NOVA YORK - E quando vai acontecer a canonização de Barack Obama?
Como soldado de primeira hora da legião Obama, eu estou à vontade, e com credibilidade, para expressar perplexidade com o Prêmio Nobel da Paz para o presidente americano.
Como soldado de primeira hora da legião Obama, eu estou à vontade, e com credibilidade, para expressar perplexidade com o Prêmio Nobel da Paz para o presidente americano.
Barack Obama em frente a bandeira da ONU / Reuters
Caio Blinder, de Nova York
Sendo caridoso, no máximo, a premiação vale pelo simbolismo, é uma especie de endosso à agenda obamista de reconciliaçãoo entre os povos, religiões, raças e culturas, sem falar de sua vaga promessa de desarmamento nuclear. Obama merece muito mais um Prêmio Nobel de Química por transformar sonhos em, well, sonhos. Ele é o alquimista, o santo milagreiro.
Quem sabe um dia a história recompense Obama por sua visão, mas não tão cedo. Assim que soube da premiação, um outro agraciado, o ex-presidente polonês Lech Walesa perguntou justamente: "mas como tão rápido?" Walesa sabe destas coisas. Ele suou e apanhou nas trincheiras da resistência lutando décadas a fio para conseguir o que queria, como líder sindical e herói da resistência anticomunista.
Em parte, Obama ganhou o prêmio pelas mesmas razões que venceu as eleições americanas em novembro passado: representa um repúdio à era Bush. A bofetada na velha ordem é merecida, mas calma lá. Ainda não foi construída a nova ordem. Enquanto isto, no mundo real, o detentor do Nobel da Paz 2009 mantém intensas reuniões com o seu conselho de guerra para descobrir a melhor maneira de vencer o confilto espinhoso no Afeganistão.
Vá la. Tanto se fala na decadência americana. Mas novamente um americano é a personalidade do momento. Afinal, não é a vez da China? Por que o comitê do Nobel nao deu o prêmio ao nobre dissidente Hu Jia? Aí sim seria a audácia da esperança.
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