QUE VERGONHA, PRESIDENTE!
Gen Div Clovis Purper Bandeira
1º Vice-presidente do Clube Militar
1º Vice-presidente do Clube Militar
Mais uma vez, a Justiça Eleitoral aplica multa ao Presidente da República por ter o mesmo par-ticipado de propaganda político-eleitoral antes do prazo permitido pela lei.
O fato é que Lula vem violando a lei eleitoral há mais de dois anos, desde que sacou do bolso do colete a candidatura de sua ex-Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, para sucedê-lo na presidência, reservando a cadeira até sua (dele) volta gloriosa ao poder em 2014.
Antes mesmo do registro das candidaturas, já peregrinava pelo país, com a candidata embaixo da asa, pavoneando-se em inaugurações de canteiros de obras e assinaturas de licitações e contratos como se fossem obras concluídas em seu governo, inigualável em nossa história.
A Justiça eleitoral, a imprensa, a oposição, todos surpresos pela audácia da iniciativa avessa à lei, demoraram a reagir, o que só aumentou a desfaçatez de Lula, no descumprimento do texto legal.
A seu favor, sempre é alegada a alta aprovação de seu governo nas pesquisas de opinião pública, como se isso o colocasse acima da lei e justificasse suas infrações.
Na verdade, ensina-nos o Dicionário Houaiss, quem vive à margem da lei é marginal: “que vive à margem do meio social em que deveria ser integrado, descon-siderando os costumes, valores, leis e normas predominantes nesse meio”.
O aspecto mais grave, porém, é o mau exemplo dado por quem, em função do alto cargo pú-blico que ocupa, teria que ser o primeiro a observar a lei, em vez de ofendê-la, atacá-la, descumpri-la, ironizar as modestas penalidades que lhe são aplicadas, gracejando sobre seus efeitos mesmo em ato público com a presença do Presidente do STJ.
Dá, assim, o primeiro mandatário péssimo exemplo ao povo, deseducando-o ao menosprezar o cumprimento da lei, talvez pelo fato das multas serem de valor irrisório para uma campanha milionária em termos oficiais, além dos ilimitados recursos não contabilizados que regam as eleições brasileiras, conforme o próprio presidente confessou candida-mente, em entrevista à imprensa quando em viagem oficial a outro país, insinuando que o fato de muitos roubarem justificava o roubo, tirando-lhe a feição criminosa.
O povo, tantas vezes evocado nas diatribes presidenciais, tem que ter em seus maiores um exemplo, pois a conduta destes é vista como modelo a ser imitado.
Pode, então, o povo deduzir que o cumprimento da lei só é válido em benefício próprio, pois, quando a lei o contraria ou não interessa, o Presidente da República a atropela quase que impunemente, parafraseando Fernando Pessoa: “tudo vale a pena, quando a multa é pequena”.
Que vergonha, Presidente!
Outro péssimo exemplo, infelizmente já tradicional nas orações de Lula, são seus improvisos inconsequentes, mesmo quando fala em nome do Brasil.
Faltando-lhe preparo e educação para falar de improviso, gosta de fazê-lo e, quase sempre, se dá muito mal.
Trata-se de caso clássico de “arrognorância”, como dizia Roberto Campos.
Uma das ocasiões mais recentes foi a desastrada fala no encerramento da Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, quando deveria formalizar o convite para que dirigentes, jornalistas e aficio-nados do esporte em geral venham ao Brasil na próxima Copa, em 2014.
Ignorando mais uma vez o texto preparado por sua assessoria, dirigiu-se à audiência com voz arrastada, olhar flutuante e meio-sorriso irônico, declarando que os visitantes, no Brasil, estariam sujeitos a ataques de cobras, a terem seus carros roubados e a terem que se comunicar por mímica.
Todos ficaram boquiabertos com a mensagem negativa transmitida pelo chefe de estado brasileiro.
Que vergonha, Presidente!
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