Erenice Guerra e Dilma Rousseff: final da investigação, só depois da eleição
Leiam a coluna de hoje, sempre pertinente e aguda, do jornalista Carlos Brickmann:
Se o Mensalão, cinco anos depois, ainda não tem nenhuma sentença; se os dólares na cueca estão esquecidos, sem que se saiba de quem eram, para quem iam e de onde vieram; se o dinheiro dos aloprados, quatro anos depois, continua sem teto, sem que se tenha apurado de onde saiu e por quem foi entregue, por que tanta surpresa com mais um adiamento da sindicância sobre Erenice Guerra, principal auxiliar da ministra-candidata Dilma Rousseff, de tal forma que só se saiba alguma coisa – se alguma coisa se souber – depois do segundo turno?
Quem investiga as irregularidades que podem ter ocorrido na Casa Civil da Presidência da República é a Casa Civil da Presidência da República.
Se algo ilegal for apurado, prejudicará a candidatura da ex-ministra da Casa Civil da Presidência da República.
Então, caro leitor, deixa pra lá. Não é o sucessor de Dilma Rousseff e Erenice Guerra na Casa Civil da Presidência da República, ministro Carlos Esteves Lima, que vai querer ficar com a batata quente nas mãos.
A idéia geral é que, já que ficar de pé é cansativo, o melhor é sentar em cima dos escândalos. E não acredite que, passado o segundo turno, a sindicância vá andar mais depressa.
Se ganhar a situação, por motivos óbvios (e a oposição, desanimada pela derrota, não terá como levantar os estandartes de guerra).
Se ganhar a oposição, tudo bem: será a hora de dividir o poder.
De, na pitoresca expressão que se usa para evitar frases grosseiras, “cuidar da governabilidade”, de garantir a maioria. Erenice passa a ser um episódio menor, a ser esquecido.
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