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terça-feira, 7 de setembro de 2010

O PT só precisa fazer um desagravo ao bagre e ao macaco-prego para ter Marina de volta



O PT só precisa fazer um desagravo ao bagre e ao macaco-prego para ter Marina de volta


Algumas pessoas de boa-fé até chegaram a achar que Marina Silva, candidata à Presidência pelo PV, pudesse realmente representar alguma novidade na política.

Como sabem, não é o caso deste escriba.

Não consigo entender boa parte do que ela fala.
E o problema não é meu, não.

É que o texto não faz sentido mesmo!

Quando ela saiu do PT, bem lá atrás, podem procurar no arquivo, afirmei que o fato não me encantava tanto assim.

Afinal, a patifaria do mensalão não tinha sido forte o bastante para afastá-la da legenda…

Aqui e ali, ela tem dito algumas coisas certas e tal.
Mas não esconde, se me permitem, o barro de que é feita.

Vem de lá e, nas horas decisivas, comporta-se como um deles. Referindo-se ao escândalo da Receita, ela afirmou hoje:

“As eleições estão indo por um caminho que não interessa ao Brasil. Interessa para alguém ganhar as eleições se fazendo de vítima para, de acordo com as circunstâncias, angariar a simpatia do eleitor”.
É uma fala estúpida, inaceitável!

Marina era uma das pessoas que vinham criticando o comportamento do governo no episódio.

Ora, se ela pode fazê-lo, a vítima principal haveria de ficar calada?

O raciocínio da candidata verde parece transitar, o que não é raro, por territórios hostis à lógica.

O que se pode deduzir de sua fala?

Vejamos:

1 - Ela própria, que não está diretamente relacionada às violações, pode fazer a crítica, mas Serra estaria impedido de fazê-lo;

2 - sua crítica, porque não lhe rende votos, é legítima; a de Serra, porque renderia (é apenas uma possibilidade ainda não evidenciada), é, então ilegítima;

3 - logo, o que legitima a crítica não é gravidade do crime — na verdade, é violação da Constituição —, mas os efeitos que possam advir da crítica feita;

4 - Marina transforma uma possível conseqüência em causa — o que não é raro em suas perorações sobre meio ambiente, diga-se:

porque Serra pode até ganhar votos como conseqüência dos crimes cometidos pelos petistas, isso evidenciaria uma espécie de manipulação do processo eleitoral pelos tucanos.

O raciocínio é fabuloso porque a única maneira que a vítima tem de não se transformar em ré é o silêncio.

O PT fez essa mesma acusação em 2006, no escândalo dos aloprados.

Os petistas armaram a sujeira, mas acusaram o PSDB de explorá-la eleitoralmente.

Marina estava no partido.

E lá  ficou.

Não havia escândalo que a tirasse da legenda.

A falta de cuidado com alguns bagres fez mais por sua ética, afastando-a do PT, do que a falta de cuidado com a Constituição.


Olhem aqui, para mim, basta!

Não tenho paciência par esse tipo de empulhação, não!
Jornal da Globo

Até havia me destinado a escrever sobre a entrevista que Marina concedera no dia 1º de setembro ao Jornal da Globo, mas acabei atropelado por outras urgências.

Faço-o agora.

William Waack e Christiane Pelajo lembraram que seu grupo político — no Acre, ela e sua dinastia seguem sendo petistas — caminha para 16 anos de poder no Estado.

Como ela explica o fato de ali se encontrem alguns dos piores índices sociais do país?

Marina não hesitou um minuto em apelar à resposta de ouro do petismo: a culpa por tudo o que há de ruim é dos governos anteriores.

Ela e seu grupo estão corrigindo os malfeitos alheios, entenderam?

Ato contínuo, sem nem respirar ou fazer uma pausa, engatou críticas severas ao governo do… estado de São Paulo!



Marina continua petista.


Basta que o comando do partido faça algum desagravo ao bagre, ao sapo-boi e ao macaco-prego, e  ela volta correndo de onde nunca saiu.


Sua resposta sobre o Acre prova como ela vê, de fato, o mundo e quem são seus adversários.
De resto, dona Marina, Serra não está “se fazendo de vítima”; sua família foi, de fato, vítima.

Mais ainda: dado o padrão da Receita e do PT, vítimas são todos os brasileiros.
Para encerrar:

quando o Ibama fez uma inspeção numa propriedade do empresário Guilherme Leal, vice na chapa do PV, Marina se apressou em denunciar uma conspiração do governo para atingi-lo.


Deveria ter dito simplesmente:

“Ô, Gui, pare de se fazer de vítima!”

07/09/2010

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