Na tentativa de aprovar o requerimento, a oposição chegou a propor que o depoimento ocorresse somente no final de abril, depois que a Casa Civil concluísse a sindicância instalada no Palácio do Planalto para apurar o vazamento de informações que teriam dado origem a um suposto dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Já que ela [Dilma] deu 30 dias no Diário Oficial para a sindicância, terminada as investigações, a ministra Dilma viria aqui dar os esclarecimentos", defendeu o deputado Vic Pires (DEM-PA). A Folha Online apurou que o depoimento "tardio" foi uma estratégia da oposição para tentar aprovar o requerimento.
A manobra, no entanto, não teve apoio da base aliada do governo, que reúne maioria na CPI. O relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), se mostrou contra a convocação da ministra porque alega que as informações sobre os sigilos de gastos da Presidência da República com cartões corporativos podem ser prestadas pelo secretário de administração da Casa Civil --que seria responsável por esses dados.
"Há um processo de disputa política da oposição que quer desacelerar o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e desqualificar que a ministra presta serviço relevante ao país.
Não podemos admitir que se apequene o melhor projeto de desenvolvimento que esse país está tendo nos últimos anos. Que possamos chamar, então, o secretário da Casa Civil que se referiu ao TCU [Tribunal de Contas da União] quando esses temas foram apresentados ao tribunal", defendeu Sérgio.
O líder do DEM na Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que o relator deve se comportar de forma isenta na CPI, sem conotação partidária na defesa de Dilma.
"Nunca vi de um relator a palavra que ouvi agora, do nobre deputado Luiz Sérgio. Ele saiu das vezes de relator e agiu como líder do PT, cargo que entregou há alguns meses na Câmara.
Na minha opinião, o deputado Luiz Sérgio mostra que não tem nenhuma isenção para exercer o cargo de relator", criticou.
GABRIELA GUERREIRO da Folha Online
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