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domingo, 23 de março de 2008

POEMA 2418

De, repente,
o que restou de um homem,
neste BRASIL,
entrou cambaleante
no pronto- atendimento
Ele girou
Vacilou
e
Caiu

A fetidez da carne
O hálito de embriaguez
O rosnado. O grunhido.
As palavras postas em quatro
O cabelo em desalinho
qual arame farpado
O rosto macerado
onde dois olhos assustados
espreitavam...

E dentro destes olhos,
existiam outros olhos
que brilhavam
Pois o que restou
de um homem
desejava desesperadamente
ser ainda amado

Eu? Eu sou a médica?
Alguém, por favor,
diga-me o que sou
ou o que serei
quando crescer
Bailarina? Não vale responder
poetisa, meu senhor
Ah, prometazina,haldol,
diazepan, onde está o sol?

Época de eleição!
Os lobos andam à solta
procurando uma refeição

E meus pensamentos
eram um só - eu, a louca:
Retirar o que restou
de um homem
Varrer o seu pó
da porta de entrada
antes que os sapatos
dos modernos socialistas
pisassem seu corpo,
e se arremessassem,
famintos, sobre a carcaça,
com a picardia falaciosa
de todos os Tempos,
a gritarem o refrão da arte na trapaça:
IGUALDADE-LIBERDADE-FRATERNIDADE

E o que restaria da médica
protegendo o que restou de um homem,
gemeria:

NÃO...NÃO..APENAS UMA PALAVRA BASTA-

"PIEDADE"

OBRIGADA POR ME TERES LIDO

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