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terça-feira, 19 de junho de 2012

Rascunho do documento final da conferência decepciona e já é chamado de 'Rio menos 20'


Militantes e movimentos sociais estarão realizando contraponto ao evento Rio+20 oficial na Baixada Fluminense nos dias 16, 17, 18 e 19 de junho. A ComCausa participará do encontro. O encontro...

Desapontados, representantes da sociedade civil que participam dos debates no Riocentro dizem que documento traz poucos avanços


Sociedade civil critica texto e já fala em
‘Rio menos 20’


Desapontados, representantes dizem que documento traz poucos avanços


RIO - Representantes da sociedade civil que participam dos debates na Rio+20, no Riocentro, se mostraram profundamente desapontados com o texto final aprovado.

Segundo o senador francês Ronan Dantec, representante de dois movimentos de cidades pelas mudanças climáticas, várias entidades já estão chamando a conferência da ONU de "Rio menos 20":

- Houve muito desapontamento, muita gente pensava que se conseguiria avançar um pouco mais. Para mim, não foi uma surpresa, mas ainda acredito que podemos avançar nos debates que vão surgir. MAs sou otimista e sou um político - disse Dantec, da União de Cidades e Governos Locais (UCLG) pelas mudanças climáticas e do I-Clei, associação de cidades pelas negociações climáticas.

O canadense Jeb Burgmann, do I-Clei, acredita que, embora o texto final tenha desapontado, a Rio+20 trouxe outros avanços, como o acordo pelas cidades que vão reduzir suas emissões:

- As pessoas ficam tristes, mas não podemos esquecer o que avançamos. Infelizmente as cidades não podem decidir pelos países, mas serviremos de instrumento de pressão para as futuras negociações -- disse.

O que mais desapontou os representantes da sociedade civil foi a falta de mecanismos de implementação e de mensuração das diretrizes que ficaram genéricas no texto:

- O que mais falta neste texto é o como. Algumas palavras estão lá, mas não se diz como fazer. Na prática saimos daqui sem garantias, com incertezas sobre o futuro dos trabalhadores rurais e sem mecanismos para diminuir os conflitos agrários -- afirmou o indonésio Abdon Nababan, secretário-geral da AMAN, a associação dos povos indígenas do arquipélago.

A indiana Gita Sen, coordenadora do "Desenvolvimento de Alternativas paras as Mulheres para a Nova Era (Dawn). Segundo ela, seu grupo sai profundamente desapontado.

Ela disse que, no caso das mulheres, sequer termos genéricos para a igualdade de gênereos entrou no documento:

- O texto final ficou pior que os rascunhos anteriores.

A ONU se submeteu aos interesses de Pequim, que não aceitam nenhum avanço.

O texto é uma bobagem, uma baboseira -- afirmou.
19/06/12

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