Comentário de Reinaldo Azevedo
Nada, rigorosamente nada, a opor às palavras de dom Odilo Scherer. Sua questão é pertinente: a vida humana é ou não é um bom tema a ser debatido pela política?
A resposta já está na pergunta.
Sua extrema simplicidade dá conta da boçalidade dos que pretendem que esse não seja um tema relevante.
Quero chamar a atenção de vocês para o poder que tem o PT de pautar a imprensa e transformar fato em boato. Voltem lá ao trecho em negrito. Para o jornalista, há “supostas contradições na posição de Dilma sobre o tema”.
O fato de ela ter dado várias entrevistas defendendo a descriminação do aborto e de, agora, os petistas dizerem que ela é contra (ela mesma não diz nada, note-se; é a favor da vida!), não se encaixa da categoria de contradição.
Sei…
Vai ver não é mesmo.
É só o PT: é coerente quando defende, ao mesmo tempo, coisas opostas.
Para o jornalista, “no passado, a candidata petista teria defendido a descriminalização da prática”. TERIA???
Mascarenhas não acredita nas palavras da própria Dilma; parece tentar preservá-la de si mesma, um bom ensinamento do Alcorão…
Há um requinte certamente involuntário no texto: a palavra “aborto” não aparece associada à candidata. No parágrafo em que a petista é citada, fala-se em “o tema” e “a prática”.
Sugiro que, por uma questão de equilíbrio, Mascarenhas passe a escrever que José Serra “seria” careca — ou que essa é uma acusação da oposição. Afinal, não é nem mais nem menos evidente que Serra seja careca do que é o fato de que Dilma defendeu a descriminação do aborto, certo?
A partir de agora, “existiria a Lei da Gravidade”, a soma dos quadrados dos catetos seria igual ao quadrado da hipotenusa, e o Corinthians seria o maisor time do mundo!
Como?
O último exemplo não serve para ilustrar a ironia??? Não brinquem comigo!!!
Para encerrar
Compreendo a generosidade de dom Scherer. Honra a sua condição de pastor. Como estou livre do peso da autoridade eclesiástica e episcopal e posso falar apenas como fiel, deixo clara a minha posição: católico que defende o aborto ou que se alinha com aqueles que o defendam têm de ser convidados a sair da Igreja. Sejamos como o budismo, muito apreciado pelo laicismo moderno, até por bons motivos: não se pode ser budista defendendo e praticando a Lei de Talião.
Cada religião, crença ou filosofia tem o seu conjunto de valores. A defesa da vida, para um católico — e, quero crer, para um cristão —, é inegociável.
Por Reinaldo Azevedo
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