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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Audiência cujo formato favorece a embromação

Questão essencial, de Kátia Abreu, fica sem resposta numa audiência cujo formato favorece a embromação
O formato em que se desenvolve a audiência de Dilma Rousseff no Senado lhe é favorável.

Falam cinco, seis senadores, propõem as questões as mais díspares, e o relevante e o irrelevante se somam.

Querem ver?



A sempre excelente e pertinente Kátia Abreu (DEM-TO) falou o essencial sobre o PAC, crítica que tenho feito desde o primeiro dia. O PAC não tem dinheiro novo. O que o governo fez foi, digamos, dar nome novo ao dinheiro que já havia — e também àquele que ainda não há: os investimentos privados que se esperam. O caso da Petrobras é exemplar: o que se conta como obra do PAC já fazia parte do planejamento estratégico da empresa. O que interessa, aí sim, é a execução do programa. Dos R$ 16 bilhões previstos para o PAC no ano passado, foram executados apenas 28%. A senadora lembrou também que o percentual de investimento público no governo Lula em relação ao PIB é igual ao de outros governos.

Kátia Abreu fez a sua exposição. A ela se seguiu Delcídio Amaral (PT-MS), que falou um troço lá sobre meio ambiente e comunidades indígenas. Depois veio outro para pedir algumas obrinhas para o Distrito Federal, como se fosse um vereador no Senado. Aí falou o notório Wellington Salgado (PMDB-MG), com aquela cabeleira acaju e óculos de “gatoso” (gato idoso), que resolveu dar um presente a Dilma. Falou em seguida o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que acusou o andamento lento das obras. Seguiu-se Arthur Virgílio (PSDB-AM), que voltou à questão do dossiê e confrontou as oito versões existentes até hoje para a estrovenga do dossiê. Voltou Agripino Maia (DEM-RN), para lembrar que a versão oficial para o dossiê não convence.

E a questão correta, irrespondida e irrespondível, da senadora Kátia Abreu? Ficou para as calendas. Dilma não respondeu. Limitou-se a dizer que este governo tem, sim, a compulsão de distribuir renda... Mas, na aparência e para a chamada crítica política, Dilma está dando um banho. E é o que se vai dizer amanhã. Conhecendo a tigrada, já antecipo, sei lá, quatro ou cinco análises afirmando que não adianta bater no governo: quanto mais apanha, mais cresce.

Por Reinaldo Azevedo

Vídeo: Lula e o dossiê montando
por Dilma Roussef


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