Por Augusto Nunes
Não por terem atropelado alguma lei, mas porque mentiram, Teddy Kennedy não chegou à presidência dos Estados Unidos, Richard Nixon foi despejado da Casa Branca e Bill Clinton quase teve o mandato amputado. Coisa de gente colonizada por puritanos, murmuram os brasileiros espertos.
Pode ser. Mas também é coisa de quem sabe que, num regime democrático, o povo manda. Se um funcionário público mente, perde a confiança do patrão.
Se não se comporta direito, perde o emprego. Os americanos e todos os habitantes de países civilizados sabem disso. Os brasileiros nem desconfiam.
Se ao menos desconfiassem, já teriam ordenado aos festeiros do São Francisco que calassem a boca e devolvessem o dinheiro tungado. O passeio que manteve a turma longe do trabalho durante três dias úteis custou R$ 400 mil.
O governo não é uma entidade lucrativa. Todas as despesas são bancadas pelos pagadores de impostos. Essa foi mais uma. Pois os delinquentes não só se recusam a pedir desculpas como prometem reprisar a afronta sempre que desejarem.
Não foi uma inspeção de obras. Foi uma sequência de comícios. Segundo a legislação eleitoral, isso só poderia acontecer depois do dia 5 de julho de 2010. O presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, limitou-se a confirmar o vale-tudo escancarado.
Foi convidado por Marco Aurélio Garcia, uma abjeção homiziada no Planalto, a manifestar-se apenas nos autos dos processos. Tarso Genro, um bacharel medíocre que desonra o Ministério da Justiça, autorizou o presidente infrator a continuar delinquindo.
Se mentira desse cadeia, todos estariam condenados à prisão perpétua. Excitados pela sensação de impunidade, já passaram ao furto ostensivo. O ministro Guido Mantega confessou há dias o desvio de R$ 3 bilhões das restituições do Imposto de Renda para o caixa esvaziado pelos pródigos incuráveis.
Lula desmentiu a confissão com outra mentira, prontamente avalizada pelo subalterno. O golpe só mudou de cara. Em vez de simplesmente adiar a restituição, a Receita Federal resolveu obstruir o caminho do pagamento com cobranças impertinentes, dúvidas improcedentes e truques cafajestes.
Enquanto esperam, os homens comuns continuam extorquidos pela retenção do imposto na fonte. Não falta verba para a gastança no São Francisco.
O brasileiro não sabe que é o patrão do país, que é dono do próprio destino e que o empregado é o governo.
Enquanto acreditar na existência de homens providenciais, será enganado até por oportunistas que não sabem ler nem escrever.
0 comentários:
Postar um comentário