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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Algum respeito já basta.

O autor do furto não perdoa o dono da ideia que surrupiou

Por que o presidente da República fez questão de assassinar no berço todas as tentativas de investigar as gravíssimas denúncias envolvendo o presidente do Congresso?

Novamente confrontado com a intervenção obscena durante a entrevista à Folha, Lula fez uma ressalva falaciosa antes de recitar a sinopse da Teoria do Homem Incomum: 

“É verdade que ninguém está acima da lei, mas é importante não permitir a execração das pessoas por conveniências eminentemente políticas”, cruzou para a pequena área.

”Sarney foi presidente. Os ex-presidentes devem ser respeitados, porque foram instituições. Não pode banalizar a figura de um ex-presidente”, aparou com a mão e mirou no ângulo.

Acertou o pau de escanteio.

Quem se curvou a conveniências políticas foi Lula.

Para manter no cargo um comparsa obediente, tornou-se cúmplice do senador metido em delinquências comprovadas.

Para justificar a ação imoral e ilegal, decidiu que a lei deve respeitar um ex-presidente.

Errado: um ex-presidente é que deve respeitar a lei, como qualquer cidadão.

Lula acha que ex-presidentes são homens incomuns.

Não são.

 A Constituição estabelece que todos os brasileiros são iguais. Ninguém é mais igual que os outros.

Enquanto chefiou a oposição, Lula desrespeitou em público, sempre acintosamente, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

No poder, passou a aplicar seletivamente a regra do respeito.

Vale para os três primeiros, com quem trocou insultos. Não vale para Fernando Henrique Cardoso, que jamais o ofendeu.

Enquanto cobre de favores e afagos o candidato a réu, Lula não consegue ser sequer gentil com o ex-presidente sem contas a acertar com a Justiça.

Um dia antes da entrevista à Folha, ao lançar em Belo Horizonte um certo PAC das Cidades Históricas, Lula cometeu mais um furto de direitos autorais.

A mudança de nome não impediu que até os casarões já demolidos de Ouro Preto reconhecessem o Documenta, criado em 2000 pelo governo Fernando Henrique. 

O cinismo poderia ter estacionado na omissão do nome do criador.

Lula sempre vai mais longe.

Recorrendo às generalizações malandras de praxe, retomou a ladainha de críticas cretinas ao dono da ideia que surrupiou.

“Teve um tempo em que a gente ficava indignada”, fantasiou deliberadamente o orador que não consegue perdoar o antecessor, a língua portuguesa e a verdade. ”Não tinha quase nenhuma recuperação do patrimônio histórico brasileiro e setores importantes da sociedade brasileira viajavam para a Europa para ver o grande patrimônio histórico europeu”.

Graças ao Documenta, 26 cidades foram contempladas com R$ 250 milhões desde 2000.

Há anos, Marisa Letícia ordenou a um serviçal que infiltrasse a estrela vermelha do PT, com quatro metros de diâmetro, no jardim do Palácio da Alvorada.

O serviço foi executado com um implante de sálvias.

O marido achou aquilo muito bonito.

Não sabia que o jardim havia sido tombado pelo Patrimônio Histórico.

Não sabia que Burle Marx foi o autor do projeto, doado ao governo brasileiro pelo imperador japonês Hiroíto.

Não sabia quem era Burle Marx, nem Hiroíto.

Nenhum espanto.

Ele nunca se interessou por essas irrelevâncias.

Não sabe nada de História.

Mas conhece a história do programa que rebatizou e ampliou ligeiramente para apagar pegadas e pistas.

Lula não precisa tratar FHC como “instituição”.

Algum respeito já basta.

1 comentários:

sicário disse...

Marverde!


José Ribamar Sarney...o marinbondo de fogo é o cara que vai EXPLODIR os petralhas.