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domingo, 23 de agosto de 2009

PT em crise debate ética e pragmatismo às vésperas das eleições internas


O Globo

A três meses de eleger novo presidente, o PT mergulhou numa crise em razão da sua posição no esforço de enterrar as investigações sobre o presidente do Senado , José Sarney (PMDB-AP).De acordo com reportagem de Isabel Braga e Cristiane Jungblut, publicada na edição deste domingo de O GLOBO, petistas alinhados com o governo dizem que o partido não abandonou a defesa da ética, mas outras correntes criticam a aliança com o PMDB e a opção pelo pragmatismo, visando às eleições de 2010. ( Linha do tempo: fatos marcantes da trajetória do PT )

Na encruzilhada do poder Com o PT fraco,

PMDB pede mais por aliança

Na mesma semana em que o Palácio do Planalto comandou uma operação para salvar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de uma investigação no Conselho de Ética , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alertado que o preço do PMDB para fechar a aliança com o PT, em 2010, será muito mais alto.

De acordo com reportagem de Gerson Camarotti e Adriana Vasconcelos, o presidente foi cobrado por caciques peemedebistas para que marque para os próximos dias uma reunião de emergência com o PMDB.

Em tom de ameaça, integrantes do partido avisaram que, se não houver um enquadramento do PT nos estados, a legenda pode abandonar a pré-candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civi, Dilma Rousseff.

Mesmo com sérios problemas de imagem, o PMDB continua cobiçado tanto por Lula, como pelo PSDB. A reportagem mostra, no entanto, que diferentemente do Planalto, os tucanos já trabalham para ficar com setores do partido e, assim, evitar o desgaste público de uma aliança.

Lula tenta adiar ao máximo as negociações

Ainda de acordo com a reportagem, ao perceber o tom de ameaça do PMDB, o presidente Lula tenta empurrar a negociação com a barriga para pagar um preço mais baixo pela aliança. Segundo assessores palacianos, ele faz uma aposta de risco: vai esperar até o próximo ano para bater o martelo com o aliado. Lula aposta na consolidação da candidatura da ministra Dilma Rousseff ao Planalto, o que obrigaria o PMDB a entrar na aliança em qualquer condição.

Mas se a Dilma estiver fraca nas pesquisas, Lula já tem a convicção de que o PMDB não irá para o palanque, mesmo com um acordo prévio. Ou seja, não adianta agora pagar um preço ainda mais caro.

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