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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dinheiro sob o colchão

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José Eduardo C. Santarelli Manno

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, comprou um apartamento no interior de São Paulo neste ano em dinheiro vivo.



O imóvel foi declarado na escritura por R$ 150 mil. Com 160 m² de área, ele tem duas vagas para automóveis de passeio. Foi adquirido em abril deste ano da Construtora Eugenio Garcia.


A Folha visitou o prédio. Um apartamento vizinho ao de Aldemir Bendine, no mesmo andar que o dele, está à venda por R$ 310 mil.

A escritura do imóvel foi registrada em abril. Nela consta que a construtora fechou a compra e que o valor do imóvel foi "recebido em moeda corrente nacional". Bendine diz que fez o pagamento em notas de reais.


A lei permite que um imóvel seja quitado por meio de cheque, transferência bancária ou dinheiro vivo. A operação não é ilegal.


FISCO


Por meio da assessoria de imprensa do Banco do Brasil, Bendine disse que, além de a lei permitir a transação em dinheiro vivo, o valor desembolsado é compatível com a sua declaração de Imposto de Renda deste ano.


O executivo diz que informou ao fisco guardar R$ 200 mil em casa, em dinheiro vivo. Teria gasto uma parte deste total para adquirir o apartamento.


De acordo ainda com assessores de Bendine, os recursos que ele tinha em aplicações financeiras seriam insuficientes para fazer frente ao gasto. Por isso, ele recorreu ao dinheiro guardado em sua residência.


O banco estatal diz que, por se tratar da vida pessoal de Bendine, não divulgará as razões que o levaram a optar por manter dinheiro em casa, perdendo os rendimentos em aplicações de instituições financeiras como o próprio Banco do Brasil.


Quanto ao fato de um imóvel das mesmas dimensões que o dele estar à venda no mesmo prédio pelo dobro do preço, a assessoria afirmou que há várias explicações possíveis para a diferença.


Uma delas é que, por ter sido comprado à vista, o imóvel de Bendine pode ter saído por um preço menor. A outra é que, como ele foi um dos primeiros a comprar a unidade, recém-lançada, em abril, a construtora pode ter reajustado os valores ao longo dos últimos meses.


COLCHÃO


Neste ano, vários candidatos que concorrem a cargos eletivos declararam à Justiça Eleitoral possuir dinheiro guardado no colchão.


A presidenciável Dilma Rousseff (PT) diz que ela tem R$ 113 mil. O tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato ao Senado por São Paulo e ex-chefe da Casa Civil do governo estadual informou ter R$ 50 mil.


Orestes Quércia (PMDB-SP), que desistiu da candidatura ao Senado para se tratar de uma câncer, declarou R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo.


O delegado Protógenes Queiroz (PC do B-SP), que ganhou notoriedade depois de prender o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, disse ter R$ 284 mil.


Em 2006, quando concorria ao governo de Minas, Aécio Neves (PSDB) declarou ter R$ 150 mil "em espécie" e R$ 86 mil no banco.


OUTRO LADO

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, colocou suas declarações de imposto de renda à disposição para mostrar que declarou à Receita Federal possuir os valores em dinheiro vivo que foram usados na compra de um apartamento.


Segundo sua assessoria, ele declarou ao fisco manter R$ 200 mil em casa. O imóvel custou R$ 150 mil.


Os assessores afirmam ainda que ele usou dinheiro em espécie para a compra porque não tinha recursos suficientes no banco para fazer uma transferência bancária ou passar um cheque. Ele diz que manter recursos em espécie é legal e que prefere não divulgar as razões que o levaram a optar por guardar as economias em casa.
Editoria de Arte/Folhapress





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