São cinco as acusações contra o presidente, e o resultado será conhecido na tarde desta sexta-feira (22), em uma ação considerada pelos movimentos sociais um golpe de estado
O Congresso do Paraguai aprovou e deu início ao processo de impeachment do presidente Fernando Lugo.
Tudo em um único dia.
São cinco as acusações contra o presidente, e o resultado será conhecido na tarde desta sexta-feira (22), em uma ação considerada pelos movimentos sociais um golpe de estado.
A votação na Câmara dos Deputados foi pela manhã; 76 foram a favor da abertura do processo, inclusive do Partido Liberal, que integrava a coalizão do governo.
Somente uma deputada apoiou o presidente.
Os deputados acusaram Fernando Lugo de mau desempenho das funções e de ser responsável pelos confrontos entre policiais e sem terra na semana passada, que deixaram 17 mortos.
Minutos depois da votação na Câmara, Lugo fez um pronunciamento pela TV.
Afirmou que não irá renunciar e que enfrentará o julgamento político. Acusou os deputados de não respeitarem a decisão do povo, que o elegeu em 2008, prometendo uma ampla reforma agrária.
À tarde, foi a vez de o Senado se reunir e estabelecer as regras do processo, que começou na noite desta quinta-feira (21) com a acusação formal pelos deputados. Nesta sexta, Lugo terá duas horas para se defender antes da votação do processo que pede o impeachment dele.
Todo o Congresso paraguaio foi cercado por quatro mil policiais. Na frente, integrantes de movimentos sociais e organizações trabalhistas se agruparam para fazer uma vigília de apoio ao presidente.
Líderes dos sem terra, sindicatos e organizações civis acusam o Congresso de tentar um golpe de estado disfarçado, já que a oposição domina amplamente o Legislativo. As Forças Armadas divulgaram um comunicado garantindo o respeito à Constituição. Cinco ministros do Partido Liberal já entregaram os cargos.
A crise no Paraguai também foi discutida na Rio+20 pelos integrantes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). No encontro convocado pela presidente Dilma Rousseff, ficou decidido que os ministros das Relações Exteriores dos 12 países do bloco chegarão ainda nesta quinta ao Paraguai.
“Os presidentes expressaram sua convicção de que se deve preservar a estabilidade e o pleno respeito à ordem democrática do Paraguai, observado o pleno cumprimento dos dispositivos constitucionais e assegurado o direito de defesa e o devido processo”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.
Na sexta-feira passada, 400 policiais cumpriam uma ordem da Justiça para desocupar uma fazenda invadida por sem-terra em Curuguaty, a 130 quilômetros da fronteira com o Brasil. As imagens do canal de TV paraguaio Telefuturo mostram policiais avançando. Em seguida, começam os disparos. Os policiais gritam e se jogam no chão.
De acordo com a promotoria, os camponeses estavam com armas de guerra e bombas caseiras. O confronto provocou críticas violentas da oposição e levou à demissão do ministro do Interior e do chefe de polícia.
Nesta quarta, Fernando Lugo disse que abriria uma investigação para saber o que levou a morte dos seis policiais e 11 sem-terra.
Mas não foi suficiente para evitar o processo.21/06/2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Parlamentares paraguaios abrem processo de impeachment
Marcadores:
Fernando Lugo,
Paraguai
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário