O ministro das Relações Exteriores brasileiro recusou-se a responder diretamente à boa pergunta colocada pelo repórter Carlos de Lannoy, da TV Globo de Brasília, que pediu que Celso Amorim dissesse, afinal, se o governo brasileiro achava positiva ou negativa a morte do segundo principal dirigente das Farc, Raul Reyes.
Grande parte da comunidade internacional enxerga as Farc como elas são:
um grupo armado que se assenhorou do cultivo, refino e venda de cocaína, que pratica atos de terrorismo e sabotagem contra sucessivos governos democraticamente eleitos, e que ajuda ainda o caixa de campanha com seqüestros e extorsões.
Nenhum país com apego ao estado de direito e regimes democráticos (e várias importantes potências mais, digamos, autoritárias, como China e Rússia) trata as Farc de outra maneira.
E onde está o Brasil?
Não é nem em cima de um muro.
É pior.
É ATRÁS de um muro de mal disfarçadas simpatias ideológicas pelo grupo que comprovadamente tem com o Brasil profundas ligações com o crime organizado.
Não era preciso nenhuma bola de cristal para se entender, meses atrás, que tipo de ameaça as Farc representavam para a segurança de vários países, inclusive o Brasil.
Nem é preciso ser amigo ou inimigo de Chávez (e Correa) para entender que a visão de mundo deles implicava acirrar um conflito que em nada nos interessa.
Aliás, onde estão nossos interesses no meio desse conflito?
Em tratar terroristas e narcotraficantes como “beligerantes?”
Em ver como vizinhos importantes movimentam tropas nas fronteiras, rompem relações diplomáticas, criam tensões?
Mas o que conta mesmo é como os países se posicionam diante das Farc. Enquanto os interesses maiores do Brasil estiverem subordinados à visão ideologizada de alguns formuladores de sua atual política externa, vamos ter, de fato, um chanceler que não é capaz de responder a perguntas.
Especialmente as mais simples.
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