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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Eles gostam de luxo


Eles gostam de luxo
Por Lúcio Vaz
Móveis de marcas famosas são encontrados em gabinetes e salas de visita dos três Poderes. Um sofá pode custar mais de R$ 10 mil
Não são apenas os deputados que gostam de conforto e luxo.
As marcas chiques e famosas estão presentes também em outros recantos da Esplanada, enfeitando antessalas e gabinetes dos três Poderes.


Poltronas Barcelona e Le Corbusier (as mesmas que enfeitam o cafezinho da Câmara) formam o mobiliário da sala de espera do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lençóis Trussardi, ao preço de R$ 696 a unidade, forram as camas vestidas pela Presidência da República.

No Supremo Tribunal Federal (STF), um único sofá de dois lugares, marca Estoline, com design de Fabrizio Ballardini 1997, custou R$ 10,6 mil em março do ano passado. Lá, a reforma de um sofá pode custar até R$ 5 mil.


O sofá Estoline, em couro natural, foi adquirido para o gabinete do ministro Menezes Direito. Segundo explicação do STF, trata-se de mobiliário destinado a atender às mais diversas autoridades do país, que frequentam os gabinetes dos ministros.

“Considerando tratar-se da mais alta corte do Judiciário do país, é natural que se tenha critério na escolha do mobiliário, que deve sempre ser sóbrio e compatível com o ambiente”, diz nota da assessoria de imprensa.

O levantamento foi feito, a pedido do Correio, pela ONG contas abertas, a partir de dados oficiais do Siafi (sistema informatizado que registra os gastos da União). Os gastos da União com mobiliário somam R$ 746 milhões nos últimos três anos, mas a maior parte é de móveis funcionais, necessários ao trabalho dos servidores.


Os móveis reformados do STF ficam no Salão Branco e na sala de lanches do edifício-sede. O custo total da reforma, em agosto do ano passado, ficou em R$ 64 mil. O Supremo esclarece que o mobiliário do Salão Branco “é composto de peças antigas e bastante tradicionais.

A recuperação do mobiliário era importante para manter as características originais do ambiente. O local é inclusive objeto de visitação nos finais de semana, e é obrigação do STF zelar pela conservação do seu patrimônio”.


Nos lençóis macios


As quatro poltronas Le Corbusier, de um lugar, foram adquiridas a R$ 3,6 mil a unidade, em outubro de 2005. A Câmara pagou R$ 2,8 mil pelo mesmo móvel há cerca de duas semanas. As quatro poltronas Barcelona ficaram por R$ 2,6 mil cada uma.

Mais caros ficaram um sofá de três lugares, modelo clássico, por R$ 4,3 mil, e um sofá de dois lugares, com estrutura em tubo de aço inox polido brilhante e assento, encosto e braços em couro natural, por R$ 5,2 mil. Os móveis estão todos na sala de espera do terceiro andar do Palácio do Planalto.

A Casa Civil da Presidência da República não prestou esclarecimentos sobre as compras registradas no Siafi. Informou que os processos são antigos e estão arquivados no anexo do Palácio do Planalto. Assim, não é possível saber quais camas são cobertas pelos lençóis Trussardi, algodão, com 250 fios.

Um lençol de cama super king, com elástico, mais duas fronhas, ficou por R$ 696. Oito lençóis para cama queen, com duas fronhas, com detalhes bordados, ficaram por R$ 576 a unidade. Outros seis lençóis para cama queen, mais simples, em cores estampadas, ficaram mais barato: R$ 399 a unidade.

A Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca comprou muitos móveis quando foi transformada em ministério. Dois deles chamam a atenção. São poltronas giratórias, encosto reciclável, com trava e controle de tensão, apoio para coluna, postura fit, marca Mirra Chair. Cada uma custou R$ 3,4 mil. A embaixada do Brasil em Washington comprou quatro banquetas de aço e couro por US$ 8 mil.


O Supremo informou que todas as aquisições e reformas de mobiliários no STF seguem rigorosamente as recomendações da Lei de Licitações (8.666/93). Inicialmente, é feita uma pesquisa de mercado com no mínimo três empresas, que servirá de referência na publicação dos editais.

As aquisições e reformas são feitas por meio de pregões eletrônicos, onde a competitividade entre as empresas interessadas é maior. No caso da reforma dos sofás, oito empresas participaram do pregão, e o preço final ficou, em média, 34,76% abaixo da pesquisa de preços feita antes da licitação. No caso do fornecimento do sofá, sete empresas participaram, e o preço final ficou 48,05% abaixo da pesquisa de mercado.


Correio Braziliense

1 comentários:

Anônimo disse...

PAI, MISERICORDIA!





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