Lula se precipitou em jantar com Sarkozy no domingo, o que irritou a Aeronáutica e deixou o ministro Jobim no meio de um fogo cruzado
Defesa diz que haverá negociações com os 3 concorrentes; francês deve ser mesmo o vencedorNelson Jobim (à dir.) em reunião ontem com líderes da Câmara na qual tratou da compra de caças
ELIANE CANTANHÊDE
DA FOLHA
DA FOLHA
Sérgio Lima/Folha Imagem
Ao anunciar antes do esperado a definição do Brasil pelos caças da francesa Dassault, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou constrangimento no seu próprio governo, que teve de recuar ontem, informando que o processo de seleção não está concluído e que o F-18 dos EUA e o Gripen sueco ainda estão na disputa.
O comunicado conjunto de anteontem dizia que Lula e o presidente Nicolas Sarkozy "decidiram fazer do Brasil e da França parceiros estratégicos também no domínio aeronáutico" e anunciava "a decisão" de entrar em negociações para a compra.
Em nota ontem à noite, Nelson Jobim (Defesa) corrigiu:
"o processo de seleção (...), ainda não encerrado, prosseguirá com negociações junto aos três participantes".
A expectativa é que o negócio acabe sendo fechado com a França, mas só depois que a Dassault abaixar os preços do Rafale -o mais alto entre os concorrentes- e criar condições mais favoráveis de juros.
Conforme a Folha apurou, Lula se precipitou no jantar com Sarkozy no domingo à noite e queimou etapas do processo de seleção, o que irritou o Comando da Aeronáutica e deixou Jobim no fogo cruzado.
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