A matéria, do correspondente do jornal no continente Jonathan Franklin, conta como é a rotina do que seria um dos primeiros “cocaine bars” do mundo, que funciona há alguns meses em La Paz, capital da Bolívia.
O bar chama-se Route 36, alusão a uma famosa rodovia que liga o leste ao oeste dos Estados Unidos. Ali, é possível comprar e consumir cocaína abertamente, em “porções” servidas pelo garçom em capas de CD, junto com drinques e refrigerantes. Comida, naturalmente, não é o forte do lugar, que também não é o único, e sim apenas o mais famoso bar de cocaína de La Paz.
A reportagem do Guardian tem um tom mais comportamental, e não se aprofunda muito em como o poprietário do Route 36 conseguiu sua licença para vender cocaína, servida ali pelo equivalente a R$ 30 a grama do pó “normal” ou R$ 45 a grama do pó “forte”, mais puro.
Obviamente, não há licença nenhuma, apenas a confluência da cultura milenar da coca no país andino com o nem tão antigo mas também secular hábito da corrupção que acomete muitas autoridades públicas e policiais nos países da América do Sul.
Em resumo: molhando a mão das pessoas certas, o bar tem conseguido se manter aberto já há mais de um ano. Ainda que sem endereço permanente: à medida que o movimento da casa começa a incomodar os vizinhos e a chamar atenção demais, o bar muda de endereço, sempre com a complacência da polícia local.
Apesar do espírito de total ilegalidade que ronda o Route 36, a reportagem do Guardian (e uma série de blogs de viajantes que consultei na internet) mostra que o ambiente dentro do bar é de tranquilidade, muito similar aos dos coffee shops holandeses. Não há brigas, paranoias ou travações, só grupos sempre animados de jovens turistas que não param de falar. A casa, que funciona 24 horas por dia, tem atraído tantos mochileiros do mundo inteiro que até o respeitado guia Lonely Planet a cita entre suas indicações radicais para a capital boliviana.
Leia a íntegra da reportagem (em inglês) no link abaixo. Quem quiser, acha uma “versão brasileira” da matéria na edição impressa da revista Maxim de agosto (Vergonhosamente, a revista publicou o texto do Guardian dando a entender que era seu material exclusivo - muito feio).
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