Por Reinaldo Azevedo
Vocês certamente acharão no arquivo deste blog, se procurarem, mais de um texto em que afirmo que pouco importa quantas eleições presidenciais vença o PT, essa vitória sempre será incompleta e sempre será lida como uma meia-derrota enquanto o partido não tomar o Palácio de Inverno - digo, o Palácio dos Bandeirantes.
Só aí a “revolução” estará completa.
Ok. Posso mudar de metáfora, do bolchevismo para o fascismo.
Os petistas se organizam para fazer a Marcha Sobre São Paulo.
Aqui como lá, o “duce” é um ex-sindicalista socialista, determinado a tornar as instituições meros instrumentos do estado-partido-governo.
É inadmissível para uma agremiação com as características do PT que um terço do PIB não esteja sob o seu comando absoluto.
É claro que há petistas governando cidades importantes no Estado, que está sujeito à legislação federal.
Mas estamos falado do segundo Orçamento do país, que só perde para o da União.
Enquanto São Paulo for governado por “inimigos”
(o PT não tem “adversários”), será sempre um pólo aglutinador de uma alternativa de poder.
Isso é normal numa democracia.
Ocorre que esse partido não aceita uma democracia normal.
Os petistas já estão dando a eleição presidencial como ganha - essa gene não tem moderação nem quando está atrás nas pesquisas; imaginem com uma larga vantagem - e se preparam para invadir o que consideram hoje a única cidadela do inimigo.
Está jogando pesado e vai intensificar a guerra suja.
Lula, o “duce”, deu a senha na sexta-feira ao afirmar que o pedágio que se cobra no estado é um “roubo” - ele usou essa palavra.
Dado a comparações despudoradas, ofereceu o “seu” modelo, que é o que vigora na Fernão Dias, onde o pedágio é barato, e a estrada, uma porcaria.
O partido conta com veículos simpáticos a essa pregação vigarista e com jornalistas dispostos a lhe servir como assessoria de imprensa.
Na sexta, durante uma viagem de carro - retomo a minha rotina neste domingo à noite -, li a “sabatina” de Mercadante no Estadão.
E comentei com Dona Reinalda:
“Será que ele é alérgico à verdade?
Teme um choque anafilático?”
Com o desassombro de um bigode em busca de uma causa, amparado no seu “padrinho” - já falo como isso é feio num peludo… -, afirmou que São Paulo cresce menos do que o Brasil.
É mentira! Cresceu o mesmo em 2004 e cresce mais desde 2005. E ele sabe que eu falo a verdade.
E como Mercadante explica a fabulosa redução no número de homicídios por 100 mil no Estado nos últimos 10 anos, mais de 70%?
Sem medo de dizer o contrário da verdade ao leitor, atribuiu a queda ao Estatuto do Desarmamento, sugerindo que o Brasil todo se beneficiou com o crescimento econômico…
Falso como nota de R$ 3.
É mais uma mentira, Mercadante!
Na Bahia, o aumento foi de 97%; em São Paulo, a queda foi de 60,5%.
E Mercadante não vai me contestar porque sabe que estou certo.
O dono
O presidente da República não pode dizer que Mercadante continuará a sua obra porque o cargo é outro.
O candidato não ficaria bem no papel de “a muié do Lula”, embora, curiosamente, a campanha petista apele, com todo respeito, a uma desvirilização do senador, que surge com aquela falinha mansa, simulando o comportamento de um jovem bem-intencionado e idealista, um arzinho, assim, de normalista preocupada em fazer tudo direitinho, sob a gerência do macho alfa.
E aí vem o texto:
“Quero lhe pedir que você deposite em Mercadante a mesma confiança que depositou em mim etc…”
Claro que sim!
Os petistas é que criminalizam os que têm a coragem de disputar eleições com eles.
O confronto é legítimo.
Mas custa falar a verdade?
Podem esperar. A armada petista tentará ocupar São Paulo de mala e cuia.
É a cidadela que resta ao “inimigo”.
E a fala de Lula no comício deixa clara a opção pelo vale-tudo.
Fatias da imprensa dispostas a facilitar o seu trabalho já existem.
Elas se encarregaram de “popularizar”, por exemplo, a pauta do “pedágio”, um dos maiores escândalos do jornalismo de que me lembro. Não só isso:
considera-se um verdadeiro absurdo que o PSDB possa estar no poder no estado há 16 anos, como se essa condição não tivesse sido conquistada nas urnas.
Já a eventual eleição de Dilma - e, a ser assim, os 12 do PT - seriam apenas evidência da competência do PT, ora essa!
Os romanos que se cuidem, se é que vocês me entendem…
22/08/2010
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