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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

SENATUS DELENDA EST


Leia aqui.

Pasmo com os acontecimentos políticos dessa República ou seria uma monarquia?) pus-me a buscar exemplos que pudessem me consolar.

Evidentemente, só os encontrei na ficção ou nas republiquetas bananeiras latino-americanas.


Falta ao povo brasileiro alguém que realmente o defenda.

Que seja sua voz e que sinta o pulsar de seus anseios.

Alguém que, dignamente, o represente.

Não encontrei essa pessoa e não o encontraria nem que tivesse a lanterna de Diógenes.

Não há luzes que possam iluminar o contexto político brasileiro.

As trevas nos rondam e nos sufocam.

Socorri-me, então, da História Antiga. Lembrei-me de minhas aulas de latim, época em que o ensino público era digno. Veio à memória o grande orador romano, Cícero, aquele que previa, com razoável antecipação, o fim da República, em Roma.



Seus discursos se tornaram peças clássicas, tanto que os estudantes brasileiros, num tempo não tão remoto, as traduziam em suas aulas. Sua mente era ágil, sua língua, quando necessário, felina, seus inimigos o temiam e o povo sabia que ali, no Senado Romano, estava alguém que lutava pelos interesses da cidade, do Estado.

Alguém que captava o alcance pleno do significado da palavra república (res publica, ou seja, a coisa pública, de todos).

Antes de Caio Julio, mais tarde César, Cícero teve inimigos no Senado, dentre os quais se destacou Catilina, que almejava o poder a qualquer preço. Cícero escreveu vários discursos contra seu desafeto, os quais ficaram conhecidos como “Catilinarias”, sendo que o mais famoso é o quinto, onde o grande orador acusa Catilina de abusar da paciência de todos.



Depois de muito debate e ânimos exaltados, Catilina foi assassinado, forma mais comum de serem resolvidas as desavenças do Senado de Roma.

Descrente, num exercício de futurologia, imaginei Cícero como senador, mas no Brasil atual.

Confesso que fiquei com dó do mestre da oratória, em virtude do trabalho que o mesmo teria. Quantas “Lularias”, “Sarnarias”, “Renarias” e “Collorarias” Cícero teria que escrever?

Evidentemente, inúmeras, pois assunto não lhe faltaria. Sarney, depois de invocado como avô prestimoso, seria instado a não mais abusar da paciência nossa e a recolher-se a seu feudo medieval, onde seus vassalos o receberiam de braços abertos.



Renan, que há poucos dias foi chamado de cangaceiro, mas que, na realidade se parece mais com um bandoleiro da fronteira mexicana-norteamericana, seria conclamado a melhorar sua atuação, comportando-se de acordo com a postura de um mafioso de Hollywood.

Collor seria questionado o porquê de seus olhos estarem sempre arregalados.

Que coisa melíflua suas pupilas permanentemente dilatadas escondem?

Lula, o messiânico, aquele que se julga ungido, seria instado a parar de fazer discursos sem sentido, a parar de viajar e a deixar de se auto promover; além, é claro, de combater os “mensaleiros”, os que escondem dinheiro na cueca, os “trapalhões”.



E, principalmente, parar de encher a nossa paciência, com sua fala anacrônica, sem lógica e que afronta qualquer ouvido medianamente letrado.

A duração desse discurso de Cícero faria inveja a Fidel Castro, mas o seu conteúdo seria claro, sem ranço ideológico, escorreito na gramática latina, contundente e certeiro.

Creio, contudo, que Cícero pregaria para ouvidos moucos, para mentes áridas seria combatido, principalmente, por aqueles que não entenderiam nada, por má fé, por ideologia ou por incapacidade.



Talvez, não lhe restasse alternativa, a não ser a de lançar mão da própria História de sua pátria, lá no início da República, quando Roma tinha um inimigo forte e capaz de derrotá-la, Cartago; naquele momento em que o Senado Romano, antevendo o perigo, propugna Cartago delenda est (Cartago deve ser destruída).


Certamente, Cícero bradaria, referindo-se ao Senado brasileiro atual:

Senatus delenda est.

Porque nós, aqueles que realmente trabalham, não aguentamos mais a desfaçatez, a iniquidade, a arrogância e a prepotência.

Não aguentamos mais o assalto diuturno aos cofres público.

Somos aqueles que anseiam que o país entre na senda do verdadeiro progresso, que só se consegue com educação, saúde, sensibilidade e honestidade no trato do erário público.



Sabemos que não é pedir muito, pois é, de fato, o mínimo necessário para que o país se afaste da pecha de eterno subdesenvolvimento, fator que inibe a entrada do país no rol das nações civilizadas.

Recebida por e-mail de S. Holtz

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