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quarta-feira, 26 de março de 2008

Dora Kramer - A sinuca do dossiê


Tal e qual

O grande argumento do presidente Lula para negar a inegável existência do dossiê com os gastos da Presidência FH é o mesmo utilizado em 2006 para contestar as evidências de autoria no dossiê dos “aloprados”: a ausência de relação entre causa e efeito.

Há dois anos, dizia que não seria lógico expor a candidatura favorita a tamanho risco sem necessidade.A necessidade era a de desmoralizar José Serra, o primeiro colocado na eleição para o governo de São Paulo.

Ontem, Lula perguntava: “Se não fiz em 2005 (no caso mensalão) por que faria (um dossiê) agora”?

Porque tinha os dados na mão e precisava usá-los para intimidar a oposição.

A compulsória

Acostumado a decidir em “petit comité”, o PSDB poderá ver-se diante da necessidade de tomar uma decisão partidária, em função do impasse em torno da candidatura a prefeito de São Paulo.

O governador José Serra recusa-se a arbitrar, limitando-se a não vetar a postulação de Geraldo Alckmin, que não quer dar à candidatura o caráter de decisão pessoal e, por isso, reivindica consulta ao partido. Seria uma situação praticamente inédita no PSDB, em se tratando de decisões de importância estratégica.

Todas, desde a candidatura de Fernando Henrique Cardoso a presidente em 1994, foram tomadas pelo colégio de cardeais.No caso em curso eles continuam a atuar, mas só nos bastidores e relativamente à distância.

O desembarque do presidente da legenda, senador Sérgio Guerra, nesta semana em São Paulo é o primeiro gesto “externo”.

Se não for suficiente, os tucanos terão de resolver se retomam a prática da imposição de cúpula ou se navegam pelos desconhecidos mares da decisão colegiada.

O PSDB não gosta muito do modelo, mas pode acabar sendo forçado a aceitá-lo.

É que o cardinalato não quer se envolver abertamente na questão, pois cada poderoso joga com suas respectivas cartas “fechadas” em preparação para o lance maior de 2010.

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