Ditadores perpétuos
Thomaz Favaro Juliana Cavaçana
A região, onde historicamente a normalidade é um hiato, está de novo sensível à pregação antidemocrática e, como um elástico esticado que busca a posição de descanso, mergulhando no caudilhismo.
É o mesmo pântano populista em que a América Latina chafurdou no passado.
A diferença agora é que os caudilhos se dizem de esquerda e
"bolivarianos", tendo como traços comuns a impossibilidade de convivência com a imprensa livre, o desrespeito à Constituição e a formação de esquadras de bate-paus para intimidar fisicamente os adversários.
O patrono da turma é o venezuelano Hugo Chávez, secundado por figuras menores como o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales.
Em Honduras, Manuel Zelaya tentou o golpe bolivariano, mas seu voo de galinha foi interrompido em pleno ar pela Corte Suprema e pelos militares.
O mais novo aderente ao caudilhismo de esquerda é o nicaraguense Daniel Ortega.
A única surpresa é ele não ter sido o primeiro a aderir.
Ortega está cumprindo à risca o manual de instalação de ditaduras de esquerda em países de instituições fracas.
Na segunda-feira passada, um grupo de seis juízes da Corte Suprema acatou um recurso, apresentado pelo próprio presidente, exigindo a anulação do artigo 147 da Constituição, que proíbe a reeleição.
Caso a decisão seja ratificada por nove dos dezesseis magistrados do tribunal, Ortega poderá concorrer nas eleições de 2011.
Como ele nomeou oito desses juízes e ainda tem direito a indicar mais um, o golpe constitucional está praticamente pronto.
Na segunda-feira passada, um grupo de seis juízes da Corte Suprema acatou um recurso, apresentado pelo próprio presidente, exigindo a anulação do artigo 147 da Constituição, que proíbe a reeleição.
Caso a decisão seja ratificada por nove dos dezesseis magistrados do tribunal, Ortega poderá concorrer nas eleições de 2011.
Como ele nomeou oito desses juízes e ainda tem direito a indicar mais um, o golpe constitucional está praticamente pronto.
Nicarágua
Ortega: continuísmo bolivariano.
Ortega: continuísmo bolivariano.
Quando for consumado, o presidente da Nicarágua engrossará o time dessa nova modalidade de ditadura.
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