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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sim, no insondável mistério da morte direta e já. No súbito desaparecimento do Doutor Ulysses.

Há Controvérsias

Sempre que o texto entala, pego o carro e saio por aí a pensar na morte da cachorra ou na do Ulysses Guimarães.

Sim, no insondável mistério da morte direta e já.

No súbito desaparecimento do Doutor Ulysses.


E na pergunta sem resposta que me fez Tia Dalila, lá se vão mais de quinze anos.

Internada no Pronto-Cordis, segurando-se no alto de seus quase noventa anos, Lilila vira-se pra mim no meio da noite, assim como quem não quer nada:

“Meu filho, o mar devolve tudo que nele jogamos, não é?

Então por que até hoje não devolveu o Ulysses Guimarães?”
.

Ó mar, ó mar, porque até agora nada do velho Ulysses voltar? Nada o Doutor Ulysses? Nada? Sigo eu me perguntando estrada afora, enquanto me anoiteço e me aconteço de encontro ao acaso, e torço e traço e teço meu texto.

Som ligado, a voz de Cartola me inunda de poesia, e à estrada, e à noite perto da Aurora: “Deixe-me ir preciso andar/ Vou por aí a procurar/ Quero assistir ao sol nascer/ Ver as águas dos rios a correr/ Se alguém por mim perguntar/ Diga que eu só vou voltar/ Depois que eu me encontrar” . 



Trecho do artigo `E traço e teço meu texto` de Ronaldo Werneck

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