PT e as Farc
Garcia se ofereceu como “ponte” entre Brasil e Farc
Atual assessor especial da presidência pediu audiência no Itamaraty em 1999
Por Fernando Mello
O encontro ocorreu no gabinete do então ministro, Luiz Felipe Lampreia, que relatou ter recusado a oferta
No final de 1999, o hoje assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia pediu uma audiência oficial no Ministério das Relações Exteriores.
O encontro ocorreu no gabinete do então ministro, Luiz Felipe Lampreia.
Garcia se ofereceu ao governo brasileiro para atuar como “ponte” com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Nesta quarta-feira, procurou o ex-ministro Lampreia, que confirmou a audiência.
Servidor de carreira, com mais de 40 anos de Itamaraty, o ex-ministro não tem filiação partidária.
“A proposta era de promover um encontro, uma relação, uma conversa”, afirmou.
Na última semana, o candidato a vice na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM-RJ), provocou reações do PT ao dizer que o partido tem ligações com as Farc.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, chamou Indio de “desqualificado” e “medíocre”.
Em 1999, Garcia era o responsável pela área de assuntos internacionais do PT.
Lampreia confirmou a conversa.
“Ele pediu uma hora oficialmente, está na agenda”, relata.
“Ele me fez essa oferta. Eu agradeci o espírito com que ele fez a oferta, um espírito respeitoso. Mas disse que não aceitava. Como chanceler não tinha nenhum interesse em ter contatos com representantes das Farc. A organização estava combatendo um governo constitucional, amigo do Brasil.”
Lampreia disse a VEJA.com que, recusada a oferta, Garcia não apresentou mais detalhes, nem disse qual seria o representante das Farc escalado para falar com o governo brasileiro.
Naquele ano, as Farc tinham muito mais força do que hoje.
Seus guerrilheiros se aproximavam da capital, Bogotá, e tinham chances de tomar o poder.
28/07/2010
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