Já disse mais de uma vez: o segredo das esquerdas é usar os instrumentos da democracia para solapar a democracia. É o que faz Hugo Chávez na Venezuela, Rafael Correa no Equador e Evo Morales na Bolívia. É o que o PT tenta fazer permanentemente no Brasil, embora encontre grande resistência.
Tal prática pode ser transportada para as relações internacionais. Vejam lá: escudado pela inviolabilidade do território sem uma declaração formal de guerra, o Equador acoitava e apoiava terroristas colombianos, o que é uma declaração informal de guerra.
Permitam-me citar trecho do meu primeiro artigo na revista VEJA: “Não devemos permitir que os inimigos da democracia cheguem ao poder, negando-nos, uma vez lá, em nome dos seus princípios, as liberdades que lhes facultamos em nome dos nossos”.
Traduzo o princípio para a causa em trânsito: em nome da inviolabilidade do território, um princípio da boa convivência internacional, não se pode permitir que um país abrigue terroristas do país vizinho. E por que isso? Quando menos, por uma questão lógica. Vamos pensar com o Tio Rei?
- A inviolabilidade do território, se posta em prática, protege tanto um estado legalista quanto um ilegalista, certo?;
- Não abrigar o terrorismo é um princípio inviolável para o governo legalista, mas não é para o ilegalista.
Vejam, então, que formidável:
- Porque respeita as leis, a Colômbia não abriga terroristas equatorianos ou venezuelanos, certo?
- Porque o Equador e a Venezuela não respeitam, então eles abrigam.
Assim, a inviolabilidade do território, nesse caso, protege os delinqüentes e deixa o governo legalista de mãos amarradas. Se a inviolabilidade do território é usada como defesa das atividades terroristas, o bom princípio se perverte, e ele passa, então, a proteger bandidos.
Assim, a minha defesa da ação do presidente Álvaro Uribe não é apenas de princípio (o combate ao terrorismo justifica), é também uma questão lógica, como vêem. Sempre que a ilogicidade me ronda, eu a afasto, como se fosse uma tentação do cape
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