Lula já não tem motivos para recusar o segundo convite para um debate com FHC
Por Augusto Nunes
Na reunião que reduziu a residência oficial do presidente da República a comitê eleitoral, o inquilino prestes a devolver o imóvel ordenou aos presentes que, no segundo turno da campanha, comparassem o atual governo ao de Fernando Henrique Cardoso.
A determinação animou a coluna a ressuscitar a grande ideia apresentada em fevereiro pelo comentarista Sebastião Silveira: um debate na televisão entre Lula e FHC.
Ao fim de duas ou três horas, o eleitorado brasileiro dirá quem lhe pareceu melhor, mais preparado, mais seguro, mais convincente.
Há oito meses, Fernando Henrique topou de imediato: “Debate é sempre saudável”, disse.
“Aceito, pelo Brasil”.
Lula demorou uma semana para responder pela voz de Franklin Martins:
“O presidente Lula, quando deixar a Presidência e se tornar um ex-presidente, aceitará debater com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, esquivou-se o ministro da Comunicação Social.
A explicação foi revogada pelo abandono do emprego. Há pelo menos três meses, Lula trocou o gabinete pelo palanque.
E acaba de avisar que assim será até o fim do segundo turno.
Livre do serviço, tem tempo de sobra para desincumbir-se pessoalmente da missão confiada aos aliados. Como repete de meia em meia hora que nunca antes neste país houve um governante tão iluminado, não devem faltar argumentos para vencer o debate.
Reapresentado o convite, o ex-presidente reiterou que está pronto para o duelo.
Se o presidente que virou cabo eleitoral recusar o confronto pela segunda vez, o país inteiro saberá que FHC está para o SuperLula como a kriptonita para o Super-Homem.
Melhor não chegar perto.
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