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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Acho que estamos diante de mais um furo histórico deste blog



Por Leonardo Souza
na Folha.

Volto em seguida:

A servidora Ana Maria Caroto Cano disse, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo obtido pela Folha, que recebeu ordens da Corregedoria da Receita Federal para apagar vestígios de quebras de sigilo fiscal realizadas em seu computador de trabalho, na agência do fisco em Mauá (SP).
Foi nesse escritório da Receita que foram violados os sigilos de cinco pessoas ligadas ao candidato a presidente José Serra (PSDB).

“Procedimento administrativo foi gerado no âmbito da corregedoria da Receita, quando Ana Maria teria sido orientada pelo próprio órgão censor a identificar os contribuintes que tiveram os sigilos acessados ou devassados através de sua máquina e obter declarações assinadas obviamente por tais contribuintes no sentido de anuírem a tais acessos”, informa o depoimento de Ana Maria à polícia.


Ao fazer a acusação contra o fisco, a servidora admitiu que ela e seu marido, o contador José Carlos Cano Larios, cometeram o crime de forjar documentos. Por conta disso, Ana Maria, uma funcionária do Serpro cedida à Receita, foi presa pela polícia paulista.

Por meio da assessoria de imprensa, a Receita em São Paulo preferiu não comentar o depoimento da servidora. A Folha tentou falar com o corregedor-geral do órgão, Antônio Carlos D’Ávila, mas não conseguiu encontrá-lo.

O caso começou quando uma pessoa chamada Edson Pedro dos Santos foi à polícia para prestar uma queixa. Segundo Santos, na segunda-feira ele foi procurado por um homem que lhe pediu para que assinasse uma declaração de que havia solicitado à Receita que acessasse seus próprios dados fiscais.


O interlocutor de Santos era o marido da funcionária do Serpro.

Os policiais foram atrás, então, do casal Cano. Luiz Carlos admitiu que havia procurado Edson. Em seu escritório, os policiais encontraram 23 declarações semelhantes a que havia sido feita para Edson dos Santos.

Ana Maria, por sua vez, admitiu que pediu ao marido para que procurasse as pessoas que tiveram seus dados violados a partir de sua máquina, mas ressaltou que o fez por ordem da Receita.

De acordo com a corregedoria do fisco, no computador dela foram quebrados 31 sigilos fiscais.


A servidora afirmou, contudo, que todos os acessos imotivados realizados a partir de sua máquina foram feitos sem a utilização de sua senha.



Comento


Pronto! A ser assim, e tudo indica que é, este blog deu mais um furo histórico — e sem ter de ficar escutando fofoca de político. Só com a lógica. Só com a lógica elementar. Tudo indica que acertei no fato e na motivação.

No fato:
- a procuração era uma farsa dentro da farsa.

 
Na motivação

- ao criar a farsa, apagavam-se as pegadas do crime político.
Também acertei na intuição de que era uma ordem que “partia de cima”.

Se foi mesmo a corregedoria que orientou a funcionária, aí estamos diante do pior dos mundos.


Afinal, à corregedoria cumpre investigar ilegalidades, e não estimulá-las.

Bem, este blogueiro também escreveu o post “Quem correge o corregedor”, não é?.

Posts tornados históricos:  


- E se a história do contador petista for uma farsa dentro da farsa?


- E quem correge o corregedor?



10/09/2010



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