José Aparecido ameaça contar quem mandou fazer dossiê.
Antes de viajar para Goiânia para tentar esfriar a cabeça, ele fez um desabafo em tom de ameaça de que não será o bode expiatório do escândalo. Acrescentou que está disposto a revelar que a ordem de comando para elaboração do dossiê com objetivo político partiu da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, principal auxiliar da ministra Dilma Rousseff.
- Tudo o que eu quero é ir para a CPI - disse Aparecido a amigos.
A ministra Dilma Rousseff prestou depoimento no Senado, esta semana, com a informação confirmada de que Aparecido tinha sido o autor do vazamento.
Para integrantes da cúpula do PT, Aparecido negou com veemência que tenha sido o autor do vazamento das informações sigilosas. Mas voltou a relatar que forneceu dois funcionários da Secretaria de Controle Interno para elaborar o que Dilma chama de banco de dados.
Segundo ele, os funcionários de sua secretaria estranharam o comportamento dos demais servidores da Casa Civil que faziam o mesmo trabalho. Por esse relato, esses servidores reagiam com gargalhadas e comemoração diante de cada nova descoberta sobre gastos curiosos ou exóticos do ex-presidente Fernando Henrique e de sua mulher, dona Ruth Cardoso.
Já naquela ocasião, Aparecido chegou a alertar caciques petistas sobre o que classificou de comportamento "amador" dos funcionários da Casa Civil. Esses relatos circularam pelo Palácio do Planalto, ainda em fevereiro, o que causou grande desconforto no comando da Casa Civil. Desde então, ele alega que passou a sofrer forte perseguição política de Erenice Guerra.
Nesta sexta, a própria Dilma falou por telefone com petistas e assessores do Planalto que têm contato com Aparecido. Nessas conversas, a ministra tentou passar segurança e afirmou que o secretário de Controle Interno não teria munição contra ela.
Mesmo assim, Dilma foi alertada de que Aparecido está disposto a chegar muito perto dela, ao atacar diretamente Erenice. Por isso, cresce no Planalto o sentimento de que a secretária-executiva deveria ser sacrificada, apesar da resistência da própria Dilma.
É o que mostra reportagem de Gerson Camarotti na edição deste sábado em
'O Globo'.
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Cristiane Jungblut - O Globo; Adriana Mendes- O Globo Online; CBN
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