Até quando escrevo este post, 3.590 pessoas votaram na enquete. Com 39% dos votos (1.392), a maioria acha que o futuro ex-senador, agora que abandonou a carreira política para se dedicar ao teatro amador, deve estrear na peça “A Morte do Caixeiro Mercadante”. Compreendo o resultado. Ele é mesmo um portento.
Depois da humilhação a que Lula e a direção do PT o submeteram, um certo resguardo lhe cairia bem. Mas quê… Isso o aproximaria da moral de todos nós, os homens e mulheres que ainda ficamos corados.
Mercadante esteve ao lado de Lula nesta terça no lançamento da pedra fundamental do compus de São Bernardo da Universidade Federal do ABC. E se deixou fotografar conversando animadamente com Lula e Mariza Letícia. Era, enfim, o mesmo de sempre, íntimo do poder… Era como se nada tivesse acontecido. Mais um pouco, e o valentão vai dizer que quase se deixara enganar pela oposição, mas acordou a tempo.
Mercadante é um prato cheio para Freud — o Sigmund, não o Godoy (ou os dois…). Lula primeiro o submeteu ao vexame, evidenciando que ele não tem autonomia para decidir coisa nenhuma. Simbolicamente, é como se tivesse tentado castrá-lo. O normal é que aquele submetido a tal ameaça reaja, para, então, ganhar o direito à existência. Não com Mercadante. O senador inaugura, sorrindo, o ritual da Castração Voluntária. Não demora, fará um discurso de júbilo.
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