quinta-feira, 27 de março de 2008
Lula garante que faz sucessor e só vai cumprir acordos com aliados quando lhe for conveniente
O popular chefão Lula da Silva só pensa em 2014, quando terá chances de retornar à Presidência da República, caso não seja vítima do “fogo amigo” petista ou prejudicado pela sede de poder peemedebista.
Agora, em tom triunfal populista, Lula só garante que fará seu sucessor em 2010. E vai usar todo o seu pragmatismo de sindicalista para negociar com aliados e supostos adversários até cumprir seu objetivo de poder.
Lula tem acara de pau de mentir que não está em campanha, alegando que “não é mais candidato”. Mentira. Não é candidato em 2010 porque não houve condições para o golpe político do terceiro mandado. Mas Lula é o candidato dele mesmo a retornar ao Palácio do Planalto em 2014.
Lula se imagina um Getúlio Vargas reencarnado. Sonha em sair e voltar ao poder nos braços do povo, reencarnando a imagem de “Pai dos Pobres”. Hoje, tem todas as pré-condições para conseguir seu intento.
Demonstração disso foi seu triunfalismo antecipado no discurso de ontem, no bairro popular do Jordão, na região metropolitana de Recife.
O discurso do chefão foi direto: “Se a oposição pensa que vai eleger um sucessor, pode tirar o cavalinho da chuva porque nós vamos fazer a sucessão para continuar governando este país. (...)
Ainda está muito longe, mas se alguém pensa que vai atrapalhar o projeto de desenvolvimento deste país, vai ter que lutar muito e vão ter que trabalhar muito. Apenas fazendo discurso não vão nos derrotar, não”.
Lula voltou a insistir no conflito luta de classes alegando"que não tem preconceito contra rico" e que o que interessa é que todos ganhem. Lula desafiou a oposição:
“É preciso trabalhar mais do que nós e dizer ao povo o que eles (a oposição) fizeram antes de nós, porque eles já governaram, eles não são marinheiros de primeira viagem.
Eles já passaram 500 anos governando este país. Eles têm que dizer o que eles fizeram com a educação e aí vão comparar”.
Lula avacalhou tanto a oposição que se aproveitou até da presença do ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, nos festejos eleitoreiros do PAC: “Eu estou vendo um homem ali, o Severino, que foi presidente da Câmara.
E ele foi eleito presidente da Câmara porque a nossa oposição queria derrotar o governo achando que o Severino ia ser contra o governo.
Pois bem, elegeram o Severino.
Não levou muito tempo, eles perceberam que o Severino não era oposição ao governo.
Eles trataram de derrubar o Severino com a mesma facilidade que o elegeram”.
A tiracolo de Lula, no palanque, estava a super poderosa ministra da Casa Civil. Dilma Rousseff foi citada em praticamente todos os discursos como "mulher arretada", "guerreira" e "comandante".
A guerrilheira aposentada Dilma não tem carisma de populista. Mas é uma grande negociadora de bastidores.
A popularidade de Lula, sobretudo no Norte-Nordeste, pode ser decisiva para alavancar o nome dela ao Palácio do Planalto. Seja na cabeça de chapa ou como vice de algum candidato indicado pelo PMDB.
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