Fernando Collor ameaçou na segunda 'relembrar fatos' contra Simon.
Senador gaúcho disse que ficou assustado com olhar de Collor.
Nathalia Passarinho
Do G1
O senador Fernando Collor (PTB-AL)
durante sessão no Senado nesta segunda-feira (3)
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse nesta terça-feira (4) que entrou com uma solicitação na coordenadoria da Mesa Diretora do Senado para que o senador Fernando Collor (PTB-AL) explique o que quis dizer quando ameaçou, na segunda-feira (3), "relembrar alguns fatos incômodos" envolvendo o senador gaúcho.
"Eu quero saber o que ele quis dizer com isso. Ele deve explicações", disse Simon por telefone, ao G1.
Ao ser informado agora à noite de que Simon pediu explicação formal sobre suas declarações, o senador Fernando Collor manteve o clima de animosidade.
“Ah, manda ele...”, disse, sem completar a frase, logo depois de deixar o gabinete do senador José Sarney (PMDB-AP). Em seguida, Collor entrou no carro e foi embora.
Ao discutir com Renan Calheiros (AL), líder do PMDB na Casa, Simon lembrou que o senador abandonou Collor quando lhe foi conveniente. Collor, então, pediu a palavra e rebateu as acusações.
“Evite pronunciar meu nome nessa Casa porque na próxima vez que eu tiver que pronunciar o nome de vossa excelência nesta Casa gostaria de relembrar alguns fatos, alguns momentos, talvez extremamente incômodos para vossa excelência”, disse o ex-presidente da República.
Ao jornal "O Globo", Simon afirmou que em vários momentos lhe veio à memória a cena que abalou Brasília na década de 60, quando o pai de Collor, o então senador Arnon de Mello assassinou, com um tiro no peito, o senador acreano José Kairala, em plena tribuna.
Ao G1, Simon confirmou que ficou "assustado" com a fisionomia de Collor.
O senador disse que o ex-presidente já entrou no plenário com um semblante tenso.
"Eu não consegui entender aquela expressão. Ele (Collor) já chegou no plenário com fisionomia tensa. Já estava assim antes de eu começar o discurso", disse.
O senador gaúcho contou ainda que ao sair do plenário conversou com assessores que o lembraram do episódio, na década de 60, quando o pai de Collor, Arnon de Mello, assassinou o senador do Acre José Kairala.
Simon ressaltou que, na verdade, o tiro era direcionado ao senador Silvestre Péricles e que Arnon errou a pontaria apesar de estar a cinco metros de distância do alvo.
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