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sábado, 18 de setembro de 2010

Como funciona uma pesquisa eleitoral

As pesquisas são grosseiras falsificações


Por Lauro Henrique Alves Pinto

Quando eu estava na faculdade, matando-me para estudar estatística (matéria que eu adorava),resolvi me aprofundar no estudo da montagem de amostras para pesquisas de campo. Fiz várias pesquisas e foram ótimas. Mas aprendi uma coisa trágica: a montagem do banco de amostras é o cerne, é o ponto nevrálgico de qualquer pesquisa.

Foi assim que, vivendo bastante, percebi que os chamados Institutos de Pesquisa movem-se de acordo com os seus clientes.

Na pesquisa de campo encomendada por uma empresa, em geral não há manipulação porque (no geral) ela é neutra em relação ao mercado e à concorrência.

Mas na pesquisa eleitoral isto NUNCA acontece.

Imagine você se, hoje, o IBOPE dissesse a verdade sobre as intenções de voto! Instantaneamente todas as pesquisas encomendadas pelo governo (que são o que sustenta o faturamento destas empresas) seriam suspensas.

Isto não é uma mera suposição, isto é a prática corrente, já que o que o governo quer é induzir o eleitor a votar desta ou daquela maneira.

Quando o IBOPE, apavorado com a possibilidade de perder o grosso do seu faturamento, resolve aderir ao governo, ele passa a receber um dinheiro "extra" MUITO confortável, sob a forma explícita de encomendas legalmente feitas.

É verdade que o governo pode muito mas, neste caso, ele pode TUDO.

Dou três exemplos recentes.

Quando houve o plebiscito sobre o Desarmamento, o governo entrou pesadamente a favor do SIM. Eu acompanhei e tenho guardados mais de 100 pequenos institutos de pesquisa independentes que davam a vitória do NÂO na base de 60% a 70%.

Tal como vai acontecer agora, às vésperas da eleição, os grandes institutos começarão a se aproximar lentamente da verdade.

Dependendo do grau de canalhice federal (tal como aconteceu no plebiscito do Desarmamento) esta tendência permanecerá favorável ao governo até e undécima hora.

Na hora H eles dirão a verdade, porque, se não o fizerem, estarão desmoralizados para sempre e perderão a clientela toda.

Ninguém quer saber de pesquisas de institutos que erram. Quem conhece eleições sabe que é raríssimo uma parcela imensa do eleitorado mudar de idéia bruscamente.

Em eleições, o eleitor vai formando a sua opinião ao longo do tempo, quase nunca é no dia do
voto.

Como se sabe, o NÃO ganhou o plebiscito com mais de 2/3 dos votos. Uma "virada" desta natureza é impossível estatisticamente falando, exceto em casos excepcionalíssimos (morte de um candidato, fato importante só revelado na véspera, etc).

Outro exemplo foi o da Colômbia, que acaba de eleger como presidente um candidato do mesmo partido de Uribe (que encerrou o seu mandato agora) e que combate ferrenhamente as FARC e os seus apoiadores e beneficiários ( Venezuela, Peru, Equador, Bolívia e Brasil, todos ligados na mesma emoção).

Até a primeira hora do dia da eleição os institutos de pesquisa desses 5 países e dois da própria Colômbia davam como certa a eleição do principal candidato da oposição, que foi derrotado com 70% dos votos contra.

Outro episódio está ligado ao chamado apoio popular. Diz-se que Lula da Silva chegou a ter mais de 90% de avaliação positiva Bom e Ótimo.Isto é estatisticamente impossível de ocorrer.

Este tipo de fraude sempre e só ocorreu em países ditatoriais. Foi a norma em TODOS os países da esfera comunista e nos demais totalitários da África, Europa, Ásia, Oceania e até mesmo América Latina.

A distribuição da satisfação e do desprezo seguem certas equações matemáticas de pequena variância.

Existem relações que tendem ao equilíbrio nas curvas que determinam o prazer e a dor, nos organismos sociais.Não há como subverter estas tendências mas os nossos institutos têm fraudado deslavadamente estes índices, sem que se consiga dizer ao grande público que ele está sendo enganado.
Não há canais disponíveis, o governo fechou todas as saídas.

Para você que é leigo nesta matemática, dou um exemplo simples, que todos entendem. O chamado Efeito Tanzi (do italiano Vito Tanzi) mostra a correlação negativa entre inflação e impostos. A principal aplicação prática destes estudos é que quando o governo aumenta o valor percentual de um tributo, a quantidade arrecadada aumenta em proporção menor.

Se estes aumentos persistem, chega um momento em que cada aumento da alíquota causa uma redução real da arrecadação. Este fenômeno também funciona em muitas outras funções sociais. Uma delas é a aprovação popular.

Mas há tão pouca gente interessada em pesquisar isto com seriedade!

Talvez porque seja tão difícil vencer a barreira intransponível do poder público e sua imensa capacidade de suborno


2 comentários:

manto disse...

Ótima sua matéria, eu sou totalmente leiga nessa coisas, mas adorei saber mais sobre as pesquisa, ai se explica porque as pesquisas mostram que o Osmar subiu na pesquisa, mas o que vemos pelo parana é que o Beto esta muito bem.Pura manipulação.

Diego Franco disse...

Estranho é que existem no Brasil não apenas o IBOPE. Se condena a legitimidade da pesquisa do Ibope, os outros institutos, como VOX Populi, Datafolha, DataTempo, CNT/Sensus, que não trabalham ou tem contratos públicos são legítimos.