Hoje, segundo o jornal ABC, as ruas amanheceram vazias e calmas. Cumprido o rito democrático do impeachament do presidente, por votação praticamente unânime, assumiu o vice-presidente eleito exatamente para isso: para ocupar o cargo, no impedimento do titular.
Fernando Lugo enfiou o país praticamente numa guerra civil entre produtores e sem-terra, da Liga Nacional dos Acampados.
A tragédia não ocorreu em larga escala apenas porque os produtores não aceitaram provocações e passaram estes últimos anos vendo o seu trabalho destruído e as suas propriedades invadidas, sempre buscando na Justiça a reintegração e a devida indenização.
Não houve uma só morte provocada pelos fazendeiros paraguaios. Não deram a eles o que eles procuravam: o morto para virar mártir.
No entanto, o episódio extremamente violento de Curuguaty, quando forças do governo entraram em confronto com os sem-terra gerando 17 mortos (11 acamapados e 6 policiais), mostrou que Lugo não tinha mais força política e isenção necessária para conduzir o país.
Várias vezes o presidente deposto recebeu oficialmente os sem-terra, dando-lhes visível e inaceitável apoio institucional. A constituição federal foi acionada. Impeachment e a vida continua.
Mesmo que, em volta, os bolivarianos que apoiavam os sem-terra com dinheiro e treinamento - inclusive o MST do Brasil! - berrem contra o rito democrático cumprido e acabado.
O engenheiro agrônomo Ramón Sanchez, presidente da União de Grêmios da Produção (UGT) desabafou, após o encerramento do processo de impeachment:
“Hoy podemos dormir tranquilos porque no tenemos ningún muerto en la mochila; Lugo en cambio carga con 17 en la suya”.
23 de junho de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
Paraguai volta a ser uma terra com lei
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