'Sobrevivemos à base de biscoitos', afirma diplomata
Orlando Sierra/AFP
São precárias, precaríssimas as condições impostas aos ocupantes da embaixada brasileira em Tegucigalpa.
Francisco Rezende Catunda, diplomata brasileiro, conta: "Sobrevivemos alguns dias à base de biscoitos, uma alimentação muito irregular...”
“...Hoje [quinta-feira, 24] devemos ter nossa primeira refeição normal. Não chego a dizer que passamos fome...”
“...Mas a situação é bastante precária. Não temos roupas, sabonetes ou toalhas. Muitos aqui têm obrigações familiares e precisariam sair. Estão sendo impedidos".
A embaixada encontra-se sob cerco dos militares leais ao governo golpista de Honduras desde segunda-feira (21).
Nesse dia, o presidente deposto Manuel Zelaya, seus familiares e sequazes se abancaram no prédio da embaixada brasileira.
O diplomata Catunda informa que, em dado momento, abrigaram-se sob o teto da representação diplomática do Brasil algo como 300 pessoas (!?!?!).
Nesta quinta (24), os hóspedes da embaixada são contados em cerca de 60 pessoas. É o que diz Celso Amorim.
O chanceler repassou o número em diálogo telefônico que manteve com o presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Em entrevista dada nos EUA, onde se encontra, Amorim disse que o Brasil não está “insuflando” a crise política em Honduras.
“Estamos tentando ter uma ação moderadora também", disse Amorim. Acha que a imprensa brasileira enxerga a coisa de forma enviesada.
"Muito da mídia brasileira diz que a volta do Zelaya criou uma crise. Mas a secretária de Estado [Hillary Clinton], o secretário-geral da OEA (José Miguel Insulza]...”
“...Todos eles viram isso como uma oportunidade para resolver o problema. Essa oportunidade, no caso, envolve riscos...”
“...Mas é uma oportunidade para que haja um diálogo, que é o que nós estamos querendo propiciar..."
“...Agora, para que haja um diálogo, é preciso que se abra o aeroporto, deixe que o avião chegue lá, uma missão da OEA chegue lá [...]”.
Nesta quinta, a propósito, o governo golpista de Honduras reabriu os aeroportos do país.
por Josias de Souza
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