Seis anos depois, o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, permanece cercado de mistérios. Em 2002, quando foi seqüestrado e depois morto com 11 tiros à queima-roupa, Daniel era o principal coordenador da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva e, enquanto o crime não for efetivamente esclarecido, o fantasma do prefeito assombra o PT. Na última semana, foi revelado que pode ter havido movimentações financeiras em contas que supostamente seriam administradas por Daniel em paraísos fiscais. As movimentações e as contas teriam sido descobertas por Bruno Daniel, irmão do prefeito, na ocasião em que foi aberto o inventário e, o que é mais curioso, teriam ocorrido depois do misterioso assassinato. A informação movimentou os gabinetes de Brasília, o Ministério Público e os familiares do político morto. Ameaçados de morte, por não concordarem com a tese defendida pela polícia paulista de que o prefeito fora vítima de um crime comum, dois dos quatro irmãos de Celso Daniel e suas famílias se refugiaram na Europa em 2006.
À ISTOÉ, por telefone, da França, Marilena Nakano, mulher de Bruno Daniel, negou a existência da conta em paraísos fiscais.
“Isso não existe”, disse Marilena. “Nós estamos em outro país, como teríamos acesso ao inventário? É tudo um absurdo.” Apesar da negativa, a informação a respeito da conta bancária ganha força por um simples fato, que a família de Daniel desconhecia: a Justiça bloqueou os bens de cinco pessoas acusadas de estarem envolvidas com o escândalo de corrupção na Prefeitura de Santo André,na época em que Celso era o prefeito (1998- 2002).
Nesse esquema de arrecadação de propinas, que movimentou R$ 180 milhões, pode estar a explicação para a morte de Daniel.
Revista IstoÉ
continua no próximo post
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