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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ora, faça-me um favor: tenha um pouco de respeito pela inteligência dos brasileiros.

Quando o fascismo bate à nossa porta

Por Paulo Renato Souza

O mais preocupante na quebra ilegal do sigilo de Verônica, filha de José Serra, é que é mais um passo na transformação do Brasil em um Estado policial, onde a mão pesada da máquina estatal é utilizada para esmagar os adversários do lulo-petismo, que quer se perpetuar no poder a qualquer preço.

Mesmo a preço da violação dos direitos individuais, consignados no artigo 5º da Constituição-Cidadã de 1988.
Perigosamente o fascismo vai se infiltrando na vida política nacional e bate às portas dos brasileiros.
Somos todos Francenildo, o caseiro, e Verônica Serra. Ninguém está livre de, amanhã, ter os seus direitos individuais violados.

O presidente semeia confusão ao tentar reduzir a trama contra a filha do candidato do PSDB, a um crime comum, de “falsidade ideológica”.

Foi muito mais do que isto.

Foi um crime eleitoral e contra a Constituição, cometido pelo lulo-petismo, com o objetivo de beneficiar a candidatura governista.

Não há como dissociar a quebra do sigilo de Verônica da violação ilegal dos dados fiscais de quatro membros do PSDB e do círculo familiar de José Serra.

É o caso de se indagar: por acaso foi violado o sigilo de algum petista?

Por que só de membros da oposição?

E como explicar que os dados fiscais de Verônica tenham sido divulgados, desde outubro do ano passado, por “blogs sujos”, alinhados ao lulo-petismo, como denunciou o candidato José Serra em sua entrevista ao Jornal da Globo?



E como os dados fiscais de Eduardo Jorge foram parar em um dossiê que estava sendo montado por membros da campanha de Dilma Roussef?


Só com muita má-fé pode se chamar tudo isto de “banditismo comum”, sem fins eleitorais.

Nada disto aconteceria se não houvesse a partidarização da Receita Federal, hoje aparelhada por sindicalistas e petistas.
 

O controle da Receita sempre foi visto pelo Partido dos Trabalhadores como estratégia para o seu projeto do poder pelo poder.

Oportunamente, o jornalista João Bosco Rabelo lembra uma célebre afirmação do deputado José Genoino, ex-presidente do PT, para quem “a burguesia só respeitaria o partido depois que este controlasse a Polícia Federal, a Receita e o Banco Central.”

Isto guarda muita semelhança com o fascismo de Mussolini, cujo controle rígido do aparato estatal era essencial para massacrar qualquer voz discordante.

No caso de Verônica, a comissão de investigação da Receita tinha elementos que indicavam a fraude montada para a quebra de seu sigilo, pois sabia que a procuração usada para a violação de seus dados poderia ser falsa.

A comissão levantou, internamente, suspeitas sobre o autor da procuração, dono de quatro CPF’s.

Apesar das evidências, o Secretário da Receita Federal, Otacílio Catarxo divulgou a versão que mais atendia aos interesses da candidata governista:

a quebra do sigilo de Verônica teria se dado a seu pedido, através de uma procuração legal e devidamente registrada em cartório.


A farsa durou menos de 24 horas, pois a tal da “procuração” não passava de uma fraude grosseira.
Segundo o tabelião do cartório onde ela teria sido registrada, existem seis adulterações na procuração e Verônica Serra nunca teve firma no 16º Cartório de Notas de São Paulo.

Para resumir: o carimbo do cartório era falso e até a grafia do nome do tabelião estava errada.

Para complicar mais ainda, a pessoa em cujo nome estava a procuração é um contador com uma ficha criminal complicada e se definiu como um “office-boy” de luxo que agiu a serviço de um terceiro que “queria prejudicar Serra.”

Isto nos lembra uma prática muito comum na Itália de Mussolini. Muitas vezes, quando iam fazer o jogo sujo, os fascistas utilizavam aventureiros ávidos por um “lucrozinho” ou lumpens dispostos a tudo.

Pelo visto, o lulo-petismo bebeu na fonte e para fazer o jogo sujo, não tem o menor pudor em utilizar a escória da sociedade como mão de obra terceirizada.

O caso Verônica nos remete, necessariamente, à disputa presidencial de 1989, quando, jogando baixo, Collor levou ao seu programa televisivo aspectos da vida de Lula que envolvia a sua filha Lurian, para ganhar as eleições.

De fato, Collor conseguiu o que queria, mas de forma abjeta, pois até a máfia tenta preservar a família de seus adversários.

Dá, portanto, para entender o desabafo de Serra:

“O Collor utilizou uma filha do Lula, a turma do Collor montou essa história para ganhar do Lula em 89. E o Collor ganhou.

Agora a turma da Dilma está fazendo a mesma coisa, pegando minha filha, que não faz política, que é uma mãe de três crianças pequenas, que trabalha muito para criar as crianças juntas, para poder viver...

Meter nesse jogo político sujo para me chantagear porque tem preocupação quanto à minha vitória”


Em momentos tão graves como o que estamos vivendo, conhece-se quem é quem na vida pública.



O presidente Lula jurou cumprir e defender a Constituição.

Jurou, mas não cumpriu.


Sua única preocupação é blindar sua candidata Dilma, mesmo que para tal seja leniente com a violação da Constituição.

Já o senador Francisco Dornelles, da base governista, deu provas de seu caráter republicano, ao afirmar:
“O que foi feito contra Verônica Serra pode ser feito com qualquer pessoa, agride a consciência nacional”.
Infelizmente Dornelles prega no deserto ao aconselhar Lula a demitir, sumariamente, o Secretário da Receita.

O DNA do presidente vai noutra direção: a de passar a mão na cabeça de “companheiros” que praticam deliquência, para reabilitá-los mais adiante.

Diante desses fatos, soa como deboche e provocação a declaração da senhora Dilma de que o “PSDB estaria tentando ganhar as eleições no tapetão” ao vincular o episódio à luta eleitoral.

Ou seja, ela usa de meios escusos e ilegais para ganhar a eleição e somos nós quem está usando o “tapetão”?

Ora, faça-me um favor:

tenha um pouco de respeito pela inteligência dos brasileiros.

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