Comecei a escrever este post por volta das 22h20 (horário hondurenho), ao som de uma batucada (mal)feita no rifle por um militar suspenso a cinco metros de altura do chão por uma plataforma.
Ele está posicionado agora mais ou menos diante do quarto e da sala onde ficam respectivamente Manuel Zelaya e os jornalistas. É uma distância não maior do que 20 metros. Sim,é tão surreal como soa.
A novidade começou lá pelas 18h30, quando policiais e militares encapuzados trouxeram a plataforma, que lembra aqueles carrinhos que o Austin Powers dirigia no laboratório do Doutor Evil.
Pois a habilidade deles com a maquininha era parecida à do super agente: lhes custou algo como duas horas para que a plataforma subisse, sob o olhar atônito das pessoas da casa que acompanhavam a cena pelo balcão. Uns ficaram assustados; outros acharam patético _eu fico com os dois.
Às 20h30, eles finalmente conseguiram colocar a plataforma lá no alto. Assim que atingiu o máximo, o policial acendeu a mira de seu rifle, e uma luzinha branca passeou pela fachada da embaixada.
Ao seu lado, o militar, também armado, começou a batucadinha irritante e intermitente.
Pouco depois, o próprio Zelaya foi ao balcão dar uma olhadinha, sem antes mandar que todas as luzes do primeiro andar fossem apagadas, por precaução.
A OEA foi acionada para ver se desmontavam a coisa, mas até agora nada.
Dia sim, dia não, o cerco policial-militar inventa uma irritaçãozinha para aumentar a pressão sobre Zelaya e a embaixada. Continuo acreditando que a casa não será atacada nem invadida. Mesmo assim, não vai ser nada agradável dormir daqui sabendo estar ao alcance de rifles empunhados por encapuzados (um tinha o rosto coberto).
Pelo menos a batucada parou agora.
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