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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Gritos, veneno e vaias nos bastidores do debate na Rede TV!



Gritos, veneno e vaias nos bastidores do debate na Rede TV!

Por Bob Fernandes

Claudio Leal, Marcela Rocha e Vagner Magalhães

"Profissão repórter"

Ao sentar na arquibancada tucana, ineditamente lotada, o governador de São Paulo, Alberto Goldman, saca do bolso um bloquinho de anotações e diz:

- Olha só, tá vendo? Isto aqui é para anotar as mentiras dela (Dilma Rousseff).

Olha para uma jornalista ao lado, e completa: "Vou precisar de mais folhas, me empresta?".

Arquibancada

Dilma entra no estúdio.
Atrasados, Marco Aurélio Garcia e José Eduardo Cardozo se encaminham para suas cadeiras e passam em frente à "arquibancada" tucana.

O deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, gritou da quinta fileira: "Zé Eduardo, senta aí!". A resposta cordial do petista veio com um sorriso seguido de tchauzinho para o colega da Câmara.

Dicionário

Ao usar a palavra "tergiversar", Dilma arrancou risos e provocações dos tucanos na plateia.

No último debate, na Band, a palavra foi recorrente nas respostas da petistas e as brincadeiras aconteciam a cada nova repetição.

Significado X significante

Os tucanos admitem que o eleitorado responde de maneira negativa à palavra "privatização".

Para alguns, Serra deveria evitar o termo ao falar sobre o tema. A ideia não foi utilizada neste debate e, segundo as pesquisas internas do partido, enquanto o assunto esteve presente no debate, Serra ficou empatado com ela.

Nos momentos restantes, esteve à frente.

Os petistas reclamaram quando, em meio à discussão sobre a Gás Brasiliano, Serra trouxe o assunto "drogas" ao embate. Neste momento, a audiência estava em 4.1.

Clap-clap-clap

Foram frequentes as reclamações do staff da Rede TV! à efusiva plateia tucana.

Os primeiros aplausos partiram da oposição quando Serra afirmou que as ações da Petrobras subiram conforme seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.

Mais alto do que as palmas foram as gargalhadas de Olga Curado, media training de Dilma.

Indagada sobre o riso alto, reagiu:
- Eu? (...) Eu rio do que acho engraçado.

"Como vai você?"

Zulaiê Cobra, que migrou do PSDB para o DEM e não conseguiu se eleger deputada federal, encontrou seu correligionário, o vice Indio da Costa, e disse:

- Oi, queria te conhecer. Sou do DEM também e torci muito para que você fosse vice.
O democrata agradeceu e ela prosseguiu:

- Eu gosto de você porque você é novo, ficha limpa.
Durante o debate, Zulaiê não conteve suas manifestações:

"Ótima resposta, Serra!", "Olha a fofoca, Dilma!", "Ela não pensou em mais nenhuma pergunta?".

Questão nodal

No segundo bloco, bombardeio de privatização. No intervalo, o professor Marco Aurélio Garcia, coordenador do programa de governo de Dilma, define:

- O foco nodal é o pré-sal. Ela vai explorar isso. Ele não quer responder sobre as privatizações e o pré-sal.


Fixação

Até o terceiro bloco, Dilma tinha afirmado três vezes que Serra é "mal-informado". Numa quarta vez, alterou a ordem dos fatores: "Você não tem informação sobre isso".
(foto: Fernando Borges/Especial para Terra)

Onda falsa

Para o candidato a vice, Indio da Costa, o PT insiste no assunto privatizações para tentar criar uma "onda falsa" sobre privatizações.

São Paulo x Santos

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, duela com o ex-ministro Antonio Palocci o número de vezes que são citados por Serra.

Dutra é o primeiro agraciado. O marqueteiro João Santana Filho bate nas costas do companheiro, aos risos.

- 3 x 2... Estou ganhando - brinca Dutra.

- É São Paulo x Santos! - retribui Palocci.
Serra se refere a um elogio de Dutra aos anos FHC. Ponto.
- Tô ganhando!

Vez de Palocci, puxado ao debate por ter mimoseado o governo FHC na área econômica. Gol.

- Ah! - vibra o ex-ministro.

De placa.

Consultoria paulista

Os tucanos ironizaram o novo consultor de Dilma para assuntos paulistas.

Jutahy Magalhães (PSDB-BA)
vocalizou:

"Com essa consultoria de Aloizio Mercadante, ela se transformou em candidata derrotada ao governo de São Paulo".

O petista perdeu o governo do Estado no primeiro turno para Geraldo Alckmin.

Quem?

O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB) reagiu bem-humorado à insistência de Dilma Rousseff no tema da venda da empresa Gas Brasiliano - que distribui o combustível no interior de São Paulo - à Petrobras.

Segundo a petista, a venda teria sofrido oposição do então governador José Serra.

"Ninguém sabe o que é a Gás Brasiliano.
Eu só sei porque sou governador de São Paulo".



Media training

O repórter pergunta ao coordenador de comunicação da petista, Rui Falcão, sobre a estratégia de Dilma para São Paulo.

Quer dividir o eleitorado de Serra?

- Não é isso. Ela mostrou as falhas, para serem corrigidas..
.

Sem ajuda de uma media training, a media training Olga Curado interrompe a conversa:

- Ele deve ter visto outro debate!


E fechou a cara.

Pai e mãe

"Epa! Fui eu que criei!". Essa foi a reação da senadora eleita Marta Suplicy ao ouvir José Serra falar que era o "pai" do programa "Mãe Paulistana".

No Twitter Marta escreveu que o candidato tucano mentiu e que o programa foi criado durante a sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo com o nome "Nascer Bem". "Serra pegou o programa que funcionava otimamente, mudou o nome para 'mãe paulistana' e se diz pai".

Paulistânia

Entre os petistas, era unânime a avaliação de que a estratégia de Dilma de trazer para o debate assuntos de São Paulo foi acertada.

"Cada momento é um momento. Tem hora que é de guerra, em outras, de paz. Hoje, era de paz",
disse um dirigente paulista, lembrando do primeiro debate do segundo turno, quando Dilma foi mais incisiva contra Serra.

"Ali, o discurso era para os eleitores dela. Hoje, foi para todos. E nada melhor do que confrontar Serra em seu território".

A pasta

Convidado por Dilma Rousseff a comparecer ao debate, o deputado federal eleito Protógenes Queiroz (responsável pela Operação Satiagraha), levou uma pastinha preta com documentos sobre segurança e privatizações, para municiar a candidata contra o PSDB.

Entregou papéis a Palocci. E apontou a pasta preta para José Eduardo Cardozo.

Saiu abraçado com Dilma.

- Obrigado, Protógenes, por ter vindo... Você está sempre presente. Quero te ver no próximo! - acarinha a presidenciável.

Agora, Protógenes promete oferecer dados sobre a Cracolândia em São Paulo.

Encontro marcado

Dilma se dirige ao carro, no pátio interno da Rede TV!. Em seu caminho, uma estrela recente da campanha, a ex-primeira-dama paulista Monica Serra, autora da polêmica frase: "Ela é a favor de matar criancinhas", criticada pela petista no debate da Band.
Egípcia, Dilma vira o rosto. Mônica retribui: olhar perdido no lado oposto. Na sequência, um segurança da petista esbarra, sem querer, na mulher de Serra. Ela fulmina-o. Com os olhos. E parte para o carro, logo atrás de Dilma.

Para o registro

O senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) não saiu no final do terceiro bloco. Só rumou para casa após as considerações finais de Serra e de Dilma.


18 de outubro de 2010


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