Martin Niemöller (1892-1984)
“Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram.
Já não havia mais ninguém para reclamar.”
O alemão Martin Niemöller (1892-1984) era um teólogo protestante e teve uma trajetória curiosa.
Chegou a flertar com o nazismo nos primeiros tempos.
Quando, vamos dizer, já havia ficado claro quem era Hitler e o que queria, ainda ambicionou incutir-lhe um tanto de sensatez.
Até que percebeu do que se tratava e migrou para a oposição aberta.
Foi processado em 1938 e enviado para o campo de concentração de Dachau, onde permanece até o fim da guerra.
Correto estava o Niemöller do texto acima, não o que sonhou com as mãos estendidas para o ditador facinoroso.
O texto e a vida de Niemöller são interessantes porque servem de alerta:
não adianta tentar mudar o que é essencialmente mau.
Não adianta tentar melhorar pessoas, idéias ou grupos que não compreendem o núcleo mesmo da democracia, da tolerância, do regime democrático, ainda que essas pessoas, essas idéias e esses grupos procurem se ancorar numa maioria ou vistam a máscara da tolerância.
O grande diferencial da democracia está justamente na garantia que oferece às minorias, sejam elas permanentes ou circunstanciais.
Cedo ou tarde, aquele que não incorpora tal princípio como um valor acaba revelando sua face, sua real natureza.
Por Reinaldo Azevedo
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