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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tirar alguém à força do país, de pijama ou de fraque, não caracteriza golpe de estado.


Comentário de Reinaldo Azevedo sobre o texto de Gustavo Chacra, no Estadão de hoje, cujo título é: “Constituição dá margem a interpretações”.

Já foi o tempo em que, com absoluta certeza, se podia recorrer ao Estadão para buscar a defesa do triunfo da lei democraticamente instituída. Vivemos tempos em que, se a maioria diz que a lei não vale, mesmo o Estadão pode achar que a maioria está certa, não a lei.

Já demonstrei em mais de 100 (!) textos que a Constituição não tem qualquer ambigüidade sobre a legalidade da deposição - sempre usando o que está claramente escrito.

Quanto ao tal Ruy Casaes, é um ignorante em direito e também em… interpretação de texto.

A sua referência às Constituições da Colômbia e do Brasil dá prova de sua ignorância. Nestas duas Cartas, inexiste o artigo que proíbe a apresentação de dispositivos que facultem a reeleição. 


Sua argumentação de que não haveria tempo para instituir a possibilidade de um novo mandato é estúpida. A violação de um dispositivo constitucional não se caracteriza em função do tempo que levaria para que a transgressão produzisse efeitos.



Vá se instruir, sujeito.

Interne-se numa biblioteca ou vá lavar o chão de uma.

É preciso ser supinamente idiota para lançar na praça uma bobagem dessas.

Notem que o próprio Amorim pergunta por que não o “impeachment”…

O megalonanico deve achar que “impeachment” é coisa que dá em constituições, assim como dá grama no Itamaraty, no seu Itamaraty…



Finalmente, quanto ao pijama, o que querem que eu diga?

Tirar alguém à força do país, de pijama ou de fraque, não caracteriza golpe de estado.

Quando Zelaya saiu, já não era mais presidente.

O pijama não foi feito para dar dignidade a ninguém.

Quando Celso Pitta foi preso em sua casa, exibido de pijama, para consumo público, protestei aqui.

Era uma exorbitância.

Mas não fiz dele meu herói.

A prisão destrambelhada não tornou legais os atos eventualmente ilegais que cometeu.

Ou tornou?

O pijama não lhe conferiu especial dignidade.



Ou será que há quem ache que alguns podem ser humilhados de pijama e outros não?

A minha tese é a de que ninguém pode.

Mas o pijama não torna o humilhado um cara legal. Gente asnal! (*)



(*)Não me refiro ao repórter. Cumpriu a sua tarefa.

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