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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O populismo, o lulismo e alguns de seus seguidores cegos



Os rolos compressores ideológicos esmagam Honduras

Esta semana o chanceler Celso Amorim esteve na Comissão de Relações Exteriores do Senado, mas não soube ou não quis responder uma pergunta fundamental e premente: o que houve em Honduras?

No máximo, por inúmeras vezes, o chanceler repetiu algo como
“toda a comunidade internacional diz que é golpe”.



Bem, isso nós sabemos: o que a comunidade internacional acha. Mas a pergunta continuou sem resposta. Se, porventura, toda a comunidade internacional achar que o Brasil vive uma ditadura nós temos que acreditar?

E se a comunidade internacional achar que o Brasil é mais perigoso do que a Colômbia? Aceitaremos calado? Queremos os argumentos, não as opiniões de todos!

Amorim, na comissão, abusou do que se chama de falácia da maioria. Ou seja, quando não temos argumentos de boa qualidade para defender uma tese apoiamos a proposta que é seguida pelo maior número de pessoa, que é mais popular ou majoritária.

O problema é que nada garante que a maioria ou a totalidade das pessoas estejam sempre certas em todos os assuntos. Com bem atalhou o senador Arthur Virgílio, em 1964, toda a comunidade internacional não considerou golpe o que houve no Brasil.



Mas, infelizmente, a tal falácia da maioria não aparece sozinha. Vem combinada com uma tentativa de rotular de golpista, imediatamente, quem tem uma visão discordante das coisas (ou simplesmente quer saber mais). Ou seja, resumindo a estratégia do governo: 

“Aceite que o que houve em Honduras foi um golpe de Estado e não me pergunte por razões por que toda a comunidade internacional está do meu lado. Se não, seu comportamento será o de golpista” (Alguns países se posicionaram contra o Brasil nessa história, mas nem adianta mais levantar isso). Muitos, com medo dessa estratégia histérica, se calam.

Eis que, para complicar ainda mais o imbróglio, o jurista Dalmo Dallari, conhecido por sua simpatia ao PT, apresentou a tese de que não houve golpe em Honduras. Ele não apelou para a falácia da maioria. Suas argumentações, bastante complexas, tentam acompanha o processo jurídico que ocorreu naquele país da América Central.



Obviamente, Dallari foi questionado do ponto de vista jurídico, no próprio site. Mas a questão não é essa. O jurista, de alguma forma, enfrentou o rolo compressor ideológico que nos obriga a ter uma opinião fechada sobre um caso tão aberto. Será que Dallari é golpista? Mas a tentativa é essa: proibir as pessoas de pensar e questionar.

(Equipe Agripino – cujos integrantes não sabem dizer com certeza se o que houve em Honduras foi golpe ou não)


by: joseagripino on:
Outubro 2, 2009

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