À ISTOÉ, por telefone, da França, Marilena Nakano, mulher de Bruno Daniel, negou a existência da conta em paraísos fiscais.
“Isso não existe”, disse Marilena. “Nós estamos em outro país, como teríamos acesso ao inventário?
É tudo um absurdo.”
Apesar da negativa, a informação a respeito da conta bancária ganha força por um simples fato, que a família de Daniel desconhecia: a Justiça bloqueou os bens de cinco pessoas acusadas de estarem envolvidas com o escândalo de corrupção na Prefeitura de Santo André,na época em que Celso era o prefeito (1998- 2002). Nos 60 volumes e 12 mil páginas que compõem outro processo – o da morte de Celso Daniel –, pelo menos duas das pessoas que estão com os bens bloqueados são acusadas de estarem envolvidas com a morte do prefeito. O processo que envolve o desvio de dinheiro da prefeitura busca recuperar R$ 5 milhões subtraídos dos cofres públicos. Atualmente, comenta- se em Santo André que Ronam e “Sombra” estão com as relações rompidas. “Eles tiveram uma briga”, garante um amigo, que pediu anonimato. Os promotores do Ministério Público de Santo André não acreditam em fantasmas, mas também não compartilham da tese de crime comum. No entendimento deles, até hoje não há respostas para três questões básicas de um homicídio: quem, onde e por que o prefeito foi assassinado? Por enquanto, a única coisa que tanto a família como os promotores têm certeza é que Celso Daniel se encontrava no meio de dois esquemas movimentando muito dinheiro. De um lado, corrupção na Prefeitura de Santo André. De outro, uma campanha eleitoral em nível nacional.
Nesse esquema de arrecadação de propinas, que movimentou R$ 180 milhões, pode estar a explicação para a morte de Daniel.
São elas:
Ronam Maria Pinto, proprietário das empresas de ônibus suspeitas de financiar o esquema de corrupção, e Sérgio Gomes da Silva, conhecido como “Sombra”, amigo de Celso Daniel, que estava com ele na hora em que o prefeito foi seqüestrado.
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