, de abril do ano passado, no Globo:

“[o juiz] Citou especificamente [como envolvidos com o tráfico]: o ministro da Defesa, general de brigada Henry de Jesus Rangel Silva; o presidente da Assembleia Nacional, deputado Diosdado Cabello; o vice-ministro de Segurança Interna e diretor do Escritório Nacional Antidrogas, Néstor Luis Reverol; o comandante da IVa Divisão Blindada do Exército, Clíver Alcalá; e o ex-diretor da seção de Inteligência Militar, Hugo Carvajal.
O juiz Aponte Aponte conheceu a desgraça em março, quando seu nome foi descoberto na folha de pagamentos de um narcotraficante civil, Walid Makled. Convocado para uma audiência na Assembleia Nacional, desconfiou. Na tarde de 2 de abril, ajeitou papéis em uma caixa, deixou o tribunal e entrou em um táxi. Rodou 500 quilômetros até um aeroporto do interior, alugou um avião e aterrissou na Costa Rica. Ali, pediu para entrar no sistema de proteção que a agência antidrogas dos EUA oferece aos delatores considerados importantes.”

Eis aí o governo que conta o integral apoio do Brasil. Lula gravou um vídeo em apoio a Maduro, e Dilma deu um golpe no Mercosul, com o apoio de Cristina Kirchner, para afastar o Paraguai e levar para o bloco essas flores do bem.

A Venezuela disse “não”! A despeito da propaganda, a despeito das mistificações, a despeito da truculência, a despeito da violência, metade dos eleitores — mesmo na contagem chavista — disse “não” à continuidade do regime. Numa democracia, essa canalha não teria chance.

Eis aí por que é preciso ficar atento e cuidar dos marcos legais e institucionais. As modernas ditaduras na América Latina, reitero, não se instalam com tanques, mas com golpes legais, como os que Chávez foi aplicando em seu país de maneira dedicada e meticulosa.

Nesta semana, o PT dá início a uma campanha em favor do financiamento público de campanha. É uma tentativa de, por intermédio de um golpe legal, garantir a permanência do PT no poder ainda que, um dia, o povo não queira. Vejam o caso da Venezuela: é claro que a maioria da população não quer mais o chavismo se puder escolher seu destino de modo soberano.

Chávez está morto.

O chavismo sobreviveu pouco mais de um mês e morreu também.

Nicolás Maduro é só um cadáver adiado, o último suspiro de um delírio totalitário na América Latina.


15.04.2013



domingo, 14 de abril de 2013

Eleição na Venezuela. Ou: É a ditadura que sustenta o chavismo; não é o chavismo que sustenta a ditadura



Venezuelanos mostram seus dedos manchados de tinta após votarem para escolha do sucessor de Hugo Chávez, em Caracas



Por Reinaldo Azevedo


É a ditadura que sustenta o chavismo na Venezuela; não é o chavismo que sustenta a ditadura. Não se trata de mero jogo de palavras. Houvesse uma disputa em igualdade de condições, o presidente ilegítimo e ilegal que está no poder, o bolivariano Nicolás Maduro, seria derrotado na eleição deste domingo pelo opositor Henrique Capriles. E assim seria porque a sociedade venezuelana é muito menos “chavista” do que se pode entender à distância. Por isso mesmo, o regime ditatorial se encarregou de criar um arcabouço legal que torna a derrota das forças do governo muito difícil.

Sim, existem regimes ditatoriais que contam com apoio popular esmagador. Foi o que se viu com os vários fascismos na Europa no século passado. “Se o povo apoia, ainda assim, é ditadura?” Perguntem a Hitler. Perguntem a Mussolini. A adesão da maioria é um dado que costuma estar presente nos regimes democráticos, mas ela, por si, não define a democracia, que se caracteriza por um conjunto de valores bem mais amplo — entre eles, o respeito à minoria. Pode até acontecer, e é muito frequente, de um governo democrático ser bastante impopular. No caso daqueles regimes europeus do século 20, podia-se dizer, sem sombra de dúvida, que era o fascismo — DO POVO!!! — que sustentava as ditaduras. Caso elas tivessem promovido eleições livres e limpas, os facínoras teriam vencido.

Não é o que se vê na Venezuela. Ao contrário: é a ditadura que sustenta o chavismo. Promovam-se eleições limpas para ver se os chavistas serão ou não corridos do poder. Pesquisas de opinião que circularam fora da Venezuela — na semana do pleito, é proibido divulgar números no país — apontam uma queda substancial na diferença entre Maduro e Capriles. Segundo o Datanalisis, entre 4 e 11 deste mês, a distância foi encurtada em 9,3 pontos percentuais, fixando-se em 7,2 pontos: 44,4% para o compincha de Chávez e 37,2% para o oposicionista.

Esses números são tão espetaculares para os oposicionistas, dadas as condições em que disputam a eleição, que chego a duvidar um pouco. Outros levantamentos apontam que a vantagem de Maduro, que já chegou a 20 pontos, teria caído para 10.

Com um cadáver e as TVs

As oposições, na Venezuela, têm apenas a mobilização de rua e das redes sociais. Nada mais! Foram banidas das rádios e das TVs, hoje controladas pelo governo. São verdadeiras máquinas de propaganda oficial, inclusive em favor da eleição de Maduro. O vídeo, produzido pelo lulista João Santana, que anuncia o renascimento de Chávez foi veiculado em todas as emissoras. Uma das estatais da comunicação criou um desenho animado, também exibido em rede nacional, em que o ex-ditador é recebido no céu por “heróis” latino-americanos. O regime criou milícias — armadas! — para defender o governo e constranger oposicionistas. Controlam com mão de ferro os bairros pobres de Caracas.

A história é conhecida. Chávez recorreu a eleições para criar instituições e leis que assegurem a permanência de seu grupo no poder. É o caso de as forças políticas no Brasil ficarem atentas. O PT dá início nesta semana a uma campanha em favor do financiamento público de campanha. Como já expliquei aqui, é só uma tentativa de tornar as eleições meros processos homologatórios. As modernas ditaduras prescindem de tanques. Elas gostam mesmo é das urnas como legitimadoras do golpe.



14/04/2013