Tenho apreciado
seus artigos e tinha vislumbrado um certo viés estatista em sua concepção
econômica, porém no seu artigo “Ainda não é o fim do capitalismo” percebi um
certo ‘ajuste’ capitalista, pelo que o aplaudo sinceramente.
Sobra-lhe razão
em sua posição.
O pensamento crítico é necessário, mas não podemos condenar um sistema que sabidamente, mesmo com suas mazelas auto corrigiveis é o maior agente revolucionário da História – gerado e gerador pela revolução produtiva e tecnológica – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; e efetivamente reduziu a pobreza nos países capitalistas.
O pensamento crítico é necessário, mas não podemos condenar um sistema que sabidamente, mesmo com suas mazelas auto corrigiveis é o maior agente revolucionário da História – gerado e gerador pela revolução produtiva e tecnológica – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; e efetivamente reduziu a pobreza nos países capitalistas.
Também
é certo que em nenhum país existe um capitalismo puro,
porém também é irrefutável que aqueles que mais se aproximam do livre mercado prosperam muito mais do que os
que se regem por diretrizes de burocratas e políticos socialistas.
O fato é que não
há nem pode haver um sistema político e/ou econômico
perfeito, enquanto instituições humanas.
Porém,
o assanhamento com relação a derrocada do capitalismo, toda vez em que há crise
ou sinais de crise, não é novidade:
“O piedoso desejo de alguns economistas
europeus de que haverá um colapso espetacular nos Estados Unidos — e não uma
crise de reajustamento — e que esse colapso importará no coup de grâce no
capitalismo provavelmente não se concretizará, não obstante a política americana
e as grandes possibilidades que, sem dúvida alguma, se escondem no futuro
imediato”. SCHUMPETER,
JOSEPH A., in PREFÁCIO DA 3a. EDIÇÃO INGLESA,
1949, de Capitalismo, Socialismo e
Democracia. Cambridge, Massachusetts - Abril de 1949.
A gênese dessa
concepção catastrófica está em Karl Marx que como
historiador, militante político, economista e
filósofo da história, profetizou
25 maneiras diferentes em que o regime capitalista seria paralisado
por suas contradições e cederia lugar a outro regime, no caso socialista.
Daí segue-se a crença dos economistas de formação
marxista – incluindo-se os devotos/intérpretes
do ‘profeta’ fundador da ‘verdade’ – Karl Marx – os marxistas, marxólogos e
marxianos – que é incidir e reiterar na superioridade mental do ‘pai fundador’
do ‘socialismo científico’ – e assim,
julgar/declarar-se peremptoriamente mais economista que os
economistas, mais científico que os puros cientistas – embora não demonstrem
nada do que dizem e pensam ser a VERDADE
ABSOLUTA e, ai de quem discordar, embora os fatos digam o
contrário.
Mas o mesmo
historiador, filósofo, economista, militante político, como filósofo da história
e ‘profeta’ – contraditoriamente
pregou e convenceu seus seguidores com a ‘profecia’: - “Bem
ao contrário do que aconteceu com a filosofia alemã, que desce do céu para a
terra, aqui se sobe da terra para o céu”. MARX, Karl e ENGELS,
Friedrich. A Ideologia
Alemã – Crítica da novíssima filosofia alemã em seus representantes Feuerbach,
B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas,
1845-1846 (Die Deutsche Ideologie.
Kritik der neuesten Deutschen Philophie in ihren Repräsentant Feuerbach,
B. Bauer und Stirner, und des Socialismus in seinem verschiedenen
Propheten). Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2007, p.48).
Muitos dos que
acreditaram nessa ilusão marxista – realmente
foram para o ‘céu’ e não poderão testemunhar.
RAYMOND ARON -
assim resume a visão econômica marxista, embora pela militância seja
autocontraditório (em sua essência o socialismo é contradictio in
terminis):
“1.º) O regime
capitalista, em sua busca de mais-valia relativa, é por essência um regime
revolucionário. No Manifesto Comunista, as virtudes da burguesia vinham do fato
de ela ter aumentado os meios de produção em um século mais do que a humanidade
fizera em milênios. São virtudes revolucionárias ou construtivas que Marx, de
certa maneira, exaltava. Em O
capital, essa idéia reaparece e pode-se dizer que uma das características,
aos olhos de Marx decisivas, do regime capitalista é sua essência
revolucionária. Ele nunca aceita como decisiva uma modalidade qualquer de
organização do trabalho ou de modo técnico de produção.
2.º) Resulta
disso uma alteração incessante da organização do trabalho no interior das
unidades de produção e, mais ainda, uma alteração das relações entre os
diferentes setores da produção, o que exige uma extrema mobilidade da
mão-de-obra.
3.º) Essa
alteração revolucionária das condições de produção destrói rapidamente os modos
antigos de trabalho e de existência. Mas então, e este último ponto é essencial,
o maquinismo, no âmbito do capitalismo, atua de maneira permanente contra a
classe operária. Encontramos aí, de novo, o caráter fundamentalmente antagônico
do capitalismo, e temos de novo Marx em seu máximo, ou seja, no mais dialético e
no mais patético. Ele é demasiado inteligente para ser contra as máquinas e
contra a transformação incessante dos meios de produção. É um admirador do
caráter revolucionário do capitalismo. Tudo que se ouvia contra o progresso
técnico havia apenas alguns anos, e que ainda se ouve às vezes hoje, lhe
pareceria monstruosamente absurdo. Mas, simultaneamente, ele acha que, no âmbito
de um regime de propriedade privada, essa transformação incessante das condições
de produção aumenta a exploração operária e multiplica a infelicidade da classe
operária. Por que?
Para responder,
basta citar outra passagem do livro I de O capital:
“A indústria
moderna nunca considera e trata como definitivo o modo atual de um processo. Sua
base é revolucionária, enquanto a de todos os modos de produção anteriores era
essencialmente conservadora.” (In O
marxismo de Marx. São Paulo: Arx, 2005, p. 313-4)
Queiramos
ou não a economia de mercado ( e a liberdade) - essência do sistema capitalista
– atualmente – ainda é o modelo mais eficiente
para ordenar otimamente os fatores de produção (capital, trabalho, recursos
naturais e tecnologia) para produzir mercadorias, bens e serviços necessários
para o bem estar social, o crescimento e o desenvolvimento humano.
E
o caminho – o bom caminho para sair da barbárie, da
pobreza, da ignorância, da exploração, do atraso e do subdesenvolvimento físico
e mental – é o capitalismo – operando na DEMOCRACIA política, na economia de
mercado, com estabilidade/segurança jurídica, abertura de mercado, incentivos
para investimento e desenvolvimento, respeito à propriedade e incentivo à
empresa privada e um sistema tributário razoável preconizado desde Adam Smith.
Saudações
respeitosas.
Rivadávia
Rosa - Advogado
0 comentários:
Postar um comentário